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Cigarro em caixão de defunto

rw20 de janeiro de 2003

Tráfico de cigarros é um dos negócios mais lucrativos do crime organizado. Itália, Inglaterra e Alemanha lideram lista de apreensão de cigarros. Fábrica alemã acusada de transgredir embargo que proíbe vendas ao Iraque.

Uma batida envolvendo centenas de policiais à fábrica da Reemtsma, em Hamburgo, na semana passada, trouxe à tona, mais uma vez, a problemática do contrabando de cigarros na Alemanha. A subsidiária da britânica Imperial Tobacco é acusada de, no ano 2000, ter transgredido o embargo da ONU e vendido 17 milhões de cigarros ao Iraque, através de uma firma da Turquia. A avaliação do material apreendido deve durar alguns meses.

O contrabando de cigarros, o tráfico de drogas, o comércio com seres humanos, a venda ilegal de carros e a lavagem de dinheiro são as atividades mais lucrativas do crime organizado na Europa. As estimativas variam, mas acredita-se que, por causa do tráfico de cigarros, os cofres públicos deixam de arrecadar até um bilhão de euros ao ano.

O combate ao contrabando internacional é muito difícil. A polícia de fronteira calcula que, para cada cinco caminhões flagrados com cigarros na fronteira, passaram outros dez despercebidos. Pela sua localização na Europa, a Alemanha é centro de trânsito de cigarros contrabandeados. A Inglaterra, onde a carteira custa sete euros, é o principal destino dos cigarros ilegais. Em segundo lugar está a Itália, país de longa tradição neste tipo de crime.

Criatividade no disfarce

A tática usada pelos contrabandistas para esconder o produto é cada vez mais criativa. Ele já foi apreendido em caixões de defunto, em caixas para pizza, vidros de conserva e inclusive misturados com areia – para disfarçar o peso – em baldes com a inscrição "chucrute" ou "pepinos em conserva".

O produto pode ser tanto de fabricação alemã como de outras nações da União Européia. Ele é exportado legalmente para os países do Leste, sem o pagamento de taxas. Lá, é recebido pelas empresas que organizam os carregamentos ilegais. Para disfarçar, é comum estes carregamentos ainda atravessarem outros países distantes, até retornarem à Alemanha.

Embora esteja diminuindo de volume, os responsáveis pelo contrabando tornam-se cada vez mais organizados, geralmente em redes internacionais. Enquanto as autoridades alemãs de fronteira apreenderam, em 1999, 653 milhões de cigarros sendo trazidos de forma ilegal ao país, em 2000 foram 1,1 bilhão e em 2001 um pouco menos, 984 milhões. Um caminhão com reboque carregado de cigarros pode render aos contrabandistas um milhão de euros.

O perigo de serem descobertos e as penas a que estão sujeitos valem o risco. Na segunda metade dos anos 90, a dura concorrência entre quadrilhas de contrabandistas vietnamitas em Berlim causou a morte de pelo menos 12 pessoas.

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