1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Ciro acompanha PDT e anuncia apoio a Lula no segundo turno

4 de outubro de 2022

Logo após seu partido declarar apoio ao petista, Ciro Gomes publica vídeo endossando a posição, mas sem citar Lula nominalmente. "Única saída", diz pedetista, que terminou o primeiro turno em quarto lugar.

Ciro Gomes sério
Quarto colocado, Ciro Gomes teve 3,04% dos votos para presidenteFoto: Adriano Machado/REUTERS

O PDT anunciou nesta terça-feira (04/10) apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno  das eleições contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Logo após o anúncio, o candidato pedetista derrotado ao Planalto, Ciro Gomes, divulgou um vídeo confirmando seu apoio à decisão do partido, mas sem citar Lula nominalmente. 

"Acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias, é a única saída. Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias", afirmou o ex-ministro no vídeo, que também foi compartilhado no Twitter do PDT. 

Quarto colocado no primeiro turno, Ciro disse não acreditar "que a democracia esteja em risco nesse embate eleitoral", mas afirmou ver um "fracasso da nossa democracia em construir um ambiente de oportunidades que enfrente a mais massiva crise social e econômica que humilha a esmagadora maioria do nosso povo".   

O pedetista também declarou que nunca se ausentou ou se ausentará da "luta pelo Brasil". "Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora."

Ciro ainda afirmou esperar que a decisão possa ajudar a "oxigenar, temporariamente que seja, a nossa democracia". "Mas se não houver a busca efetiva de novos ares, de novos instrumentos, estaremos à mercê de um respirador artificial frágil e precário, limitadíssimo no tempo e no espaço", pondera.

O ex-ministro também garantiu que não está pleiteando e que não aceitará qualquer cargo em um eventual futuro governo. "Não aceitaremos imposições ou cabestro de quem quer que seja", disse.

"Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante nossa campanha."

Por fim, Ciro prometeu seguir fiscalizando, acompanhando e denunciando o governo que assumirá em janeiro e propondo ideias para melhorar o país.

"Apoiar o mais próximo"

Antes do vídeo de Ciro, o presidente do PDT, Carlos Lupi, havia feito o anúncio oficial do apoio do partido ao petista, que foi transmitido ao vivo pelas redes sociais da legenda após uma reunião da executiva nacional.

"Apoiar o mais próximo da gente, o Lula. Uma candidatura do 12+1", disse Lupi, referindo-se aos números do PDT (12) e do PT (13) nas urnas. Logo após o anúncio do PDT, perfis de apoio a Ciro começaram a publicar imagens com 12+1, em apoio a Lula.

Apesar de ter direcionado vários ataques ao ex-presidente durante a campanha, Ciro participou da reunião e apoiou "integralmente a decisão do partido", afirmou Lupi.

O presidente da sigla também destacou que, historicamente, pode haver rixas entre PT e PDT, como no passado houve entre Lula e Leonel Brizola, mas que o partido não admite "nenhum apoio a Bolsonaro".

Ciro viajou a Paris em 2018

Ciro Gomes, que na maioria das pesquisas eleitorais aparecia em terceiro lugar, com cerca de 6% dos votos, acabou a apuração em quarto, com 3,04%, atrás de Simone Tebet (MDB). Em sua primeira declaração após a derrota, ele se disse "profundamente preocupado" com o futuro do país.

Em 2018, Ciro terminou a corrida presidencial em terceiro, com 12,5% dos votos. Na ocasião, o PDT decidiu por um "apoio crítico" ao então candidato petista, Fernando Haddad, ainda na noite de domingo, logo após a votação em primeiro turno. 

Um dia depois, durante a campanha do segundo turno, Ciro viajou a Paris, na França, e foi amplamente criticado por partidos de esquerda por sua ausência. 

Desta vez, porém, Lupi disse que "Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil". Segue a incógnita, no entanto, se ele fará palanque para Lula, visto que dirigiu várias críticas ao PT em seu vídeo desta terça-feira.

Apoio condicionado

Segundo a imprensa brasileira, o PDT teria condicionado o apoio ao PT a alguns pedidos – e o PT, por sua vez, teria feito as concessões. Os pedidos abrangem uma renda mínima, um programa para renegociar dívidas e limpar o nome de pessoas físicas e jurídicas do SPC e Serasa, e a escola em tempo integral. Lupi disse também que vai propor ao PT o Código Brasileiro do Trabalho.

O PDT saiu enfraquecido dessa eleição: perdeu duas cadeiras na Câmara dos Deputados, saindo de 19 para 17 parlamentares, e não conseguiu eleger nenhum de seus candidatos a governador.

le (ots)