Mais de 600 salas em 93 cidades se recusam a exibir "Era de Ultron", em meio a queda de braço com a Disney sobre porcentagem dos lucros com bilheteria.
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O filme Os Vingadores: Era de Ultron, da Disney, estreou nesta quinta-feira (23/04) na Alemanha. Mas os moradores de cidades pequenas – sobretudo as com menos de 50 mil habitantes – que quiserem assisti-lo terão que buscar cinemas de centros urbanos maiores.
Isso porque 686 cinemas de 193 cidades de diversas partes do país estão se recusando a exibir a sequência da série, apesar do grande apelo popular que ela possui. O filme original, lançado em 2012, arrecadou mais de 1,5 bilhão de dólares em bilheteria pelo mundo.
O motivo principal do boicote é a decisão da Disney de aumentar o aluguel do filme de 47,7% para 53% do total da venda de entradas. Além disso, irritou os proprietários de cinemas o fato de a produtora ter cortado verba de auxílio para divulgação e subsídios a óculos 3D.
"Abordar a indústria com essas condições não é apenas incomum, como também um escândalo", afirma Andreas Kramer, presidente da Associação de Cinemas Alemães.
Estima-se que foram gastos 3,4 bilhões de euros para equipar cinemas com sistema de projeção digital na Alemanha. Isso fez as companhias de distribuição economizarem bilhões, já que não têm mais a necessidade de produzir cópias físicas. Porém, argumenta Kramer, elas não deram qualquer tipo de contribuição à modernização das salas.
Não é a primeira vez que acontece um boicote do tipo na Alemanha. Em 2003, cerca de 200 cinemas se recusaram a exibir O Hulk depois de a Disney tentar elevar sua porcentagem nos lucros com bilheteria.
Os premiados no Oscar 2015
"Birdman", longa do mexicano Alejandro G. Iñárritu, ganhou quatro Oscars, incluindo melhor filme e diretor. Julianne Moore e Eddie Redmayne são melhor atriz e ator.
Foto: Getty Images/K. Winter
Um mexicano em Hollywood
Alejandro G. Iñárritu é considerado um dos cineastas mais inovadores do cinema mundial. Nascido em 1963 na Cidade do México, Iñárritu coroou a sua carreira com o Oscar de melhor filme por "Birdman ou (a inesperada virtude da ignorância)". No total, a produção norte-americana levou quatro estatuetas neste domingo (22/02).
Foto: Getty Images/K. Winter
Crítica à mídia
"Birdman ou (a inesperada virtude da ignorância)" também ganhou o prêmio na categoria de melhor diretor, melhor fotografia e melhor roteiro original. Já o ator Michael Keaton foi para casa sem o prêmio de melhor ator. O filme – que conta a história de uma ex-estrela de Hollywood em busca da fama perdida – abriu o Festival de Cinema de Veneza de 2014.
Foto: 71st Venice International Film Festival
"O Grande Hotel Budapeste" ganha quatro
"O Grande Hotel Budapeste" também levou quatro Oscar, mas em categorias menos importantes, como melhor design de produção, melhor figurino e melhor maquiagem e cabelo. Já para o compositor Alexandre Desplat, o Oscar de melhor trilha sonora foi um grande motivo de celebração.
Foto: Getty Images/K. Winter
Melhor ator é britânico
Michael Keaton, do premiado "Birdman", foi preterido em favor do jovem britânico Eddie Redmayne, que recebeu o prêmio pela atuação no filme "A teoria do tudo", no qual interpreta o físico Stephen Hawking. Redmayne, nascido em 1982 e até então não muito conhecido, já havia sido laureado com um Globo de Ouro.
Foto: Getty Images/K. Winter
Primeira vez para Julianne Moore
Mesmo com fortes concorrentes, a atriz norte-americana Julianne Moore ganhou o seu primeiro Oscar de melhor atriz com o longa "Para sempre Alice". No filme, Moore interpreta uma professora de linguística que descobre ter Alzheimer. "Para sempre Alice" já tinha rendido a ela o Globo de Ouro de melhor atriz, em janeiro de 2015.
Foto: Getty Images/C. Polk
Melhor documentário
Entre Sebastião Salgado e Edwar Snowden, o Oscar de melhor documentário foi para a história do delator do esquema de espionagem da NSA. O filme "Citizen Four", da diretora Laura Poitras – americana radicada em Berlim – conta a história de Snowden e faz parte de uma trilogia sobre os Estados Unidos após o 11 de Setembro.
Foto: Getty Images/K. Winter
Melhor filme estrangeiro
Na categoria melhor filme estrangeiro, a produção polonesa "Ida" venceu a concorrência de Rússia, Estônia, Mauritânia e Argentina. Em preto e branco, o filme recorda a invasão nazista durante a Segunda Guerra Mundial sob a ótica de uma jovem polonesa em busca de apoio e orientação.
Foto: arsenalfilm
"Boyhood" leva apenas uma estatueta
Indicado em várias categorias e uma das principais apostas para o Oscar de melhor filme, "Boyhood" acabou levando apenas uma estatueta – a de melhor atriz coadjuvante para Patricia Arquette. A atriz centrou o seu discurso nos direitos das mulheres na indústria cinematográfica, criticando, entre outros pontos, as diferenças salariais.
Foto: Getty Images/K. Winter
Surpresa da noite
O prêmio inesperado desta edição foi para o filme "Whiplash", que ganhou três estatuetas: melhor mixagem de som, melhor montagem e melhor ator coadjuvante para J.K. Simmons, que interpreta o fanático professor de música Terence Fletcher.
Foto: R. Beck/AFP/Getty Images
"Sniper Americano" leva uma estatueta
A produção de guerra "Sniper Americano" – dirigida por Clint Eastwood – também foi nomeada várias vezes e ganhou apenas um Oscar, na categoria melhor edição de som. A película suscitou polêmica antes da premiação. Conservadores e republicanos elogiam o filme que, para eles, conta a história de um herói americano. Democratas e liberais o rejeitam.
Foto: Courtesy of Warner Bros. Pictures/Keith Bernstein
Saldo final
A 87ª edição do Oscar deixou uma forte impressão. Excelentes filmes como "Birdman", "Boyhood" e "O Grande Hotel Budapeste" representam um cinema independente das grandes produções dos estúdios de Hollywood. Mas nem sempre é assim: nos últimos anos, os laureados – na maioria das vezes – foram filmes do circuito comercial.