Colômbia apreende maior quantidade de cocaína da história
16 de maio de 2016
Autoridades confiscam oito toneladas da droga, escondidas num depósito subterrâneo perto da fronteira com o Panamá. Substância pertencia ao Clã Úsuga, por cujo líder os EUA oferecem recompensa de 5 milhões de dólares.
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Ao menos oito toneladas de cocaína foram apreendidas pela polícia colombiana neste fim de semana – a maior quantidade da história do país, segundo o presidente Juan Manuel Santos.
A droga pertencia a um grupo criminoso conhecido pelo nome Clã Úsuga, o maior da Colômbia. Ela foi apreendida no município de Turbo, no nordeste do país e próximo à fronteira com o Panamá, neste domingo (15/05), informou o Ministério da Defesa colombiano.
"Felicitamos a Polícia da Colômbia. A operação em Turbo permitiu apreender a maior quantidade de droga na história. Golpe contundente contra criminosos", escreveu Santos em sua conta no Twitter.
O diretor da Polícia Nacional colombiana, Jorge Hernando Nieto, confirmou que se trata de "um dos golpes mais contundentes contra o crime organizado".
De acordo com a polícia, os traficantes esconderam a cocaína num depósito subterrâneo, cujo acesso havia sido coberto com uma tampa de cimento. A operação, iniciada na tarde de sábado, contou com o apoio da aviação policial. Três pessoas foram detidas.
Luta contra o narcotráfico
A droga pertencia ao número dois do Clã Úsuga, Roberto Vargas Gutiérrez, conhecido como "Gavilán". O governo oferece 500 milhões de pesos de recompensa (168 mil dólares) pela captura do traficante.
O líder do grupo, formado por ao menos 2 mil homens, é Darío Antonio Úsuga, alias "Otoniel". Os Estados Unidos oferecem uma recompensa de até 5 milhões de dólares por qualquer informação que permita sua captura.
De acordo com a polícia, a cocaína estava pronta para ser transportada para a América Central, de onde deveria seguir, provavelmente, para os EUA. A droga tem um valor estimado de 240 milhões de dólares no mercado americano.
A Colômbia é um dos principais produtores mundiais de cocaína, com 442 toneladas anuais. No ano passado, as autoridades colombianas confiscaram 252 toneladas da droga. Washington é o principal aliado de Bogotá na luta contra o narcotráfico.
LPF/lusa/efe/rtr
Drogas com passado alemão
Muitos entorpecentes produzidos hoje em laboratórios clandestinos espalhados pelo mundo são criações de cientistas, militares e empresas da Alemanha.
Na Segunda Guerra
Nas campanhas na Polônia, em 1939, e na França, em 1940, Hitler enviou soldados drogados para o front. Na ocupação da França, teriam sido dados às tropas 35 milhões de comprimidos de Pervitin, que tinha o apelido de "chocolate de tanque" ou "pílula de Hermann Göring". A substância ativa, metanfetamina, é um estimulante do sistema nervoso central. Mas também os Aliados dopavam seus soldados.
Foto: picture-alliance/dpa-Bildarchiv
Alerta, destemido e sem fome
A droga foi produzida por um japonês, inicialmente em forma líquida. Químicos da fábrica berlinense Temmler aperfeiçoaram o produto e o patentearam em 1937. Um ano mais tarde o medicamento era lançado no mercado. Ele era usado contra cansaço, sensação de fome e sede e medo. Hoje em dia, o Pervitin é comercializado ilegalmente sob novo nome: Crystal Meth.
High Hitler?
Historiadores divergem se Adolf Hitler era dependente de Pervitin. Nas anotações de seu médico pessoal, Theodor Morell, aparece um "X" com frequência. Nunca foi esclarecido o que ele significa. Sabe-se, no entanto, que Hitler recebia medicamentos fortes, a maioria provavelmente muito aquém das atuais leis de combate às drogas.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Milagrosa" heroína
A criatividade dos produtores de drogas na Alemanha já havia começado muito mais cedo. "Fim à tosse graças à heroína", era o slogan da fabricante alemã Bayer no final do século 19 para o seu sucesso de vendas. Em pouco tempo, a heroína passou a ser prescrita contra epilepsia, asma, esquizofrenia e doenças cardíacas, mesmo em crianças. Como efeito colateral, a Bayer apontava prisão de ventre.
Pai da aspirina e da heroína
O químico e farmacêutico Felix Hoffmann é celebrado especialmente como o inventor da aspirina. Sua segunda grande descoberta aconteceu quase por acaso, enquanto experimentava com ácido acético. Ele resolveu combinar este ácido com morfina, obtido do suco da papoula usada para produzir ópio, criando assim a heroína. O produto só se tornaria ilegal na Alemanha em 1971.
Cocaína para oftalmologistas
Já desde 1862, a alemã Merck fabricava cocaína, usada na época pelos oftalmologistas como anestésico local. Ao pesquisar folhas de coca da América do Sul, o químico Albert Niemann havia isolado um alcaloide, que chamou de cocaína. Niemann morreu pouco depois de sua descoberta, vítima de um problema pulmonar.
Foto: Merck Corporate History
Freud e cocaína
Sigmund Freud consumia cocaína para fins científicos. Em seus "Escritos sobre a cocaína", o pai da psicanálise escreveu que ela não traz inconvenientes. Segundo ele, a substância transmite euforia, energia para viver, e motiva a trabalhar. Seu entusiasmo, no entanto, acabou com a morte de um amigo por causa da droga. Naquele tempo, a cocaína era prescrita contra dor de cabeça e dor no estômago.
Foto: Hans Casparius/Hulton Archive/Getty Images
O barato do Ecstasy
Embora o americano Alexander Shulgin seja considerado o inventor da pílula Ecstasy, a receita para sua produção estava em mãos da fabricante alemã Merck. Em 1912, foi dada entrada para a patente de uma substância oleosa sem cor chamada metilenodioximetanfetamina (MDMA ). Na época, os químicos consideraram que ela não teria valor comercial.
Foto: picture-alliance/epa/Barbara Walton
Efeitos de longo prazo
Os efeitos destas descobertas são implacáveis. As Nações Unidas calculam que em 2013 morreram 190 mil pessoas no mundo devido ao consumo de drogas ilegais. Em relação a bebidas alcoólicas, que não são proibidas, os números são mais impressionantes: a Organização Mundial da Saúde estima que em 2012 5,9% de todos os casos de morte no mundo (3,3 milhões) foram uma consequência do consumo de álcool.