Jihadistas usaram 2 mil pessoas como escudo humano para fugir de cidade controlada por forças árabes e curdas. Segundo Observatório Sírio de Direitos Humanos, centenas conseguiram regressar.
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O grupo "Estado Islâmico" (EI) libertou neste sábado (13/08) centenas de civis que foram usados como escudo humano pelos jihadistas durante a fuga da cidade de Manjib, no norte da Síria. O paradeiro dos que permanecem como reféns é desconhecido.
O local já estava sob o controle das Forças Democráticas Sírias (SDF), aliança de combatentes árabes e curdos, desde a semana passada. Nesta sexta-feira, jihadistas remanescentes que ainda ocupavam o bairro de al-Sirb fugiram levando 2 mil civis como reféns para a cidade de Jurabulus, um dos redutos do EI na província de Aleppo.
"Eles usaram os civis como escudos humanos, o que nos impediu de atirar", afirmou o porta-voz do Conselho Militar de Manjib, Sherfan Darwish.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, várias pessoas, incluindo mulheres e crianças, "estão em liberdade". "Entre os civis levados pelo EI estão habitantes que foram usados como escudos, mas também muitos que escolheram sair voluntariamente da cidade com receio de represálias [da SDF]", explicou o diretor do observatório com sede em Londres, Rami Abdel Rahmane.
A SDF lançou a ofensiva contra o EI em 31 de maio com o apoio da coalizão internacional liderada Estados Unidos. Manjib fazia parte da rota de abastecimento do grupo extremistas na região. Desde o início dos combates, 437 civis foram mortos na cidade, incluindo 105 crianças.
KG/afp/lusa
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.