Em Donetsk, pelo menos sete pessoas morrem enquanto aguardavam em ponto de distribuição de ajuda humanitária. Encontro que ocorreria em Minsk entre separatistas e representantes de Kiev é suspenso.
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Mais de 20 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas nesta sexta-feira (30/01) em confrontos no leste ucraniano entre rebeldes separatistas e tropas ligadas a Kiev. Entre os mortos estão pelo menos sete civis atingidos por tiros de artilharia em um ponto de distribuição de ajuda humanitária na cidade de Donetsk, reduto insurgente, segundo os rebeldes.
Os ataques enfraquecem as expectativas de construção de um acordo entre as duas partes, que trocaram acusações com relação à responsabilidade sobre as mortes. O Conselho de Segurança de Kiev classificou os ataques como um "cínico ato terrorista", e sugeriu que esta seria uma tentativa dos separatistas de minar a nova rodada de negociações de paz.
Diante da continuidade do banho de sangue na região, negociações de paz agendadas para acontecer nesta sexta-feira em Minsk foram suspensas. Elas pretendem dar continuidade ao processo iniciado por um cessar-fogo acertado em setembro passado, mas que vem sendo desrespeitado.
Os rebeldes foram os primeiros a anunciar que o encontro na capital de Belarus não iria mais ocorrer. Segundo os enviados dos separatistas Denis Pushilin e Vladislav Deinego, a ausência de representantes de Kiev frustrou as expectativas e eles acabaram sendo forçados a deixar Minsk. "Kiev não está preparada para negociar porque não pode controlar seus batalhões e impedi-los de continuar atacando áreas residenciais", afirmou Pushilin.
Segundo o porta-voz do Ministério ucraniano do Exterior, Yevhen Perebyinis, não houve envio de representantes porque o governo só negocia com altos líderes separatistas. Perebyinis afirmou, porém, que as conversas para acertar uma rodada de negociações em Minsk continuam.
Além de Donetsk, houve intensos embates nesta sexta-feira entre militares e separatistas em torno da cidade de Debaltseve, sob controle do governo, porém dentro de um território rebelde. A cidade é estrategicamente importante – por lá passa uma linha de trem que conecta Donetsk com outra cidade rebelde importante, Lugansk. No embates, sete civis morreram.
Kerry vai a Kiev
Na próxima semana, o secretário americano de Estado, John Kerry, irá a Kiev, onde se reunirá com lideranças ucranianas e mostrará apoio americano ao governo. Kerry também pretende se encontrar com o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, em uma conferência de segurança que será realizada em Munique, entre 6 e 8 de fevereiro.
De acordo com o Departamento de Estado, o conflito na Ucrânia deve ser a principal temática abordada por Kerry em encontro com Lavrov. O encontro deve acontecer na próxima quinta-feira.
Cerca de 5,1 mil pessoas morreram até agora no conflito.
MSB/dpa/ap/rtr
A semana em imagens (de 26 de janeiro a 1º de fevereiro)
Um resumo dos fatos mais marcantes da semana.
Foto: Reuters/Y. Behrakis
De volta às ruas de Hong Kong
Milhares de manifestantes pró-democracia protestaram em Hong Kong pela primeira vez desde dezembro do ano passado. Sacudindo guarda-chuvas amarelos, símbolo da campanha pela democracia na região administrativa especial chinesa, eles reivindicaram "uma verdadeira eleição universal" para escolha do chefe do governo local. (01.02.2015)
Foto: Getty Images/AFP/P. Lopez
EI anuncia morte de segundo refém japonês
Vídeo divulgado na internet pelo "Estado Islâmico" mostra a decapitação do jornalista Kenji Goto, 47 anos. Jihadistas divulgaram mensagens ao longo da semana ameaçando o refém de morte, caso uma extremista iraquiana, presa na Jordânia, não fosse liberada. (31.01.2015)
Foto: Reuters/www.reportr.co via Reuters TV
Morre ex-presidente da Alemanha
Morre em Berlim, aos 94 anos, uma das personalidades mais respeitadas da política alemã nas últimas décadas, o ex-chefe de Estado Richard von Weizsäcker. O democrata-cristão foi o primeiro presidente da Alemanha reunificada. (31.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/S. Stache
Zona do euro perto da deflação
A inflação na zona do euro registrou queda recorde de 0,6% em janeiro, na comparação anual. O índice de -0,6% vem na sequência do de -0,2% registrado em dezembro e elevou os temores de uma deflação na zona de moeda única europeia.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert
Condicional para assassino nº 1 do apartheid
Eugene de Kock, chefe de um esquadrão da morte na época do apartheid, ganhou liberdade condicional após passar duas décadas na prisão, informou o governo da África do Sul. Ele ficou conhecido como o assassino número 1 do regime.
