Colômbia reforçará controle na fronteira com a Venezuela
8 de fevereiro de 2018
Diante de onda migratória, presidente colombiano anuncia medidas para dificultar a entrada ilegal de migrantes no país. Número de venezuelanos na Colômbia aumentou 62% desde meados de 2017.
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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta quinta-feira (08/02) medidas para reforçar o controle na fronteira do país com a Venezuela devido à crescente chegada de cidadãos deste país, que estão fugindo da crise. Com o endurecimento dos controles migratórios, ficará mais difícil para venezuelanos atravessaram ilegalmente a fronteira.
"A Colômbia nunca viveu antes uma situação como esta”, afirmou Santos, durante uma visita a Cúcuta, na fronteira com a Venezuela. Cerca de 30 mil venezuelanos entram diariamente na Colômbia, muitos em busca de comida e medicamentos.
O número de venezuelanos que se instalaram definitivamente no país aumentou 62% desde meados de 2017. Estima-se que mais de 550 mil venezuelanos estejam vivendo na Colômbia atualmente. Mas segundo associações de exílio da Venezuela e autoridades de cidades na fronteira, esse número pode ser bem maior.
"Quero repetir ao presidente Nicolás Maduro que esse é o resultado de suas políticas, não é culpa dos colombianos. É o resultado de sua recusa em receber ajuda humanitária que foi oferecida em todos os sentidos, não somente pela Colômbia, mas pela comunidade internacional”, destacou Santos.
Para tentar conter o fluxo migratório, o governo colombiano tornará obrigatório carimbar o passaporte na entrada do país e suspenderá a emissão de Cartões de Mobilidade Fronteiriça, que já permitem a cerca de 1,5 milhão de venezuelanos visitas temporárias à Colômbia para comprar remédios e alimentos.
Além disso, Santos anunciou que será criado de um grupo especial para reforçar o controle e a segurança na fronteira e 2 mil militares serão enviados para a região. O presidente disse também que será construído, com o apoio da ONU, de um Centro de Atendimento ao Migrante com capacidade inicial para 2 mil pessoas.
A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica e política. A escassez de produtos básicos e o desemprego levaram milhares de venezuelanos a deixar o país. A onda migratória atingiu especialmente países que fazem fronteira com a Venezuela, como a Colômbia e o Brasil.
CN/efe/rtr/ap
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Brasil como esperança para refugiados venezuelanos
Despotismo estatal, crise de abastecimento, violência: esses são apenas alguns dos motivos por que milhares de venezuelanos abandonam seu país. Para muitos, o vizinho Brasil significa o começo de uma nova vida.
Foto: Reuters/N. Doce
Boa Vista: abrigos emergenciais em barracas
Muitos refugiados da Venezuela primeiro encontram abrigo no Brasil em barracas. As desta foto foram armadas pela Defesa Civil da cidade de Boa Vista, em Roraima. Em plena região amazônica, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a Venezuela, os refugiados recebem alojamento improvisado. A Igreja Evangélica local distribui refeições aos necessitados.
Foto: Reuters/N. Doce
Próxima parada: ginásio poliesportivo
O primeiro teto sobre a cabeça de muitos refugiados é o de um ginásio poliesportivo. Para o Brasil, que também enfrenta uma crise econômica, o acolhimento dos refugiados é tarefa complicada. Inúmeras cidades brasileiras já anunciaram a falta dos recursos necessários. Manaus, capital do Amazonas, já declarou estado de calamidade social.
Foto: Reuters/N. Doce
Aparência digna, mesmo na necessidade
Um cabeleireiro se ocupa de outro refugiado ao ar livre. Muitos jovens venezuelanos tentam a sorte no lado brasileiro da fronteira ou em outros países. Estima-se que cerca de 34 mil abandonaram a Venezuela em 2016. Em 2018, são esperados mais de 2 milhões de refugiados.
Foto: Reuters/N. Doce
Dar à luz no Brasil
Esta venezuelana deu à luz seu bebê no Brasil e recebe assistência no hospital. Em seu país, a assistência médica é extremamente restrita. Em situação econômica desoladora, o Estado venezuelano está incapacitado de adquirir os medicamentos e tecnologia médica necessários para assistir a população.
Foto: Reuters/N. Doce
Trabalho a todo custo
Nem bem chegam ao Brasil, os refugiados buscam alguma oportunidade de trabalho. As poucas economias que trazem consigo, em bolívares, não têm valor algum no Brasil. Por não encontrarem com facilidade empregos correspondentes a sua qualificação, mesmo venezuelanos com boa formação acadêmica têm que aceitar trabalhos informais.
Foto: Reuters/N. Doce
Vendedores ambulantes
Como a situação econômica no Brasil também é tensa, os refugiados concorrem com os vendedores ambulantes locais. Este homem portando uma mochila com as cores da bandeira nacional da Venezuela vende na rua pequenos acessórios para automóveis, como limpadores de para-brisa, protetores solares para vidros e sets de limpeza.
Foto: Reuters/N. Doce
Abrigos nas ruas
Atrás de um ginásio poliesportivo onde refugiados venezuelanos estão abrigados, esta família descansa em redes montadas na rua. Em muitos países sul-americanos, as redes são o lugar preferido para se dormir. A presença desses refugiados em Boa Vista, Roraima, vem gerando fortes sentimentos xenófobos entre a população local.
Foto: Reuters/N. Doce
Na mira das autoridades
Policiais de Boa Vista, Roraima, controlam regularmente os lugares onde vivem e se reúnem os refugiados venezuelanos. Sua situação de vida complicada acaba empurrando-os para a ilegalidade. A fim de melhorar suas condições financeiras, alguns se tornam criminosos, outros se prostituem – um desafio para forças de segurança e sociedade locais.