Palco de agressões sexuais e roubos na virada do ano, cidade do oeste alemão decuplica presença policial nas ruas. "O que ocorreu em 2015 jamais deve se repetir", diz chefe de polícia.
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As autoridades de Colônia anunciaram nesta segunda-feira (12/12) medidas para evitar uma repetição dos incidentes ocorridos no réveillon de 2015, quando mais de 1,2 mil queixas foram registradas pela polícia na cidade, quase metade delas por agressões sexuais.
Uma das medidas previstas é o reforço significativo da presença policial: serão cerca de 1.500 nas ruas de Colônia na virada do ano, facilmente reconhecíveis em seus uniformes com coletes refletores.
"O que ocorreu no ano passado jamais deve se repetir", disse o chefe de polícia da cidade, Jürgen Mathies. A maioria dos ataques aconteceu nos arredores da famosa Catedral e da estação ferroviária central.
O contingente de 140 policiais presentes no último réveillon se mostrou insuficiente para lidar com as agressões sexuais. Neste ano, além do reforço da polícia de Colônia, 300 policiais federais e cerca de 600 agentes de segurança locais vão patrulhar o centro da cidade durante a noite.
Especialistas, além disso, estarão à disposição para ajudar as mulheres em caso de abusos, intimidações, agressões ou estupros.
Fogos de artifício proibidos
A região central costuma ficar lotada de moradores e visitantes durante a virada do ano, muitos soltando fogos de artifício ou transitando para os bares da região, para a estação central ou para a ponte Hohenzollern, um dos lugares mais visitados para assistir à queima de fogos.
Para garantir a segurança, algumas pontes sobre o Reno serão fechadas até as primeiras horas da manhã. As autoridades estabeleceram uma zona onde serão proibidos os fogos de artifício, que inclui os locais de maior aglomeração.
Câmeras de segurança serão posicionadas em frente à estação central, local de muitas das agressões ocorridas no ano passado. Essas áreas também receberão iluminação adicional.
O artista berlinense Philipp Geist foi contratado para proporcionar um megashow de luzes, com projeções nos arredores da Catedral de Colônia, na praça adjacente e sobre as fachadas de diversos edifícios.
"Após os terríveis ataques do ano passado, a cidade tomou as devidas providências", disse nesta segunda-feira a prefeita Henriette Reker. "Queremos que as pessoas vivam a verdadeira Colônia: pacífica, agradável – uma cidade com um senso de comunidade."
RC/dw
Tesouros da catedral de Colônia
Das relíquias dos Três Reis Magos ao primeiro crucifixo monumental após a iconoclastia, a principal igreja da metrópole renana possui vários monumentos. Confira alguns deles.
Foto: Bahman Rafiezadeh
Três Reis Magos
O mais fascinante tesouro da catedral de Colônia é a arca com os restos mortais dos Três Reis Magos. Eles foram trazidos de Milão para Colônia no século 12, como presente do imperador alemão Frederico Barbarossa para seu chanceler, Rainald von Dassel, arcebispo de Colônia. Exames demonstraram que os ossos e as vestimentas encontrados no relicário pertencem a três homens que viveram no século 1°.
Foto: picture-alliance/ dpa
Obra de Nicolas de Verdun
A urna em ouro e prata decorada com centenas de pedras preciosas foi obra de Nicolas de Verdun, um dos ourives mais famosos da Idade Média. Em 1248, começou a construção da nova igreja em Colônia para abrigar o relicário e a multidão de peregrinos. A conclusão, no entanto, só aconteceu no século 19, após a expulsão dos franceses. Durante a ocupação, a urna foi escondida num convento em Sauerland.
