Pesquisa americana mostra que e-cigarros são mais nocivos do que muitos pensam: fumantes arriscam ter doenças cardíacas e psíquicas. No entanto, os cigarros tradicionais são ainda mais perigosos.
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Fumantes de e-cigarros possuem risco 56% maior de ter um ataque cardíaco em comparação com não fumantes. O risco de um acidente vascular cerebral (AVC) é cerca de 30% maior. Depressão, transtornos de ansiedade e emocionais são cerca de duas vezes mais comuns do que em não fumantes.
Esses dados vêm do estudo de uma equipe da Escola de Medicina do Kansas, liderada por Mohinder Vindyhal. A pesquisa será apresentada por Vindyhal no Congresso de Cardiologia ACC19, em Nova Orleans, em 18 de março próximo.
"Descobrimos que não importa quantas vezes você consome e-cigarros, e mesmo que isso aconteça em alguns dias por semana, é mais provável que você tenha um ataque cardíaco ou uma doença coronariana", afirmou o professor de Medicina.
Seu estudo refuta a crença generalizada de que os cigarros eletrônicos são menos perigosos porque não produzem fumaça e, portanto, menos toxinas do processo de combustão entram nos pulmões.
Na pesquisa, no entanto, os cigarros normais tiveram um desempenho significativamente pior do que os cigarros eletrônicos: o risco de um ataque cardíaco foi 165% maior, assim como a probabilidade de uma doença arterial coronariana (94% maior) e de um acidente vascular cerebral (78% maior).
Para sua pesquisa, Vindyhal usou dados de um estudo em grande escala do Centro de Saúde dos EUA.
Nessa pesquisa, 96.467 participantes responderam – em 2014, 2016 e 2018 – questões sobre seu uso ou não uso de cigarros eletrônicos. Com idade média de 33 anos, os consumidores de e-cigarros eram mais jovens que os de cigarros normais, com idade média superior a 40 anos.
Provavelmente muitos consumidores de cigarros eletrônicos também costumavam fumar tabaco no passado. Nesse contexto, o aumento do número de doenças cardíacas também poderia ter algo a ver com isso.
Também surge a questão de saber se o alto número observado de pessoas com depressão pode ter algo a ver com o fato de que os pacientes com doenças psíquicas são mais propensos ao consumo de estimulantes. Observadores apontam que pode se tratar de uma confusão entre causalidade e correlação.
No entanto, Vindyhal se atém à sua conclusão. "Até agora, pouco se sabia sobre doenças cardíacas em conexão com o uso de cigarros eletrônicos", disse o médico. "Esses dados devem nos despertar para entrarmos em ação e aumentar a conscientização sobre os perigos dos cigarros eletrônicos."
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De James Dean a Uma Turman, eles são cercados de fumaça. O tabagismo tem sido coadjuvante frequente nas telas. Principalmente nas décadas passadas, quando cigarro ainda era sinônimo de charme e sofisticação.
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Rebelde sem filtro
James Dean foi o ídolo de uma geração. Em "Juventude transviada", seu cigarro era sinal de rebeldia contra os costumes dos anos 50. Ele se tornou o primeiro "bad boy" de Hollywood, eternizando também o conjunto calça jeans e camiseta como um símbolo da rebeldia.
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O detetive blasé
Ninguém conseguia fumar de forma mais relaxada que Humphrey Bogart. Como investigador Philip Marlowe, no filme "À beira do abismo", ele encantou fãs e críticos nos anos 40. Seu cigarro era uma das poucas coisas que emitiam luz nessa película sombria, uma autêntica representante do cinema noir.
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Bonequinha fumante
Até hoje, o clássico "Bonequinha de luxo", com Audrey Hepburn, é sinônimo do glamour dos anos 60. Nele, a piteira esfumaçante é um acessório elegante que acompanha o chapéu e a luva. Na época, o fumo fazia parte dos bons modos da classe alta e não podia faltar nas festas.
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Um atrás do outro
Fosse lendo jornal, dirigindo, flertando ou mesmo fugindo da polícia, o cigarro era companhia inseparável de Jean-Paul Belmondo em seus filmes, como em "Acossado", de Jean-Luc Godard, seu primeiro grande sucesso. Na película, ele acendia um cigarro na brasa do que acabara de fumar.
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Um gentleman
James Bond tinha a arma em uma mão, o cigarro na outra e uma bondgirl sempre por perto. Nesta cena, o agente secreto é interpretado por Sean Connery. Em 2002 houve um grande debate se os filmes de 007 incluíam comerciais disfarçados de cigarros.
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O gênio inquieto
O grande detetive Sherlock Holmes desvenda crimes no cinema desde 1939. E o cachimbo é um de seus acessórios inseparáveis. Aqui, ele é interpretado por Roger Moore. Numa série recente da BBC para a televisão, Holmes não fuma mais, optando pelos adesivos de nicotina.
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A esposa do chefão
Em "Pulp Fiction", Uma Thurman interpreta a drogada Mia Wallace, mulher do líder do tráfico Marcellus Wallace. Entre uma baforada e outra, ela filosofa sobre o sentido da vida e tece diálogos espirituosos que contribuíram para tornar o filme um clássico.
Foto: picture alliance/KPA
O publicitário esfumaçante
A séria televisiva "Mad Men" trouxe de volta o estilo de vida dos anos 60, tematizando o cigarro e as propagandas para promover o produto. Durante as filmagens, os atores tinham que tragar cigarros de ervas devido à lei trabalhista americana. Sem o cigarro, não teria sido possível reconstruir o espírito da época.
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O cowboy intrépido
O herói do velho oeste Lucky Luke atira mais rápido que sua sombra. E depois do trabalho cumprido, ele gosta de apreciar um cigarrinho. Desde o começo dos anos 80, entretanto, o acessório é substituído por uma palha. A mudança rendeu ao ilustrador Morris uma medalha de reconhecimento da Organização Mundial da Saúde.