Uma equipe internacional de astrônomos revelou a descoberta de três planetas a cerca de 40 anos-luz da Terra que são "potencialmente habitáveis". A conclusão da pesquisa foi publicada na revista científica Nature nesta segunda-feira (02/05).
Os planetas, que orbitam uma estrela anã de brilho muito fraco, possuem tamanho e temperaturas semelhantes às encontradas em Vênus e na Terra. Segundo os cientistas, essa é a melhor aposta até então na busca por vida fora do nosso planeta.
"Esta é a primeira oportunidade de encontrar vestígios químicos de vida fora do Sistema Solar", declarou o autor do estudo, Michael Gillon, astrofísico na Universidade de Liège, na Bélgica.
O cientista acrescentou que todos os três planetas têm a "combinação vencedora" de serem similares em tamanho à Terra, "potencialmente habitáveis" e próximos o suficiente para que suas atmosferas possam ser analisadas pela tecnologia atual.
Gillon e sua equipe monitoram a estrela anã, localizada na constelação de Aquário, a partir do telescópio robótico TRAPPIST, em La Silla, no Chile – operado de uma sala na Universidade de Liège.
Durante suas observações, os cientistas perceberam que a luz do astro desvanecia em intervalos regulares, indicando que objetos passavam entre ele e a Terra. Foi dessa forma que os astrônomos suspeitaram da existência de planetas em sua órbita.
Os estudos também revelaram que a pequena estrela, batizada de Trappist-1, é mais fria e vermelha que o Sol, e também muito menor, tem dimensões semelhantes à de Júpiter.
Dado o tamanho e a proximidade com uma estrela de baixa intensidade, os três planetas recém-descobertos podem ter regiões com temperaturas adequadas para sustentar água em sua forma líquida e, consequentemente, vida, acreditam os cientistas.
EK/afp/ap/rtr
Dia histórico para a Índia: após dez meses de viagem, a sonda espacial Mangalyaan entrou na órbita do Planeta Vermelho – e isso logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research OrganisationTudo correu conforme o planejado: quando a sonda Mangalyaan alcançou a órbita de Marte, nas primeiras horas do dia, os cientistas da organização espacial indiana Isro, em Bangalore, romperam em aplausos. E o primeiro-ministro também aplaudiu: "Hoje fizemos história", disse Narendra Modi. A Índia ousou "se lançar em um novo mundo e alcançou o quase impossível".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NVCom o feito, a Índia entra para um clube de elite, disse o premiê. Afinal, somente Estados Unidos, Rússia e Europa haviam conseguido chegar a Marte. E, para provar que missões ao planeta vermelho não são tarefa fácil, basta olhar as estatísticas: das 51 realizadas até hoje, 30 falharam. A Índia, por outro lado, conseguiu logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NVUm dos principais motivos de orgulho para Índia é ter vencido a corrida espacial na Ásia: tanto o Japão quanto a China fracassaram em tentativas anteriores. "Claro que a decisão de enviar uma sonda a Marte também teve motivações políticas", afirmou Rajeswari Pillai Rajagopalan, especialista em política externa da Observer Research Foundation, um think tank de Nova Déli.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research OrganisationA Mangalyaan não deverá pousar em Marte. Em vez disso, os instrumentos no interior da sonda de 1.350 quilos deverão estudar a atmosfera e a superfície do planeta enquanto percorrem sua órbita. Assim, talvez eles possam responder se há metano no local, um sinal de que Marte já teria hospedado vida. As expectativas, porém, não são de nenhum resultado desbravador.
Foto: imago/United ArchivesFinanceiramente, a Índia também estabelece novos padrões: a missão custou apenas 74 milhões de dólares (cerca de 178 milhões de reais), o que torna a missão indiana a Marte a mais barata da história. Os baixos custos podem transformar a Índia num forte concorrente na corrida espacial, avalia David Alexander, diretor do instituto espacial americano Rice.
Foto: picture-alliance/dpaCom exceção de alguns componentes eletrônicos, todas as partes da sonda foram projetadas e fabricadas na Índia, um país que está acostumado ao sucesso quando se trata de experiências espaciais. Há cinco anos, os indianos já haviam concretizado uma missão à Lua – também na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpaO único porém da missão indiana a Marte: a sonda Maven, da Nasa, entrou na órbita de Marte apenas dois dias atrás. Mas a missão americana custou quase dez vezes mais do que a indiana. A Nasa parabenizou os indianos pelo sucesso.
Foto: picture-alliance/dpa/Lockheed Martin