Foto: picture-alliance/dpa
Vitrais ancestrais
Na catedral, há vitrais coloridos cuja execução se estende por um período de quase 750 anos. A janela mais antiga data do século 13. O tesouro mais recente é obra do pintor alemão Gerhard Richter, um dos artistas mais renomados da atualidade. Inaugurada em 2007, a janela abstrata não concorre com as demais. Lembrando pixels, as cores do vitral são as mesmas dos outros encontrados na catedral.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
Cruz de Gero
Encomendado pelo bispo Gero após os conflitos iconoclastas, por volta de 980, este crucifixo surge como a mais antiga representação monumental de Cristo na Idade Média, sendo por assim dizer a primeira cruz monumental. Outra particularidade é o fato de ela estar há mais de mil anos na catedral, algo tão pouco óbvio como a sobrevivência da arca com os restos mortais dos Três Reis Magos.
Foto: picture-alliance/akg-images
Altar dos Patronos da Cidade
Pintado por Stefan Lochner por volta de 1442, este tríptico é a principal obra da chamada escola de pintura de Colônia no gótico tardio. O altar foi escondido das tropas francesas na ocupação napoleônica, sendo transferido para a catedral após a secularização da capela onde se encontrava originalmente. Hoje, ele ocupa o centro da Capela de Nossa Senhora, onde é rezada missa todos os dias.
Foto: Imago/Schöning
Cadeiral do coro
No coro do altar da catedral, encontra-se um dos maiores e mais antigos cadeirais da Idade Média. A estrutura inferior dos bancos pôde ser datada entre 1308 e 1311. Para as 104 cadeiras, foram utilizados cerca de 29 troncos de carvalho. Os assentos serviam não somente aos cônegos e a seus representantes, mas também a visitantes. Na foto, vê-se o então decano Johannes Bastgen, em 2008.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
Exemplo para Torre Eiffel
A estrutura metálica do teto sobre as naves da catedral é outro tesouro do prédio. Este monumento dentro do monumento é uma das primeiras estruturas de telhado executadas em ferro de que se tem notícia. Os detalhes construtivos dessa obra serviram de exemplo para a Torre Eiffel, cujos engenheiros visitaram a catedral em Colônia após a sua finalização em 1880 – 20 anos antes do símbolo parisiense.
Foto: picture-alliance/dpa/F. von Erichsen
Sinos
Na catedral de Colônia, o maior e mais badalado se chama Sino de São Pedro, mais conhecido como "Dicker Pitter", "o Pedro gordo". Em 1924, ele substituiu o Sino do Imperador, que havia sido derretido na Primeira Guerra Mundial. A catedral também possui um dos mais antigos carrilhões do Ocidente, formado pelo Sino do Ângelus e pelo Sino da Transformação, inaugurados por volta de 1322.
Foto: Imago/Schöning
Gárgulas
Nas igrejas góticas, o sistema de drenagem de águas das calhas terminava numa gárgula. Essas goteiras em pedra se destinavam a escoar a água das chuvas para longe das paredes. Elas eram esculpidas quase sempre com muita fantasia: em forma de figuras grotescas, animais fantásticos e criaturas híbridas demoníacas. A catedral de Colônia possui 108 gárgulas, executadas entre os séculos 13 e 21.
Foto: picture-alliance/Rainer Hackenberg
Altar dos Três Reis Magos
Este magnífico altar barroco em mármore preto e alabastro foi esculpido entre 1668-83 por Heribert Neuss. No centro, encontrava-se uma grade de onde se podia ver a arca com as relíquias dos Três Reis Magos. Hoje ali está a chamada Virgem das Joias. Em agosto, ela se torna lugar de peregrinação para milhares de ex-iugoslavos, que não podiam ir aos seus países durante a guerra nos anos 1990.
Foto: Imago/SMID
O maior tesouro
"Vamos deixar a catedral em Colônia", diz uma música de Carnaval. Mas, na verdade, foi Colônia que não deixou a catedral. A cidade foi uma das mais destruídas na 2ª Guerra. Devido à dimensão da destruição da cidade, pensou-se até em reconstruí-la mais ao norte. A catedral, no entanto, ficou de pé. E esse foi o motivo de hoje Colônia se encontrar no lugar onde foi fundada há mais de 2 mil anos.