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Cientistas comemoram resultados de testes de vacina contra o ebola

27 de novembro de 2014

A primeira fase de teses de vacina experimental nos Estados Unidos foi bastante positiva, aumentando as expectativas dos pesquisadores. Mas ainda irá levar tempo para que a vacina possa ser aplicada.

Experimenteller Ebola-Impfstoff VRC 207
Foto: NIAID

Pesquisadores americanos afirmaram estar mais próximos de desenvolver uma vacina contra o vírus do ebola. A primeira fase de testes da nova vacina experimental apresentou resultados promissores, mas ainda irá levar meses até que a vacina possa ser utilizada, disseram cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde (NHI) dos EUA.

Na primeira fase de testes, todos os 20 indivíduos adultos que receberam uma dose menor ou maior da vacina desenvolveram os anticorpos necessários para combater o ebola, informou o NHI, que conduziu os estudos. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (26/11) no New England Journal of Medicine.

Atualmente, empresas farmacêuticas e agências de saúde tentam acelerar o processo de desenvolvimento de medicamentos e vacinas que possam contribuir no combate ao vírus.

"A escala sem precedentes do atual surto de ebola na África Ocidental intensificou os esforços para desenvolver vacinas seguras e eficazes", afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas (NIAID) dos EUA, que desenvolve a vacina junto à empresa farmacêutica GlaxoSmithKline.

Fauci acrescentou que as vacinas em desenvolvimento poderão contribuir para pôr fim à epidemia e "serão, sem dúvida, de fundamental importância para prevenir novos surtos".

OMS alerta que já são quase 16 mil casos registrados de infecção por ebolaFoto: European Union/Kenzo Tribouillard

Esforços intensificados

De acordo com o NHI, os dez voluntários que receberam uma dose mais forte da vacina desenvolveram uma quantidade maior de anticorpos. Sete destes indivíduos, além de dois outros do grupo que recebeu dosagem mais baixa, desenvolveram as células de imunidade chamadas de T CD8, que são parte importante do sistema de defesa do organismo contra doenças.

"Sabemos de estudos anteriores em primatas que as células T CD8 exerceram papel crucial na proteção destes animais" que haviam sido vacinados e, posteriormente, expostos ao vírus, explicou a principal pesquisadora dos testes, Julie Ledgerwood.

"Com base nesses resultados positivos dos primeiros testes em humanos, prosseguiremos o nosso plano acelerado para realizar exames mais amplos com vista a determinar se a vacina é de fato eficaz para prevenir a infecção pelo vírus ebola", explicou o diretor do NIAID, Anthony Fauci.

Testes em larga escala apenas em 2015

No entanto, ainda falta muito para que a vacina possa ser aplicada. O NHI confirmou que o NIAID está em "conversações ativas com as autoridades da Libéria e outros parceiros quanto à próxima etapa de testes da vacina na África Ocidental", mas os testes em larga escala não deverão ser anunciados até o início do próximo ano.

Não há ainda tratamento licenciado ou vacina contra o vírus transmitido por fluidos corporais, que na atual epidemia, é fatal para as vítimas em 70% dos casos.

Na última quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que o total de mortes de pacientes infectados pelo vírus havia aumentado para 5.689 de um total de 15.935 casos, quase todos na África Ocidental.

A OMS acredita que o número de vítimas fatais seja provavelmente maior, em razão das dificuldades de coletar dados mais abrangentes. A epidemia mostrou sinais de desaceleração na Libéria e na Guiné, mas as infecções continuam em boa parte do território de Serra Leoa.

RC/afp/dpa

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