Entidade retira credenciais e expulsa técnicos da Vila Olímpica por suposta tentativa de obrigar a velocista Krystsina Tsimanouskaya a voltar para Belarus.
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta sexta-feira (06/08) que retirou as credenciais de dois treinadores de Belarus e lhes pediu para deixarem a Vila Olímpica por terem supostamente tentado obrigar a atleta Krystsina Tsimanouskaya a voltar para seu país.
A decisão ocorre após uma investigação formal do COI contra os técnicos Artur Shimak e Yury Maisevich por seu papel no caso da velocista que buscou proteção num aeroporto de Tóquio para evitar a viagem forçada.
Ela disse temer por sua vida se tivesse que voltar a seu país, Desde as contestadas eleições realizadas de 2020, que mantiveram no poder o pró-russo Alexander Lukashenko, Belarus tem sido sacudido por protestos e dura repressão a dissidentes. Tsimanouskaya esteve entre as muitas figuras esportivas da ex-república soviética que criticaram publicamente a violência contra os participantes dos protestos .
COI: técnicos serão ouvidos
Seus problemas em Tóquio começaram depois que ela fez uma postagem no Instagram criticando seus técnicos por inscrevê-la na corrida de revezamento 4x400 metros sem avisá-la antes.
O COI disse que os dois técnicos "terão uma oportunidade de serem ouvidos", mas que as medidas contra eles foram tomadas "no interesse do bem-estar dos atletas" de Belarus que ainda estão em Tóquio.
Tsimanouskaya, de 24 anos, chegou a Varsóvia na quarta-feira, munida de um visto humanitário. Ela se disse "feliz por estar em segurança", mas "surpresa de a situação ter se tornado um escândalo político, pois começou com uma questão esportiva". Reforçou que "não estava pensando em asilo político" na Polônia, país-membro da União Europeia., e que só quer "seguir com minha carreira esportiva".
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Lukashenko ameaçou atletas antes dos Jogos
No poder desde 1994, Lukashenko gerou indignação internacional em maio, ao enviar um caça para interceptar um avião da Ryanair que voava da Grécia para a Lituânia, a fim de prender um dissidente que estava a bordo.
Belarus está também na mira do COI desde 2020. Lukashenko e seu filho Viktor foram proibidos de participar de eventos olímpicos por perseguir atletas em virtude de suas opiniões políticas.
Pouco antes dos Jogos de Tóquio, Lukashenko alertou as autoridades esportivas e atletas que esperava resultados no Japão: "Pensem nisso antes de ir. Se voltarem sem nada, é melhor não voltar de vez."
Ao chegar em Varsóvia, Tsimanouskaya exortou seus companheiros belarussos a "deixar de ter medo e falar se sentirem alguma pressão".
fc/av (AFP,Reuters,AFP)
As mascotes dos Jogos Olímpicos
Os Jogos tiveram mascotes a partir de 1972, em Munique. Animais e figuras reais ou fantasiosas representam cada edição e motivam atletas e espectadores.
Foto: kyodo/dpa/picture alliance
Munique 1972: cão-salsicha Waldi
A primeira mascote da história dos Jogos Olímpicos foi o dachshund (cão-salsicha) Waldi. O famoso designer alemão Otl Aicher, que o concebeu para Munique 1972, escolheu esta raça canina porque ela se caracteriza pela resistência, tenacidade e agilidade, atributos importantes dos atletas.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Weigel
Montreal 1976: o castor Amik
O castor preto Amik representa, para os canadenses, trabalho árduo. O nome significa castor na língua algonquin, a mais difundida entre os indígenas canadenses. A escolha pelo animal, nativo do Canadá, se deveu a características importantes para um atleta: paciência e trabalho duro para construir as barragens onde vive.
Foto: Sven Simon/imago
Moscou 1980: o urso Misha
Em 1980, os Jogos em Moscou tiveram o animal nacional da Rússia como mascote. Ele foi concebido pelo caricaturista e ilustrador de livros infantis russo Viktor Chizhikov, que alcançou fama internacional com Misha. A imagem da mascote chorando na cerimônia de encerramento emocionou o mundo.
Foto: Sven Simon/imago
Los Angeles 1984: a águia Sam
Outro animal símbolo nacional: a águia Sam. Idealizado pelo desenhista Robert Moore, dos estúdios Disney, o animal tinha um chapéu cartola e gravata borboleta nas cores da bandeira dos Estados Unidos.
