Cinto de segurança, salva-vidas número um
31 de maio de 2004Quase 90% das mortes em acidentes de trânsito no mundo acontecem em países pobres. Na China, por exemplo, o número de vítimas fatais aumentou quase 250% desde os anos 70.
Já nos países ricos, o avanço tecnológico possibilitou o incremento da segurança nos automóveis a tal ponto que o número de vítimas fatais reduziu-se a menos da metade em relação a 30 anos atrás.
No ano passado, por exemplo, morreram nas estradas alemãs 6606 pessoas, o número mais baixo já verificado desde que começaram a ser feitas estatísticas no trânsito. Um número surpreendentemente baixo, se considerarmos o recorde de mortes, de 21.332 pessoas, em 1970, e o fato de hoje circularem muito mais automóveis nas ruas.
Técnica salvadora
Em comparação aos vizinhos europeus, há 15 anos a Alemanha vem ocupando a sexta posição na escala de segurança. Segundo esta lista, a Suécia, a Grã-Bretanha e a Holanda são mais seguras, enquanto a Grécia, Portugal e a Polônia estão na lanterna.A começar por medidas de proteção simples, como o encosto para a cabeça e o cinto de segurança, passando pelos airbags e o sistema de freios ABS, os veículos modernos estão cada vez mais equipados para proteger a vida de seus passageiros. Também a política de trânsito, com a construção de vias mais seguras para motoristas e pedestres, contribuiu para isso.
Segundo Ute Hammer, diretora do Conselho Alemão de Segurança do Trânsito (DVR), o que contribuiu muito para a diminuição do número de vítimas fatais no trânsito alemão foi o cinto de segurança: "Apesar de todas as novidades tecnológicas que os carros têm hoje, o cinto de segurança continua sendo o salva-vidas número um".
Cinto, indiscutível para os alemães
O uso do cinto de segurança é visto com muita naturalidade na Alemanha, onde 98% dos que andam de carro o usam. O que, no entanto, continua tabu, é a limitação da velocidade nas auto-estradas. O argumento mais comum é que apenas 30% das mortes acontecem neste tipo de rodovia.
Para melhorar a segurança no trânsito, já se consagraram também na Alemanha os treinamentos orientados para determinados grupos-alvo, como crianças e idosos.
O grande problema, no entanto, são os jovens motoristas entre 18 e 21 anos. "Neste ponto, somos consideravelmente atrasados em relação a outros países. Na Holanda, por exemplo, o número de motoristas mortos nesta faixa etária é apenas a metade em relação à Alemanha", assinala Rudolf Krupp, perito em trânsito.
A fim de conscientizar os jovens motoristas sobre sua responsabilidade, foi introduzida no país a chamada "segunda fase do treinamento de motoristas". Seis meses depois de ter recebido a carteira de habilitação, o jovem pode voltar à auto-escola, onde tem a possibilidade de repensar a forma como dirige.