Emissora entra na Justiça para que Casa Branca devolva credencial retirada de jornalista depois de discussão com presidente.
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A emissora de televisão americana CNN entrou nesta terça-feira (13/11) com uma ação judicial contra o governo de Donald Trump, solicitando a devolução imediata da credencial para cobrir a Casa Branca de Jim Acosta, que foi retirada após uma discussão do jornalista com o presidente dos Estados Unidos.
Na ação, aberta num tribunal em Washington, a emissora alega que a Casa Branca violou a Constituição americana ao restringir a liberdade de imprensa e impedir o direito a um processo judicial justo.
"A indevida revogação das credenciais da CNN e de Acosta viola os seus direitos de liberdade de imprensa e de um processo justo", consagrados na primeira e quinta emendas da Constituição americana, destacou a emissora.
O processo visa Trump e cinco membros da sua equipe: o chefe de Gabinete, John Kelly; a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders; o chefe adjunto de Comunicação, Bill Shine; o diretor do Serviço Secreto, Joseph Clancy; e um agente anônimo do mesmo serviço.
Trump se irrita com jornalista em entrevista coletiva
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O governo retirou a credencial permanente de Acosta na semana passada, horas depois da tensa entrevista coletiva na qual o presidente avaliou os resultados das eleições de meio de mandato. O jornalista se envolveu numa discussão com Trump, que, depois de responder a várias de suas perguntas, lhe retirou a palavra.
"Largue o microfone [...]. Te direi uma coisa, a CNN deveria estar envergonhada de si mesma por ter você trabalhando para eles. Você é uma pessoa rude e terrível", disse Trump, enquanto Acosta disputava o microfone com uma estagiária da Casa Branca.
A Casa Branca usou uma estagiária para justificar a suspensão da credencial do jornalista, alegando que ele a desrespeitou ao se recusar a entregar o microfone. A decisão foi criticada pela Associação de Correspondentes da Casa Branca.
A credencial permanente permite a um grupo seleto de jornalistas entrar e sair livremente da Casa Branca e cobrir o dia a dia do presidente do país.
O governo assegurou que se defenderá "vigorosamente" da queixa apresentada pela CNN. "É apenas a emissora chamando a atenção novamente", disse Sanders.
Em comunicado, o governo alega que há outros 50 jornalistas da emissora que estão credenciados para cobrir a Casa Branca e diz que Acosta "não é nem menos nem mais especial do que qualquer outro repórter".
A Casa Branca destaca que Trump respondeu a duas perguntas do jornalista. "A Primeira Emenda [da Constituição, referente à liberdade de imprensa] não se aplica quando um único repórter, entre mais de 150 presentes, tenta monopolizar o auditório", destacou.
Trump tem um histórico conflituoso com Acosta e a com a emissora, a qual ele acusa constantemente de divulgar notícias falsas.
CN/ap/rtr/lusa
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Trechos de "Fogo e Fúria", o livro sobre os bastidores da Casa Branca de Trump
Mesmo antes de sua publicação, livro do jornalista Michael Wolff já causa irritação em Washington. Com base em mais de 200 entrevistas, obra oferece rara visão interna da Casa Branca e da campanha eleitoral.
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
"Fogo e fúria"
Trechos já publicados do livro do jornalista americano Michael Wolff "Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump" revelam o que acontece nos bastidores do centro do poder nos EUA, da busca por segurança em hambúrgueres aos sonhos presidenciais de Ivanka Trump.
Foto: picture-alliance/AP/B. Camp
"Melania em lágrimas"
"O filho de Trump, Don Jr., disse a um amigo que pouco depois das 20h, na noite da eleição, quando parecia confirmada a inesperada tendência de que Trump realmente poderia vencer, seu pai parecia ter visto um fantasma. Melania caiu em lágrimas – que não eram de alegria. Em pouco mais de uma hora, um Trump confuso se transformou num Trump incrédulo e depois num Trump assustado."
Foto: picture-alliance/AP/V. Mayo
Ivanka Trump, "primeira mulher presidente"
"Comparando riscos e ganhos, tanto Jared (Kushner) quanto Ivanka decidiram aceitar cargos na Casa Branca, contrariando o conselho de quase todos que conheciam... Ambos fizeram um acordo sério: se algum dia surgir a oportunidade, ela será a candidata à presidência. A primeira mulher presidente, brincou Ivanka, não seria Hillary Clinton, mas Ivanka Trump."
Foto: picture-alliance/AP/M. Sohn
Buscando refúgio em "fast food"
"Ele tinha um medo antigo de ser envenenado, e essa é uma das razões pelas quais ele gostava de comer no McDonald's: ninguém sabia que ele iria aparecer, e a comida já estava pronta, o que era seguro."
Foto: Instagram
As teorias de Bannon
"O verdadeiro inimigo, segundo Bannon, era a China. A China seria a primeira frente numa nova Guerra Fria. A China é tudo. Nada mais importa. Se não lidarmos direito com a China, não vamos lidar direito com nada. Tudo é muito simples. A China está onde a Alemanha nazista estava em 1929 e 1930. Os chineses, como os alemães, são as pessoas mais racionais do mundo, até deixarem de ser."
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
Bannon: Donald Jr. foi "traidor"
"Donald Trump Jr., Jared Kushner e o chefe da campanha, Paul Manafort acharam uma boa ideia se encontrar com um governo estrangeiro na sala de conferências no 25º andar do Trump Tower – e sem advogados... Mesmo se você acha que não se tratava de traição, falta de patriotismo ou uma bosta ruim, e eu acho que foi tudo isso, você deveria ter chamado o FBI imediatamente", disse Bannon.
Foto: picture-alliance/AP/C. Kaster
"Perder era ganhar"
"Se tivesse perdido a eleição, Trump se tornaria muito famoso e ao mesmo tempo um mártir da Hillary Idiota. Sua filha Ivanka e o genro Jared se tornariam celebridades internacionais. Steve Bannon se tornaria o chefe de fato do movimento Tea Party. Melania Trump, que havia obtido do marido a garantia de que ele não seria presidente, poderia voltar a ter almoços discretos. Perder era ganhar."