Circo dos EUA anuncia que vai deixar de usar elefantes
5 de março de 2015
Críticas de associações de proteção dos animais e legislações que proíbem o uso levam o tradicional Ringling Bros Circus a retirar os elefantes de seus espetáculos a partir de 2018.
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Um dos circos mais tradicionais dos Estados Unidos, o Ringling Bros and Barnum & Bailey, vai deixar de usar elefantes em seus espetáculos a partir de 2018, como anunciou nesta quinta-feira (05/03) a empresa de entretenimento à qual pertence.
Com a aposentadoria, os 13 elefantes asiáticos usados nos espetáculos itinerantes passarão a viver num centro de conservação mantido pela empresa na Flórida, com 81 hectares. Hoje eles são parte essencial do espetáculo chamado de "O maior show da Terra".
Elefantes são uma das mais tradicionais atrações em espetáculos circenses em todo o mundo, mas as empresas enfrentam cada vez mais críticas de associações de defesa dos animais. O Ringling Bros and Barnum & Bailey Circus, que existe há quase um século, é acusado de maltratar os elefantes, e ativistas costumavam protestar em frente aos locais de espetáculo. A empresa nega a acusação.
Em 2014, a Feld Entertainment ganhou uma causa de 25,2 milhões de dólares contra as entidades de proteção dos animais, que não conseguiram provar que o circo maltrata seus elefantes. A batalha jurídica durou 14 anos.
A companhia afirmou que decisão de acabar com o uso dos elefantes foi uma resposta a mudanças nas preferências dos consumidores e na legislação e vai ajudar a empresa a focar na conservação de espécies ameaçadas.
"A decisão não foi fácil, mas atende aos melhores interesses da nossa companhia, dos nossos elefantes e dos nossos clientes", afirmou o presidente da Feld Entertainmen, Kenneth Feld.
Nos últimos anos, muitas cidades dos Estados Unidos criaram leis que proíbem o uso de elefantes em espetáculos, o que atrapalha os negócios da Feld Entertainment, já que o circo é itinerante. Por ano, o espetáculo é apresentado em 115 cidades, e as diferentes legislações sobre o uso de elefantes criam custos adicionais.
Ao todo, a empresa é dona de 43 elefantes asiáticos. Desses, 29 já vivem no centro de conservação na Flórida, 13 são usados no espetáculo e um está emprestado para outro circo, para procriação. Essa é a maior manada de elefantes da América do Norte. Segundo a Feld, cada elefante custa 65 mil dólares por ano para a empresa.
O centro de conservação na Flórida será aberto apenas para pesquisadores e cientistas interessados em estudar os elefantes asiáticos. Mas Feld disse que, mais tarde, talvez haja também uma possibilidade de visitação pública.
A empresa ainda deixou claro que tigres, leões, cavalos, cachorros e camelos continuarão a ser usados em seus espetáculos circenses.
AS/ap/rtr
2014: um ano difícil para a vida selvagem
Para amantes da natureza, mesmo pequenas vitórias são consideradas um sucesso. O ano de 2014 foi difícil para muitas espécies animais, mas ainda há esperança.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Rei sem reino
Poucas coisas simbolizam melhor a vida selvagem do que um grupo de leões durante a caça. No entanto, restam apenas 23 mil deles no mundo. Os últimos remanescentes vivem na África Ocidental e na Índia. Mais uma vez, a perda do habitat natural é uma das maiores ameaças.
Foto: Fotolia/EcoView
O último refúgio
O Parque Nacional de Salonga, na República Democrática do Congo, é considerado o último refúgio dos bonobos, parentes próximos dos chimpanzés. Cada vez mais caçadores penetram na área e ameaçam a sobrevivência dos animais e não há melhora em vista: o governo concedeu permissão para perfurações de poços de petróleo em algumas áreas do parque nacional.
Foto: flickr.com/graphicreality
Gigante desamparado
Apesar de serem os maiores animais terrestres, os elefantes pouco podem contra caçadores ilegais. Há 430 mil deles em estado selvagem, o que pode parecer um número alto, mas algumas populações já estão ameaçadas de extinção. Manadas se deparam com povoações humanas numa frequência cada vez maior.
Foto: picture-alliance/dpa
Poucas chances
O rinoceronte-branco do norte está em uma situação desesperadora. O último macho em condições de se reproduzir morreu de 2014 no Quênia. Restam apenas seis exemplares deles no mundo, o que não é suficiente para assegurar a sobrevivência da espécie. Rinocerontes são caçados principalmente por causa de seus chifres.
Foto: picture alliance/WILDLIFE
Peregrinos alados
Todos os anos, um número incontável de borboletas-monarcas fazem uma longa viagem do Canadá ao México. No futuro, este espetáculo imponente da natureza pode se tornar uma raridade. A população desses insetos diminuiu 44% em apenas um ano, um recorde negativo.
Foto: MARIO VAZQUEZ/AFP/Getty Images
Colosso em apuros
Com as suas enormes presas e pele grossa, morsas são animais impressionantes. Ao lado dos ursos polares, elas são as mais famosas vítimas das mudanças climáticas. No outono de 2014 do Hemisfério Norte, 35 mil morsas encalharam na costa do Alasca. Os animais costumam descansar sobre blocos de gelo no mar. O problema é que eles estão derretendo rapidamente.
Foto: picture-alliance/AP Photo/U.S. Fish and Wildlife Service
Parentes do homem
Atualmente 94% dos primatas estão na lista das espécies ameaçadas. A relação inclui alguns lêmures, como o grande indri e o lêmure rato de Berthe. Lêmures só existem em Madagascar. As razões para o declínio das populações são conhecidas: a destruição do habitat natural e a caça ilegal.
Foto: imago/blickwinkel
Gentil preguiçoso
Mesmo que a situação global dos primatas seja ruim, para os gorilas-da-montanha há uma boa notícia: a petrolífera Soco International encerrou a extração no Parque Nacional de Virunga, lar de cerca de 200 gorilas-da-montanha. A ameaça para les ainda é grande, mas esta última notícia dá, pelo menos, uma ponta de esperança.
Foto: Reisedoktor/Wikipedia
Recuperação lenta
No que diz respeito à sobrevivência da baleia azul, por muito tempo só havia perspectivas ruins. Agora, o Chile criou um santuário de 70 mil hectares para o maior ser vivo do planeta. As baleias criam seus filhotes na região costeira. Hoje já existem 25 mil baleias azuis nadando pelos mares – número que poderia ser ainda maior.
Foto: picture alliance/WILDLIFE
Bela barba!
Não só os animais na remota selva africana estão ameaçados de extinção. O abutre-barbudo já voou soberano sobre os Alpes. Atualmente, restam apenas 150 dessas aves. Organizações como o WWF tentam estabilizar o número de indivíduos através da reintrodução de animais na natureza. Em 2014, dois novos abutres-barbudos foram soltos. Tomara que a iniciativa dê certo!
Foto: imago/Hohlfeld
O alce voltou!
A Alemanha voltou a ter vida selvagem. Nos últimos anos, lobos e ursos puderam ser vistos novamente no país. Em meados de 2014, um alce invadiu um escritório em Dresden. Parece ter sido uma maneira muito direta de dizer "voltei, me proteja!"