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Colômbia quer proibir Odebrecht de fechar contratos públicos

21 de novembro de 2018

Empreiteira brasileira admitiu pagamento de propinas para obter contrato para a construção de rodovia. Catorze pessoas envolvidas no escândalo da corrupção foram presas no país.

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A Odebrecht está no centro do maior escândalo da corrupção da América Latina e reconheceu em 2016 que subornou autoridades em uma dezena de paísesFoto: picture-alliance/epa/S. Mor

O governo colombiano pediu ao órgão regulador das empresas no país que proíba a empreiteira brasileira Odebrecht de fechar contratos públicos por 20 anos, depois que a empresa reconheceu o pagamento de propinas.

A petição ao regulador foi feita na noite de segunda-feira (19/11) pela vice-presidente da Colômbia, Marta Lucia Ramirez, e Carlos Gomez, chefe da agência que supervisiona a defesa legal do Estado.

"Este é um dos piores ataques cometidos contra a moralidade do país, que causou sérios prejuízos nas finanças públicas e foi a fonte de sérios danos à ética pública", disse a carta. "Este pedido é efetuado levando em conta que empresas do grupo Odebrecht protagonizaram o caso de propina e corrupção transnacional mais notório dos últimos anos em vários países do mundo, inclusive a Colômbia."

A Odebrecht não comentou a iniciativa do governo colombiano.

A Odebrecht está no centro do maior escândalo da corrupção da América Latina e reconheceu em 2016 que subornou autoridades em uma dezena de países.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, os subornos pagos pela Odebrecht na Colômbia totalizaram cerca de 30 milhões de dólares. A Odebrecht também admitiu ter pago as propinas.

Catorze pessoas envolvidas no escândalo da corrupção foram presas na Colômbia, incluindo um ex-senador e ex-ministro dos Transportes.

A Odebrecht, em parceria com uma empresa local, foi responsável pela construção de um trecho de 528 quilômetros de uma rodovia para o litoral caribenho, um contrato que totalizou mais de 1 bilhão de dólares.

A vice-presidente também rejeitou a proposta da construtora de solucionar o escândalo com uma reparação equivalente a 30 milhões de dólares e pediu uma "pena pecuniária correspondente" aos delitos cometidos para obter contrato de construção da Rota do Sol II.

"Aceitar um acordo de compensação econômica (...) acabaria sendo um incentivo perverso para que esse tipo de crime continue sendo cometido", enfatizou Ramírez.

JPS/afp/rt

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