Planeta em torno de estrela anã vermelha e seria potencialmente habitável. Exoplaneta batizado de "Proxima b" fica a apenas 4,5 anos-luz da Terra e, segundo cientistas, poderia ser visitado no prazo de uma geração.
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Cientistas descobriram um planeta parecido com a Terra, que orbita ao redor de uma estrela numa zona com temperaturas que permitiriam a presença de água no estado líquido e, portanto, vida. A conclusão do estudo foi publicada nesta quarta-feira (24/08) na revista científica Nature.
O exoplaneta foi batizado de Proxima b e orbita em torno da estrela anã vermelha Proxima Centauri, a mais próxima do nosso Sol. A possibilidade da existência de vida nesses tipos de planetas fora do Sistema Solar é um tema de debate entre a comunidade científica internacional.
Estudos futuros poderão revelar se a atmosfera desse planeta possui componentes químicos que indicam a possibilidade de vida, como o metano.
Um planeta e três sóis
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"A questão fundamental da nossa iniciativa era descobrir se havia planetas potencialmente habitáveis orbitando em torno desse tipo de estrelas. Sabemos agora que há pelo menos um planeta com características semelhantes às da Terra", disse Pete Worden, do Observatório Europeu do Sul (ESO).
O Proxima b, localizado a 40 trilhões de quilômetros da Terra, é o mais próximo entre os 3,5 mil exoplanetas descobertos desde 1995, afirma o estudo.
"Este planeta rochoso é um pouco maior em massa do que a Terra e também pode ser o planeta mais próximo que possa abrigar vida fora do Sistema Solar", declarou o ESO, em um comunicado. O Proxima b tem pelo menos 1,3 vezes a massa terrestre e completa uma volta em torno de Proxima Centauri a cada 11,2 dias.
Astrônomos detectaram os primeiros sinais do Proxima b em 2013, mas precisaram de observações complementares, com instrumentos mais precisos, para confirmar as suspeitas. O estudo foi feito com o espectrógrafo HARPS do telescópio de 3,6 metros da ESO no Observatório La Silla, no Chile, e a estrela foi monitorada simultaneamente com outros telescópios do mundo.
Apesar de ser potencialmente habitável, os cientistas afirmam que outros fatores são fundamentais para isso, como uma atmosfera que o proteja e esquente. "Possibilidades existem, mas para verificar é muito trabalhoso. São muitas horas de observação, e com instrumentos que ainda nem existem", ressaltou Pedro Amado, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA) e um dos autores do estudo.
"No marco deste projeto, Proxima b constitui o único planeta que poderia ser visitado no prazo de uma geração", acrescentou Amado.
CN/efe/rtr/afp
Sonda indiana em Marte
Dia histórico para a Índia: após dez meses de viagem, a sonda espacial Mangalyaan entrou na órbita do Planeta Vermelho – e isso logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research Organisation
O quase impossível
Tudo correu conforme o planejado: quando a sonda Mangalyaan alcançou a órbita de Marte, nas primeiras horas do dia, os cientistas da organização espacial indiana Isro, em Bangalore, romperam em aplausos. E o primeiro-ministro também aplaudiu: "Hoje fizemos história", disse Narendra Modi. A Índia ousou "se lançar em um novo mundo e alcançou o quase impossível".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NV
De primeira
Com o feito, a Índia entra para um clube de elite, disse o premiê. Afinal, somente Estados Unidos, Rússia e Europa haviam conseguido chegar a Marte. E, para provar que missões ao planeta vermelho não são tarefa fácil, basta olhar as estatísticas: das 51 realizadas até hoje, 30 falharam. A Índia, por outro lado, conseguiu logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NV
Antes dos chineses
Um dos principais motivos de orgulho para Índia é ter vencido a corrida espacial na Ásia: tanto o Japão quanto a China fracassaram em tentativas anteriores. "Claro que a decisão de enviar uma sonda a Marte também teve motivações políticas", afirmou Rajeswari Pillai Rajagopalan, especialista em política externa da Observer Research Foundation, um think tank de Nova Déli.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research Organisation
Sinais de vida
A Mangalyaan não deverá pousar em Marte. Em vez disso, os instrumentos no interior da sonda de 1.350 quilos deverão estudar a atmosfera e a superfície do planeta enquanto percorrem sua órbita. Assim, talvez eles possam responder se há metano no local, um sinal de que Marte já teria hospedado vida. As expectativas, porém, não são de nenhum resultado desbravador.
Foto: imago/United Archives
Com pouco dinheiro
Financeiramente, a Índia também estabelece novos padrões: a missão custou apenas 74 milhões de dólares (cerca de 178 milhões de reais), o que torna a missão indiana a Marte a mais barata da história. Os baixos custos podem transformar a Índia num forte concorrente na corrida espacial, avalia David Alexander, diretor do instituto espacial americano Rice.
Foto: picture-alliance/dpa
Made in India
Com exceção de alguns componentes eletrônicos, todas as partes da sonda foram projetadas e fabricadas na Índia, um país que está acostumado ao sucesso quando se trata de experiências espaciais. Há cinco anos, os indianos já haviam concretizado uma missão à Lua – também na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa
Parabéns da concorrência
O único porém da missão indiana a Marte: a sonda Maven, da Nasa, entrou na órbita de Marte apenas dois dias atrás. Mas a missão americana custou quase dez vezes mais do que a indiana. A Nasa parabenizou os indianos pelo sucesso.