Cinco das Ilhas Salomão já desapareceram, diz estudo
Timothy Jones (pv)8 de maio de 2016
Pesquisa australiana afirma que elevação do nível do mar provocou desaparecimento de recifes desabitados e erosões graves em outras seis ilhotas. País insular é considerado lugar ideal para estudar a mudança climática.
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Um estudo australiano registra que cinco ilhas do país insular Ilhas Salomão desapareceram e outras seis sofreram graves erosões devido à subida do nível do mar. Os cientistas responsáveis acreditam que as informações do relatório podem ajudar em futuras pesquisas sobre os efeitos do aumento do nível do mar.
"Pelo menos 11 ilhotas do norte do arquipélago das Ilhas Salomão ou desapareceram completamente durante as últimas décadas ou estão atualmente sofrendo graves erosões", diz o texto, publicado na revista científica Environmental Research Letters.
Os pesquisadores analisaram imagens aéreas e de satélite de 33 ilhas, feitas entre 1947 e 2014, além de entrevistar residentes. As cinco formações que desapareceram eram todas ilhas de recifes de tamanho significativo e com vegetação. Embora não fossem povoadas, eram ocasionalmente usadas pelos pescadores.
O estudo também indica que dez casas foram arrastadas para o mar, entre 2011 e 2014, numa das outras seis ilhas de recifes que sofreram danos pela severa erosão resultante da subida do nível do mar. Além disso, as linhas costeiras recuaram em duas localidades, forçando comunidades, estabelecidas no mínimo desde 1935, a se mudarem.
Lições sobre a mudança climática
O principal autor do estudo, Simon Albert, comentou à agência de notícias AFP que o aumento do nível do mar nas Ilhas Salomão é quase três vezes superior à média global, tornando o arquipélago um lugar ideal para estudar o fenômeno.
Entre outros aspectos, o relatório estabeleceu uma conexão entre o aumento do nível do mar e a ocorrência de ondas maiores e, portanto, mais perigosas. A informação pode ser útil para futuros projetos científicos, afirma Albert.
Além dos desalojamentos mencionados, Taro, na província de Choiseul, deverá ser a primeira capital provincial do mundo forçada a realocar seus residentes e serviços para outras áreas, em consequência da subida das águas.
As Ilhas Salomão, que têm uma população total de cerca de 600 mil, também foram palco de outro fenômeno natural resultante da mudança climática em 2014: o Centro para Pesquisa de Epidemiologia de Desastres, sediado na Bélgica, classificou as inundações provocadas pelo ciclone tropical Ida como o desastre isolado mais mortal daquele ano.
Além das 21 vítimas imediatas das inundações, a maioria crianças com menos de 14 anos, outras dez crianças morreram nos dias seguintes, de diarreia e complicações relacionadas ao desastre natural. Nos meses seguintes, milhares de outros habitantes, sobretudo crianças menores de cinco anos, apresentaram gripe ou diarreia.
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.