Foto: picture-alliance/dpa
Inflação negativa na Alemanha
Pela primeira vez desde a crise econômica de 2009, a Alemanha registrou um índice de inflação negativo em janeiro deste ano, de - 0,3%, como anunciou o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destastis). De acordo com o economista-chefe do Postbank, Marco Bargel, a queda se deve à forte redução dos preços do petróleo. (29.01.15)
Foto: picture-alliance/dpa
Execução confirmada
Apesar da série de apelos internacionais, a Indonésia confirmou a execução de mais sete estrangeiros, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, condenado à pena capital por tráfico de drogas. A data ainda não confirmada. (29.01.15)
Foto: STR/AFP/Getty Images
Tsipras em tom desafiador
Além de negar seu aval a uma declaração da União Europeia sobre possíveis novas sanções à Rússia, o novo governo da Grécia anunciou o fim da "política de submissão" e que espera uma renegociação "justa" da dívida. Além disso, o primeiro-ministro Alexis Tsipras quer reempregar funcionários públicos afastados e elevar salário mínimo e aposentadorias. Ele também suspendeu privatizações. (28.01.2015)
Foto: Reuters/A. Konstantinidis
Pegida sem liderança
Depois de Lutz Bachmann deixar a presidência do grupo Pegida, na semana passada, foi a vez de a porta-voz Kathrin Oertel e mais quatro membros da organização entregarem seus cargos. Como resultado, o movimento anti-islamização está sem líderes. Uma reunião nos próximos dias deve decidir que assume o comando. (28.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/R. Michael
Cerimônia lembra libertação de Auschwitz
Sobreviventes e líderes de várias nações lembraram a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. A cerimônia acontece no museu e memorial que hoje existe no mesmo local, na Polônia. Entre os presentes estão os chefes de Estado da França, François Hollande, e da Alemanha, Joachim Gauck. Auschwitz foi libertado pelo Exército Vermelho em 27 de janeiro de 1945. (27.01.2015)
Foto: Reuters/Laszlo Balogh
Nevasca paralisa costa leste dos EUA
Rebocador percorre o rio East durante tempestade de neve em Nova York. Prefeito da cidade chegou a advertir que nevasca poderia ser uma das maiores da história. Na terça-feira, entretanto, meios de transporte retomaram funcionamento. (27.01.14)
Foto: Getty Images/Jewel Samad
Queda de caça mata 10 pessoas na Espanha
Um avião de combate perdeu potência durante a decolagem e caiu sobre aeronaves estacionadas na pista. O F-16 grego participava de um treinamento militar da Otan na base aérea de Los Llanos, perto de Albacete. Além dos dez mortos, 13 pessoas ficaram foram feridas. As vítimas foram dois gregos e oito franceses. (26.01.2015)
Foto: picture-alliance/epa/Manu
Obama participa do Dia da República na Índia
O presidente dos Estados Unidos, acompanhado da esposa Michelle Obama (esq.), assistiu ao desfile militar em comemoração aos 65 anos da república indiana, na capital Nova Déli, ao lado do premiê do país, Narendra Modi (dir.). Obama é o primeiro chefe de Estado americano a ter participado desta celebração, num gesto visto como um sinal da crescente aproximação entre os dois países. (26.01.2015)
Foto: Getty Images/Saul Loeb
Alemanha lembra Auschwitz
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, lembrou os 70 anos da libertação de Auschwitz ao lado de jovens da Polônia, de Israel e da Alemanha, bem como de duas sobreviventes do campo de concentração, Eva Fahidi (foto) e Marian Turski. "Auschwitz nos desafia diariamente a orientar nossa convivência pelos princípios da humanidade", afirmou a líder alemã durante a cerimônia em Berlim. (26.01.2015)
Foto: Reuters/H. Hanschke
Tsipras assume governo na Grécia
O líder do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, foi empossado no cargo de primeiro-ministro da Grécia pelo presidente do país, Karolos Papoulias. O Syriza foi o vencedor das eleições parlamentares de domingo e formou uma coalizão de governo com o partido nacionalista Gregos Independentes, assegurando 162 dos 300 assentos do Parlamento. (26.01.2015)