Pesquisadores de Chicago criam 'concreto marciano'
Eva Wutke (kg)28 de fevereiro de 2016
Com enxofre e solo de Marte, pesquisadores desenvolveram um cimento reciclável e resistente às condições atmosféricas do planeta.
Anúncio
O interesse por Marte está aumentando, assim como o desejo de estabelecer uma colônia humana fora do planeta Terra. Essa intenção é evidenciada por projetos como o Mars One, lançado em 2011.
Um dos principais desafios da colonização é construir prédios onde as pessoas possam morar e trabalhar em Marte.
Os cientistas Lin Wan, Gianluca Cusatis e Roman Wendnerda, da Universidade do Nordeste de Chicago, encontraram uma solução possível. Eles conseguiram criar uma variação de concreto usando materiais que existem naturalmente em Marte: enxofre e terra.
Eles aqueceram o enxofre em altas temperaturas até que a substância virasse líquido e misturaram com a terra de Marte. Diferente do tradicional, o "concreto marciano" não requer água, um recurso escasso nesse planeta.
O concreto a base de enxofre não é uma ideia nova, mas sempre houve problemas com a mistura. Durante o processo de resfriamento, eram formadas cavidades. Agora, os cientista de Chicago descobriram que usando cerca de 50% de enxofre e 50% de solo marciano é possível criar um material resistente às condições de Marte.
Missão Orion pode levar o homem a Marte
05:48
Dadas as condições ambientais do planeta, como a gravidade, a pressão atmosférica e as temperaturas, é possível criar um cimento marciano à base de enxofre. "No entanto, ficamos um pouco surpresos com a alta quantidade de enxofre necessária para ser misturarada com a terra", afirmou à DW a cientista Lin Wan.
Inovação
O concreto marciano é duas vezes mais resistente do que a variedade típica feita com enxofre, por causa das ligações químicas com os minerais presentes no solo de Marte. O material também é 100% reciclável. O enxofre pode ser derretido e reutilizado.
O projeto começou com um estudo sobre o concreto lunar. Mas num ambiente lunar, o enxofre se transforma em gás, no processo conhecido como sublimação. Por esse motivo, os pesquisadores decidiramm que o concreto marciano seria uma "ótima alternativa".
"Marte tem uma pressão atmosférica muito mais alta do que a lua", diz Wan. "E lá a sublimação não é um problema."
A cientista acredita que o próximo passo lógico seria combinar o conceito de concreto marciano com a tecnologia de impressão 3D. A execução desse plano, porém, está longe de acontecer.
Apesar do sucesso inicial, o concreto marciano precisa passar por revisões. "A performance a longo prazo do concreto marciano ainda tem que ser estudada", explica Wan.
O sucesso de "Perdido em Marte"
Na aventura de Ridley Scott, um astronauta interpretado por Matt Damon se vê sozinho em Marte. Em vez de buscar profundidade filosófica, como "Gravidade" (2013), Scott aposta em imagens impressionantes. O público gostou.
Foto: picture-alliance/AP Photo/TIFF/A. Monaghan
Um astro no Planeta Vermelho
Na narrativa espacial, Matt Damon é uma estrela solitária: por quase duas horas, o ator domina o filme praticamente sozinho. Seu personagem, o astronauta Mark Watney fica preso em Marte, ferido após uma gigantesca tempestade.
Foto: picture-alliance/AP Photo/TIFF/A. Monaghan
Tudo começa bem...
Nos primeiros minutos, a aventura espacial oferece alguns momentos tranquilos ao público – a tripulação de uma estação espacial americana, formada por cientistas e engenheiros, está estacionada em Marte. Mas após uma tempestade, o botânico Mark Watney (Matt Damon) é declarado morto pelo resto da tripulação e deixado para trás.
Foto: 2015 Twentieth Century Fox
Ridley Scott: especialista em tramas incomuns
"Perdido em Marte" é dirigido por Ridley Scott. O diretor britânico já conduziu diversos sucesso do cinema – incluindo algumas aventuras de ficção científica. Com "Blade Runner, o Caçador de Androides" e "Alien, o 8º Passageiro", ele criou duas obras-primas inesquecíveis do gênero.
Foto: Getty Images
Como sobreviver sozinho?
Em "Perdido em Marte", Ridley Scott mostra um homem solitário, a milhões de quilômetros de distância do planeta Terra, e que não tem a quem recorrer. A principal tarefa é a conseguir alimentos. O personagem de Matt Damon começa então a plantar sementes de batata.
Foto: 2015 Twentieth Century Fox
Um planeta inóspito
Mas como realizar essa tarefa quase impossível sem água nem oxigênio? Ridley Scott se aprofunda bastante na questão da sobrevivência e mostra como o botânico consegue, por fim, obter primeiros resultados na colheita, apesar das condições adversas. Mark Watney é uma espécie de Robinson Crusoe do espaço.
Foto: 2015 Twentieth Century Fox
Desafios técnicos
Mas a alimentação não é o único desafio de Mark Watney. Após finalmente ter conseguido reestabelecer contato com a Nasa na Terra, botânico e a equipe da agência espacial tentam descobir uma forma de resgatá-lo. A centenas de quilômetros de distância há uma nave espacial abandonada. Mark, então, precisa lidar com diversas dificuldades técnicas para alcançar o módulo com segurança.
Foto: 2015 Twentieth Century Fox
A barba cresce...
Mark Watney tem que esperar quase dois anos até o início de uma operação de resgate. E passa por transformações: no fim da história, ele está magro e com uma longa barba. Mas, com exceção do aspecto físico, Ridley Scott prefere não se aprofundar na interessante questão: o que se passa na cabeça de um homem que tem de sobreviver longe da Terra por tanto tempo?
Foto: 2015 Twentieth Century Fox
Final feliz no espaço
Na segunda parte do longa metragem, Ridley Scott alterna continuamente entre cenas em Marte e em diversas estações na Terra. Mas, por fim, "Perdido em Marte" é um filme de ficção científica convencial – Mark Watney é resgatado e todos ficam felizes.