O sinal mais forte até agora de possível vida fora da Terra
17 de abril de 2025
Pesquisadores descobriram indicador de um processo biológico em planeta a 120 anos-luz da Terra. São necessários mais dados e estudos para avaliar possível existência de organismos vivos.
Exoplaneta K2-18 teria potencial para possuir atmosfera rica em hidrogênio e superfície coberta por águaFoto: M. Kornmesser/ESA/HUBBLE/AFP
Anúncio
Uma equipe de cientistas anunciou nesta quarta-feira (16/04) ter encontrado os sinais mais fortes até agora de possível vida em um planeta além do nosso Sistema Solar.
"O que descobrimos neste momento são indícios de possível atividade biológica fora do Sistema Solar", disse Nikku Madhusudhan, astrofísico da Universidade de Cambridge.
Em coletiva de imprensa, Madhusudhan disse que o primeiro indício de um mundo alienígena potencialmente habitado foi a detecção de "impressões digitais" químicas de gases que na Terra são produzidos apenas por processos biológicos.
"Este é um momento revolucionário", disse o pesquisador aos jornalistas ao divulgar a descoberta potencialmente transformadora obtida com a utilização do telescópio espacial James Webb.
Anúncio
Vida extraterrestre em K2-18 b?
A equipe se apressou em pedir cautela, afirmando que não estava anunciando a descoberta de organismos vivos reais e que mais observações eram necessárias para determinar exatamente o que eles estavam observando.
O estudo, publicado na publicação científica Astrophysical Journal Letters, afirma que os pesquisadores descobriram uma possível bioassinatura ou um indicador de um processo biológico em um planeta que orbita uma estrela a 120 anos-luz da Terra.
Essa evidência potencial de vida microbiana está em um planeta chamado K2-18 b, que tem cerca de 8,6 vezes a massa da Terra e um diâmetro cerca de 2,6 vezes maior que o do nosso planeta.
Cientistas já haviam revelado a presença de moléculas portadoras de carbono, incluindo metano e dióxido de carbono (moléculas à base de carbono são os blocos de construção da vida) no exoplaneta – nome dado a um planeta que orbita estrelas fora do nosso Sistema Solar.
Estudos anteriores sugeriram que o K2-18 b poderia ser um exoplaneta de uma classificação denominada hycean, que são planetas com potencial para possuir uma atmosfera rica em hidrogênio e uma superfície coberta por oceanos de água.
Busca por vida fora da Terra requer paciência
Christopher Glein, cientista principal da divisão de ciência espacial do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, no Texas, descreveu K2-18 b como "um mundo tentador", mas alerta que a comunidade científica deve ter "o cuidado de testar os dados o mais exaustivamente possível".
Sara Seager, professora de ciência planetária no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), também pediu paciência, apontando para um caso em que alegações anteriores de vapor d'água na atmosfera do K2-18 b revelaram se tratar de um gás diferente.
rc/bl (AFP, Reuters)
As mais curiosas imagens do espaço em 2024
A China explorou pela primeira vez o lado oculto da Lua. Também impressionantes são as fotos de uma "galáxia sem estrelas", de um eclipse anular e de erupções solares.
Foto: HanxQiyang/Xinhua/IMAGO
Viagem chinesa ao lado oculto da Lua
Pode não parecer a imagem mais espetacular da lua, mas não se deixe enganar: este é o momento em que a espaçonave Chang'e 6, da China, foi lançada do outro lado da lua, em junho de 2024, para trazer de volta à Terra as primeiras amostras de rocha e poeira daquela região lunar pouco explorada.
Foto: Jin Liwang/IMAGO
Tortuosa missão japonesa
A ida do Japão à Lua em janeiro também foi um sucesso, apesar de seu Módulo de Aterrissagem Inteligente para Investigar a Lua (Slim, na sigla em inglês) ter aterrissado de forma errada. Um problema de motor durante o pouso fez com que os painéis solares ficassem no ângulo errado. Por isso, eles inicialmente não forneceram energia. Mas após nove dias, a energia voltou e o módulo iniciou sua missão.
Foto: Uncredited/JAXA/Takara Tomy/Sony Group Corporation/Doshisha University/AP/dpa/picture alliance
Um buraco negro que morde
Uma equipe de pesquisa europeia descobriu esse sistema composto por um buraco negro e sua estrela binária VFTS 243 – essa é uma imagem pós-processada. A descoberta fornece novas perspectivas sobre como os buracos negros se formam a partir da massa estelar. A VFTS 243 está localizada na Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 200 mil anos-luz da Terra.
Foto: Cover-Images/IMAGO
Quatro erupções simultâneas
Em abril de 2024, quatro erupções solares irromperam quase simultaneamente em diferentes locais da superfície do Sol. De acordo com a Nasa, que registrou o evento, isso quase resultou em uma tempestade solar em direção à Terra. Era a indicação de que a atividade solar atingia seu pico em um ciclo de 11 anos em 2024.
Foto: NASA/SDO/AIA/EVE/HMI science teams
Parece uma galáxia sem estrelas
Pesquisadores descobriram uma formação semelhante a uma galáxia que parece não ter quase nenhuma estrela. Os pesquisadores do US Green Bank Observatory encontraram a massa de poeira e gás por mero acaso. Ela consiste, em grande parte, de hidrogênio e matéria escura. Ela é invisível ao olho humano e só foi descoberta por sinais de rádio que a equipe captou por acaso.
Foto: STScI/NSF/GBO/P. Vosteen
Estrela em seus últimos momentos
Este é o primeiro registro próximo da estrela WOH G64, fora de nossa galáxia, em seu último estágio de vida. A WOH G64 está localizada na Grande Nuvem de Magalhães. A imagem, registrada pelo Observatório Europeu do Sul, mostra a estrela enquanto ela ejeta gás e poeira. "Esse é o último estágio antes de sua supernova", anunciou o observatório em novembro de 2024.
Foto: K. Ohnaka et al./ESO/REUTERS
Um raro eclipse anular
Outra raridade: o eclipse anular em outubro de 2024. Esses eclipses solares ocorrem quando a lua não cobre completamente o sol quando vista da Terra. A ocorrência desse "anel de fogo ao redor do sol" depende da distância da lua em relação à Terra e de onde o espetáculo é visto. Esta foto foi tirada na Ilha de Páscoa, no Chile.