Colônia impõe primeiro toque de recolher desde a 2ª Guerra
16 de abril de 2021
Residentes na quarta maior cidade alemã não poderão deixar suas casas entre 21h e 5h. Em meio à gravidade da pandemia, medida adotada também em outras cidades é defendida por Merkel. "A situação é muito séria."
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Colônia, a quarta maior cidade da Alemanha, anunciou nesta sexta-feira (16/04) a imposição de um toque de recolher noturno na tentativa de conter a alta nos casos de infecção pelo coronavírus. A medida foi anunciada pela prefeita Henriette Reker.
"Acho que não havia um toque de recolher em Colônia desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou a política, após uma reunião da equipe de crise. Ela reconheceu que este é um dia difícil para a cidade, mas diante da atual situação da covid-19, a medida adotada foi proporcional.
O toque de recolher valerá a partir da meia-noite deste sábado. Os residentes na cidade do oeste alemão não poderão deixar suas casas entre 21h e 5h da manhã, exceto por razões essenciais. Estas incluem consultas médicas, emergências, trabalho ou auxílio a pessoas doentes.
Segundo a prefeita, a medida visa reduzir ainda mais os contatos entre as pessoas, especialmente encontros em casa, visitas e festas, os quais os alemães seguem fazendo.
"As unidades de terapia intensiva estão em seu limite", disse Reker. "Já neste momento, nem todos os nossos hospitais podem lidar de forma abrangente com emergências médicas."
É justo com os profissionais que trabalham nos hospitais que a prefeitura faça de tudo para apoiá-los, completou a prefeita. "As próximas semanas serão difíceis."
Violações às normas serão punidas com uma multa de 250 euros. Mais de 450 policiais estarão nas ruas para garantir o cumprimento das novas regras. A prefeita disse que ainda não está claro por quanto tempo a nova regra deverá vigorar.
Merkel defende toque de recolher
Não só Colônia, mas outras cidades da Renânia do Norte-Vestfália e de outros estados alemães vêm impondo medidas semelhantes, incluindo vários distritos de Baden-Württemberg e a cidade-estado de Hamburgo.
A adoção de toques de recolher é defendida também pela chanceler federal Angela Merkel, em meio ao número crescente de infecções em todo o país.
Falando perante o Parlamento alemão no início desta sexta-feira, Merkel insistiu com os legisladores para que a apoiassem na implementação de bloqueios e toques de recolher em áreas com altas taxas de infecção pelo coronavírus.
"A situação é séria, e muito séria. [...] A terceira onda da pandemia tomou conta de nosso país", alertou a líder alemã. "Os profissionais de terapia intensiva têm enviado um pedido de socorro atrás do outro. Quem somos nós para ignorar seus apelos?"
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Debate no Parlamento
O apelo de Merkel vem enquanto os parlamentares debatem um projeto do governo alemão que prevê o endurecimento da lei de proteção contra infecções, ampliando assim as competências do governo federal e, ao mesmo tempo, unificando e automatizando as restrições de combate à pandemia.
Isso significa que, se o plano for aprovado pelo Bundestag, restrições anticoronavírus poderão ser impostas de forma uniforme em todo o país, e não mais de forma diferente de um estado para o outro, como prevê o federalismo alemão.
Até então, medidas para conter o avanço da covid-19 foram sempre decididas entre o governo federal e os estados federados, que têm a competência sobre assuntos de saúde.
O projeto, aprovado pelo governo alemão na última terça-feira, prevê que toques de recolher entre 21h e 5h da manhã sejam impostos nas regiões onde a média móvel de novos casos de covid-19 nos últimos sete dias ultrapasse 100 por 100 mil habitantes durante três dias consecutivos.
Em sua fala nesta sexta-feira, Merkel insistiu que o toque de recolher noturno não é novo e já foi imposto em vários dos 16 estados alemães.
Segundo o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental de controle e prevenção de doenças infecciosas, essa incidência de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos sete dias é atualmente de 160,1 na Alemanha. Em Colônia, a cifra é de 162,7, bem acima dos 100 previstos pelo governo federal como limite para a adoção de medidas mais duras.
ek (Reuters, AFP, DPA, ots)
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.