Foto: Tony Duffy/Getty Images
Seul 1988: o tigre Hodori
Nos Jogos na capital da Coreia do Sul, o escolhido foi o tigre Hodori, um animal enraizado na cultura e mitologia coreanas, e que representa vigor e espírito de luta. Em sua cabeça, a mascote usa um sangmo, chapéu típico de músicos populares sul-coreanos. Seu criador foi Kim Hyun. O nome é uma mistura de horangi, que significa tigre, e dori, diminutivo de garoto.
Foto: Sven Simon/imago
Barcelona 1992: o cão pastor Cobi
A mascote espanhola idealizada pelo designer Javier Mariscal no estilo do cubismo foi uma homenagem ao pintor espanhol Pablo Picasso. O nome vem do comitê organizador dos Jogos de Barcelona.
Foto: Pressefoto Baumann/imago
Atlanta 1996: Izzy
Izzy foi a primeira mascote olímpica que não representava um animal típico do país. O designer americano John Ryan criou uma criatura puramente imaginária. O difícil era dizer do que se tratava, tanto que o nome é uma abreviação de "Whatizit", forma informal da pergunta "What’s it?" (O que é isso?, em inglês).
Foto: Michel Gangne/AFP/Getty Images
Sydney 2000: Olly, Syd e Millie
Pela primeira vez, os Jogos tiveram três mascotes numa edição. Criadas pelo designer Matthew Harton, elas representam animais nativos australianos. Olly, cujo nome vem de Olimpíada, é um pássaro kookaburra; Syd, versão reduzida de Sydney, é um ornitorrinco; e Millie, batizada em homenagem ao novo milênio, é um equidna, espécie de porco-espinho.
Foto: Arne Dedert/dpa/picture-alliance
Atenas 2004: Athena e Phevos
As mascotes dos Jogos Olímpicos de Atenas foram uma homenagem à mitologia grega. Athena e Phevos receberam os nomes de irmãos do Olimpo. Athena era a deusa da sabedoria e deu o nome à cidade onde se realizaram os Jogos. Phevos era o outro nome de Apolo, deus da luz e da música. A inspiração para o desenho, feito por S. Gogos, foi uma "aitala", boneca de terracota encontrada em escavações.
Foto: Alexander Hassenstein/Bongarts/Getty Image
Pequim 2008: Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini
Os Jogos na capital chinesa tiveram cinco mascotes, cada um numa cor dos anéis olímpicos: Beibei, um peixe; Jingjing, um panda; Huanhuan, o fogo olímpico; Yingying, um antílope tibetano; e Nini, uma andorinha. Os nomes foram derivados de "Beijing huanying ni", que significa "Pequim lhe dá as boas-vindas".
Foto: Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images
Londres 2012: Wenlock e Mandeville
Wenlock e Madeville – esta última mascote dos Jogos Paralímpicos – lembram gotas de aço. Elas têm na cabeça um escudo laranja que lembra os sinais luminosos sobre os táxis ingleses. O olho, uma câmera, simboliza a era digital. Um nome vem de Much Wenlock, que teria inspirado o Barão de Coubertin a criar os Jogos da Era Moderna, e o outro vem de Stoke Mandeville, berço do Movimento Paralímpico.
Foto: Julian Finney/Getty Images
Rio 2016: Vinícius e Tom
A mascote Vinícius é uma mistura de macaco e gato selvagem e representa a fauna brasileira. Já a mascote paralímpica Tom combina várias plantas e representa a flora brasileira. Os nomes foram inspirados em Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
Foto: Sebastiao Moreira/dpa/picture alliance
Tóquio 2020: Miraitowa e Someity
Miraitowa significa "futuro" (mirai) e "eternidade" (towa), em japonês. O projeto do artista Ryo Taniguchi foi escolhido por estudantes japoneses e combina futurismo com o tradicional estilo mangá. Já Someity, mascote dos Jogos Paralímpicos, mistura o termo "Someiyoshino", um tipo popular de flor de cerejeira, e a expressão "so mighty" (tão poderoso, em inglês).
Foto: picture-alliance/Kyodo/Maxppp
Paris 2024: os barretes Les Phryges
As mascotes dos Jogos de Paris também vêm em dupla: Les Phryges, em versão olímpica e paralímpica. Sua forma é inspirada no barrete frígio, "uma peça de vestuário que é um simbolo de liberdade, tem sido parte de nossa história há séculos e data a tempos remotos", "um símbolo de revoluções" e onipresente na França, explica o website do evento.