Equipes de resgate tiram 45 pessoas vivas dos escombros desde a noite de sexta. Trabalhos de busca prosseguem, mas esperanças de encontrar sobreviventes diminuem. Abalo de magnitude 6,8 atingiu região leste do país.
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Equipes de resgate prosseguiram neste domingo (26/01) as operações de busca de sobreviventes sob escombros de prédios na cidade turca de Elazig, no leste da Turquia, depois que um terremoto de magnitude 6,8 sacudiu a região na noite de sexta-feira e deixou pelo menos 35 mortos.
Um total de 45 pessoas foram retiradas vivas dos escombros, disseram autoridades. Mas as esperanças de encontrar mais sobreviventes estão diminuindo, enquanto equipes lutam para vasculhar as ruínas sob baixas temperaturas. Uma centena de pessoas foi hospitalizada, 13 delas, em estado grave.
Muitas pessoas na província de Elazig e nas proximidades de Malatya passaram várias horas e mesmo dias sob pilhas de escombros antes que as equipes de resgate pudessem alcançá-las.
Uma mulher de 35 anos chamada Ayse Yildiz ficou presa por 28 horas sob destroços de seu prédio em Elazig, junto com sua filha de 2 anos, Yusra. Segundo a mídia turca, equipes de resgate retiraram a menina dos destroços por volta das 20h30 (hora local) de sábado. Mas o resgate da mãe demorou quase cinco horas adicionais, porque ela estava com o braço preso sob uma pilha de escombros.
Outra mulher, chamada Azize, foi retirada dos escombros depois de ficar presa por 17 horas, no bairro Mustafapasa. Ela entrou em contato com as autoridades e falou com um trabalhador por telefone durante o resgate, informou a agência de notícias Anadolu.
O menino Mirac Disli, de 12 anos, foi resgatado após 11 horas, mas morreu no hospital, informou a mídia turca. Ele ficou preso com sua mãe grávida de seis meses, Pinar, e seu pai, Meric, que foram resgatados 12 horas após o terremoto e estavam hospitalizados.
A Presidência da Turquia para Gerenciamento de Desastres e Emergências (AFAD) disse que 18 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em Elazig, a região mais atingida pelo terremoto. O epicentro do abalo, de magnitude 6,8, foi na pequena cidade de Sivrice, aproximadamente 30 quilômetros ao sul de Elazig.
O tremor deixou, além dos 35 mortos, mais de 1,6 mil pessoas feridas. A AFAD disse que 76 edifícios foram destruídos e mais de mil foram danificados.
Em uma entrevista coletiva em Istambul neste domingo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que todos os esforços estão sendo feitos para aliviar as condições das vítimas. Ele também prometeu fornecimento de abrigo o mais rápido possível para aqueles que ficaram sem casa.
"Todos os esforços foram feitos para garantir que os cidadãos cujas casas desabaram ou foram danificadas não sofram neste período de inverno", disse Erdogan.
O devastador abalo sísmico de janeiro de 2010 atraiu solidariedade mundial e doações bilionárias para o Haiti. Dez anos depois, pobreza e corrupção dão o tom no pobre estado caribenho. Mas há esperança de mudanças.
Foto: picture-alliance/AP Images/D. N. Chery
Um país em ruínas
Pouco antes das 17 horas de 12 de janeiro de 2010: um abalo sísmico atinge o Haiti. A escala Richter atinge a marca de 7,0 – a destruição é devastadora, em alguns lugares 90% dos edifícios desabam. Pelo menos 200 mil pessoas morrem e mais de 1 milhão ficam desabrigadas. O dano econômico de 6,6 bilhões de dólares excede o PIB anual do país insular caribenho.
Foto: AP
Catástrofe na pobre ilha
Janeiro de 2011: cruzes demarcam uma vala comum perto da capital Porto Príncipe. O terremoto atingiu um país já problemático. Assim como hoje, em 2010 o Haiti era o mais pobre do hemisfério ocidental, e sofria de superpopulação e corrupção. Desastres naturais não eram incomuns. Uma epidemia de cólera que se sucedeu ao terremoto matou milhares.
Foto: A.Shelley/Getty Images
Solidariedade mundial
Um momento de relaxamento em março de 2010, num acampamento para vítimas do sismo. Nações Unidas, Os fundos para a reconstrução vieram de ONGs e indivíduos de todos os cantos do mundo – em parte com sucesso sustentável. Muitas organizações de ajuda humanitária realizaram um trabalho eficaz, por exemplo, na construção de casas.
Foto: AP
Ajuda problemática
Na emergência imediata após o terremoto, as doações de alimentos dos EUA ajudaram as pessoas afetadas, explicou o cientista político Bert Hoffmann, em entrevista à DW. "No longo prazo, porém, o arroz gratuito dos Estados Unidos levou os agricultores do Haiti à falência. Essa ajuda não criou estruturas sustentáveis para o país, mas as destruiu e aumentou a dependência."
Foto: AP
A crise depois da crise
À espera de trabalho: dez anos após o terremoto, a qualidade de vida da maioria dos haitianos não melhorou – pelo contrário. Mais da metade da população vive abaixo da linha de pobreza, de dois dólares por dia. Segundo a ONG Welthungerhilfe, 35% da população depende de doações de alimentos. E a organização Médicos sem Fronteiras reclama da falta de atendimento básico.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Blackwell
Mortes em protestos
Há um ano e meio, desemprego, inflação, crime e nepotismo têm levado os haitianos a protestar nas ruas – como nesta imagem de novembro de 2019. Dezenas morreram em confrontos entre polícia e manifestantes. "O risco de uma guerra civil está aumentando no Haiti", alerta Pirmin Spiegel, chefe da organização de ajuda humanitária Misereor.
Foto: imago images/Agencia EFE/J. M. Herve
Moïse não quer deixar a presidência
A ira das ruas é direcionada a este homem: Jovenel Moïse, presidente do Haiti desde 2017. Entre outras coisas, a oposição o acusa de ter desviado verbas de um fundo de solidariedade. Moïse rejeita a acusação e se recusa a renunciar. Quando o parlamento voltar a se reunir em 13 de janeiro, a maioria dos mandatos terá expirado, e teoricamente Moïse poderia então governar por decreto.
A oposição está fragmentada, mas os ativistas querem continuar a luta por mudanças. "Precisamos de um governo que responda às nossas necessidades", diz Rese Domini (foto), da organização haitiana de direitos civis Monegaf. Ativistas exigem a renúncia de Moïse, um processo anticorrupção e a mudança radical no sistema.
Foto: Reuters/V. Baeriswyl
"Silêncio da Europa"
Enquanto isso, organizações humanitárias pedem ação da comunidade internacional. Quando se trata de ajuda alimentar, os produtos locais devem ter prioridade "para impulsionar a economia doméstica", indicou a Welthungerhilfe em novembro. E a Alemanha e a União Europeia também deveriam fazer campanha por uma mudança política no Haiti, aconselha a Misereor.
Dezembro de 2019, em Porto Príncipe: duas amigas assistem a um filme na praia. A crise contínua não deve ofuscar o fato de que "existem muitas estruturas familiares e locais no Haiti que funcionam", frisa o cientista político Hoffmann. O Estado caribenho "não é um inferno na Terra, mas um país muito pobre, geralmente pacífico e com uma grande cultura".