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Cientistas recuperam fragmentos de meteorito

18 de fevereiro de 2013

Academia Russa de Ciências confirmou que os pedaços de rocha negra porosa encontrados no Lago Tchebarkul têm origem extraterrestre. Procura de amostras já deu origem a mercado paralelo na internet.

Foto: Reuters

Segundo informações da Academia Russa de Ciências, divulgadas nesta segunda-feira (18/02), os fragmentos de rocha negra porosa encontrados no Lago Tchebarkul, nos arredores da cidade de Tcheliabinsk, pertencem ao meteorito caído na região em 15 de fevereiro.

A declaração se baseia na análise química das dezenas dos minúsculos fragmentos encontrados no lago após a explosão do objeto celeste nos céus da região dos Montes Urais, a algumas dezenas de quilômetros do solo. A força liberada na atmosfera foi 30 vezes superior à da bomba atômica que destruiu Hiroshima em 1945.

Segundo a Universidade Federal dos Urais, o meteorito pertence à classe dos condritos ordinários, os quais apresentam grânulos de minerais. Estima-se que a atual amostra contenha cerca de 10% de ferro, além de crisólito e sulfito. Meteoritos são corpos celestes que atingem a superfície da Terra, enquanto meteoros tangenciam o planeta, mas são consumidos na atmosfera, sem tocar o solo.

Mercado paralelo

Uma vez que os fragmentos encontrados em torno do Tchebarkul são das camadas superficiais do meteorito , sua massa principal deve, forçosamente, se encontrar no lago, declarou Viktor Grokhovsky, membro da Academia Russa de Ciências, à agência de notícias Interfax. Ele e sua equipe operam independentemente do governo russo.

A busca por vestígios do corpo celeste já mobilizou a um mercado paralelo. Caçadores russos de fragmentos celestes colocaram anúncios na internet oferecendo até 300 mil rublos (cerca de 20 mil reais) por um pedaço autêntico do meteorito de Tcherbakul. Em reação, as autoridades de Tcheliabinsk isolaram a área em torno do lago, a fim de impedir o acesso da mídia ou de pesquisadores independentes à caça de amostras.

Reconstrução

Paralelamente ás investigações científicas, a população de Tcheliabinsk trabalha na recuperação da cidade. O inverno rigoroso, com temperaturas em torno de -12ºC durante o dia, torna o reparo das janelas uma prioridade. Cerca de 24 mil pessoas, incluindo voluntários, trabalham na região atingida. Inicialmente foram colocadas coberturas plásticas nas janelas e foi organizada a distribuição de roupas quentes e comida, a fim de minimizar os problemas provocados pelo incidente.

Explosão do objeto celeste danificou milhares de prédiosFoto: picture-alliance/dpa

As autoridades locais acreditam que todas as janelas serão reparadas permanentemente no prazo de uma semana. Vidraceiros de regiões adjacentes foram mobilizados para dar conta da demanda que chega a 200 mil metros quadrados de vidro. Cerca de 1.200 pessoas ficaram feridas no incidente e quase 5 mil prédios sofreram danos. Estima-se que 100 mil pessoas viviam nessas construções. O governador Mikhail Yurevitch declarou no sábado que os prejuízos estão estimados em 1 bilhão de rublos (cerca de 65 milhões de reais).

Também em Cuba e nos EUA

Neste domingo, as autoridades cubanas também receberam relatos de moradores da região de Rodas, no centro do país, sobre um fenômeno similar ao ocorrido na Rússia, porém em escala menor. Moradores relataram à emissora de TV estatal terem ouvido um ruído alto de detonação, fazendo tremer as paredes das casas e edifícios. No entanto, não há registro de feridos ou de danos materiais.

Cubanos e norte-americanos relataram fenômenos semelhantesFoto: picture-alliance/dpa

Nos Estados Unidos, residentes da região da baía de San Francisco relataram terem visto uma bola de fogo no céu. Cientistas acreditam tratar-se de pedaços de rocha vindos do espaço. Pesquisas apontam que cerca de dez pequenos meteoritos atingem o planeta a cada ano.

IE/ap/afp
Revisão: Augusto Valente

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