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Clinton e Sanders trocam farpas em debate televisivo

15 de abril de 2016

Pré-candidatos protagonizam encontro mais acalorado da atual disputa democrata, com interrupções, gritos e acusações. Prévias de Nova York são consideradas chave no processo de escolha dos candidatos presidenciais.

Foto: Reuters/L. Jackson

Os pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Bernie Sanders, trocaram críticas e acusações nesta quinta-feira (14/04), em Nova York, no mais intenso debate dos nove de que já participaram nesta corrida eleitoral à Casa Branca.

O debate, transmitido pela CNN e pelo canal americano NY1, foi o último antes das primárias no estado de Nova York, marcadas para a próxima terça-feira e consideradas chave no processo de escolha dos candidatos democrata e republicano às eleições presidenciais de novembro.

Sanders e Clinton expressaram argumentos já utilizados em outros debates e em comícios recentes, mas fizeram-no num tom muito intenso, levando a inúmeras interrupções devido a aplausos e algumas vaias por parte da audiência.

No debate, os dois pré-candidatos chegaram a gritar em várias ocasiões. Eles discutiram temas salário mínimo e controle de armas e também assuntos internacionais, como a guerra civil na Síria e Israel.

Acusações mútuas

Sanders, filho de migrantes poloneses judeus e firme defensor de Israel, qualificou de "desproporcionais" os ataques israelenses à Faixa de Gaza, ocorridos há quase dois anos e que causaram a morte de 1.500 palestinos e ferimentos em outros dez mil. "E quem o diz é alguém que é 100% pró-Israel", insistiu, acrescentando: "Deveríamos tratar os palestinos com respeito e dignidade".

Clinton, por sua vez, evitou responder diretamente quando lhe perguntaram se pensava da mesma maneira, recordando apenas que Israel é um país "que está em constante ameaça terrorista".

Ambos questionaram as posições do adversário no Senado (Clinton representando Nova York e Sanders, Vermont). Sanders criticou Clinton pode ter apoiado a invasão americana ao Iraque em 2003. Já Sanders foi confrontado por Clinton sobre seu voto num projeto de lei que protegia fabricantes de armas de processos pelo uso criminoso de seus produtos.

Sanders também acusou Clinton de ter apoiado grandes corporações, acordos de livre comércio e de ter aceitado dinheiro do mundo financeiro de Wall Street em troca de discursos.

Numa das trocas de acusações, ele exigiu que Clinton tornasse pública a transcrição de um discurso privado que proferiu para executivos do grupo financeiro Goldman Sachs para que os americanos pudessem estar ciente das promessas que Clinton teria feito.

A ex-secretária de Estado, na réplica, afirmou que o fará quando Sanders divulgar a declaração do imposto de renda de 2014 – o senador de Vermont afirmou não tê-lo feito por falta de tempo e disse que as entregará a partir desta sexta-feira.

Luta por delegados

"Este debate foi diferente porque o estafe de Clinton está ficando nervoso", disse Sanders, após duas horas de debate.

Até o momento, Clinton tem garantidos 1.289 delegados para a convenção democrata que elegerá o candidato presidencial do partido, contra 1.038 de Sanders. São necessários 2.383 delegados para assegurar a vitória. Em Nova York estão em jogo 291 delegados.

Embora Clinton continue na liderança na contagem de delegados, Sanders saiu vencedor de sete das últimas oito prévias eleitorais democratas.

PV/lusa/afp/rtr/ap

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