Cientistas criam óvulos de rato a partir de machos
8 de março de 2023
Técnica pode abrir caminho para tratar formas graves de infertilidade e mesmo para que casais do mesmo sexo tenham filho biológico.
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Um grupo de cientistas conseguiu criar óvulos de ratos a partir de ratos machos, um desenvolvimento que abre novas possibilidades radicais de reprodução, de acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira (08/03) pelo jornal britânico The Guardian.
O avanço pode abrir caminho para tratamentos de formas graves de infertilidade, além de poder ser um passo para possibilitar futuramente que casais do mesmo sexo tenham um filho biológico.
"Este é o primeiro caso de produção de ovócitos robustos de mamíferos a partir de células masculinas", disse Katsuhiko Hayashi, que liderou o trabalho na Universidade de Kyushu, no Japão. O cientista é reconhecido internacionalmente como pioneiro no campo da cultura de óvulos e espermatozoides em laboratório. Ovócitos, ou óvulos, são as células reprodutivas femininas.
Hayashi apresentou sua descoberta nesta quarta-feira na terceira Cúpula Internacional sobre Edição do Genoma Humano no Francis Crick Institute em Londres. O cientista afirmou que sua pesquisa, ainda não publicada em revista científica, está em um estágio muito inicial, que os óvulos são de baixa qualidade e que a técnica não poderia ser usada com segurança em humanos nesta fase.
"Óvulo humano em uma década"
Entretanto, ele prevê que dentro de uma década será tecnicamente possível criar um óvulo humano viável a partir de uma célula da pele masculina.
Outros especialistas sugeriram que essa previsão pode ser otimista demais, já que os cientistas ainda precisam criar óvulos humanos viáveis cultivados em laboratório a partir de células femininas.
Cientistas já haviam criado ratos que tinham dois pais biológicos por meio de uma elaborada cadeia de etapas, incluindo engenharia genética. No entanto, esta é a primeira vez que óvulos viáveis são cultivados a partir de células masculinas.
A equipe de Hayashi agora está tentando replicar essa descoberta com células humanas, embora haja obstáculos significativos para o uso de óvulos cultivados em laboratório para fins clínicos.
md/bl (ots)
O que os animais têm de humano
Até algumas décadas atrás, uma linha bem definida parecia separar o que é humano do comportamento dos outros animais. À medida que a ciência progride, porém, as fronteiras entre inteligência e instinto se dissipam.
Foto: Colourbox
Ferramentas
Durante muito tempo postulou-se que o uso de ferramentas era uma habilidade exclusivamente humana. No entanto, chimpanzés têm demonstrado aptidões surpreendentes para essa atividade. Pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, encontraram provas na África Ocidental que há 4.300 anos esses primatas vêm quebrando nozes com ferramentas de pedra.
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Assovie o meu nome
Cientistas britânicos demonstraram que os golfinhos-nariz-de-garrafa chamam seus parceiros usando padrões individuais de assovio. Em outras palavras: os mamíferos aquáticos empregam algo comparável aos nomes humanos. Aparentemente eles desenvolvem ainda bem jovens suas assinaturas em forma de sequências de assovios.
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Inventores de asas
Os corvos-da-Nova-Caledônia parecem ser capazes de inventar ferramentas. Em 2002, a revista "Science" divulgou um artigo sobre como um pássaro da espécie dobrava um arame reto, transformando-o num gancho para pescar comida de dentro de um recipiente.
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Memória de longo prazo
Porcos kunekune não só assimilam certos comportamentos observando seus parentes: segundo constataram cientistas de Viena, os animais nativos da Nova Zelândia também se mostram capazes de repetir o que aprenderam meio ano antes, provando que possuem memória de longo prazo.
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Pecuária
Certas formigas mantêm pulgões como animais de criação, a fim de colher o néctar que eles produzem. Não só: para assegurar controle total, elas empregam uma substância química que força os piolhos-de-plantas a se moverem mais lentamente, impedindo que escapem.
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Autoconsciência
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Vida social
Próximo ao litoral oeste do Canadá, duas populações de orcas mantêm uma cultura de 700 mil anos. "Residentes" e "passantes" compartilham o mesmo habitat temporariamente, mas não se acasalam entre si e têm dietas diversas. Os espécimes de passagem tradicionalmente se alimentam de mamíferos, os locais, de peixe. E ambas não se desviam desses hábitos mesmo em épocas de necessidade.