Cientistas descobrem açúcar que pode substituir o glifosato
Christian Albustin mo
11 de março de 2019
Pesquisadores alemães identificam molécula de açúcar com efeito semelhante ao do controverso herbicida. De origem natural, substância tem potencial para tornar uso do glifosato desnecessário.
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Pesquisadores da Universidade de Tübingen, na Alemanha, descobriram uma substância, de origem natural, que tem os mesmos efeitos do controverso glifosato, o agrotóxico mais usado no Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e que é motivo de controvérsia devido a seus riscos para a saúde e o meio ambiente.
A alternativa natural é uma molécula de açúcar liberada por um tipo de cianobactérias, também chamadas de algas verde-azuladas. O grupo de pesquisadores conduzia estudos apenas para analisar a bactéria e descobriu a molécula de açúcar por acaso.
A cianobactéria em questão, a Synechococcus elongatus, éde água doce e bastante egoísta. Ela excreta o açúcar 7-desoxi-Sedoheptulose (7dSh) para inibir o desenvolvimento de cepas de bactérias concorrentes. A inibição é tão bem-sucedida que os cientistas quiseram saber o que há por trás do mecanismo.
Klaus Brilisauer e seus colegas Stephanie Grond e Karl Forchhammer descobriram que o 7dSh age sobre a mesma via metabólica que o glifosato.
"Ele age sobre outra enzima, mas é a mesma via metabólica, a chamada via do chiquimato", explicou Brilisauer em entrevista à DW. O efeito é o mesmo: as plantas tratadas com o açúcar têm seu crescimento interrompido.
Por meio da via do chiquimato, plantas e microrganismos produzem importantes aminoácidos. Dado que esse tipo de metabolismo não existe em formas mais avançadas de vida, como humanos e animais, o açúcar é inofensivo para a saúde delas. "Nós tratamos embriões de peixe-zebra com uma dose bem alta sem nenhum efeito negativo", disse Brilisauer.
A nova substância, entretanto, ainda não pode ser utilizada porque precisa ser testada fora dos laboratórios. Além disso, uma autorização para ser usada como herbicida também está pendente.
"Nós já estamos conversando com parceiros", afirmou Brilisauer. Inicialmente, os parceiros devem testar a substância, e apenas depois um pedido de aprovação de uso como herbicida será submetido. O processo pode levar 18 meses ou mais, mas Brilisauer está otimista.
"Nós esperamos uma boa degradabilidade e baixa ecotoxicidade", afirmou ele. Na prática, porém, justamente a degradabilidade pode arruinar o uso da substância. Se se degradar muito rapidamente em campo, ela não será capaz de desenvolver seu efeito inibidor de ervas daninhas.
Brilisauer não tem receio de que a Bayer, produtora do glifosato, tenha objeção à chegada de uma alternativa natural ao mercado. "No longo prazo, o glifosato vai desaparecer do mercado de toda forma", afirmou, acrescentando que a Bayer até seria bem-vinda para participar do desenvolvimento da substância. A Universidade de Tübingen já apresentou um pedido de patente.
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Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
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Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
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Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
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Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
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Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.