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Comércio justo contraria tendência e cresce

(bd / lk)20 de maio de 2005

Criada há 30 anos, a Gepa, maior empresa européia de comércio justo, fatura 37 milhões de euros com a venda de mais de 1000 itens entre produtos alimentícios e artesanais.

Cacau orgânica da República Dominicana para a GepaFoto: gepa

Um dos maiores sucessos do selo Gepa no momento é a barra de chocolate de 100 gramas, de produção orgânica e com sabor de laranja, escolhida na feira Biofach deste ano, em Nurembergue, como produto do ano. A combinação entre "justo" e "orgânico", aliás, conquista cada vez mais consumidores, esclarece Thomas Speck, diretor da empresa que se tornou, em seus 30 anos de existência, a maior da Europa no setor do comércio justo.

Nascida de um movimento de solidariedade com o Terceiro Mundo iniciado por jovens ligados às Igrejas na Alemanha, a Gepa comercializava inicialmente chá, café e toda uma variedade de produtos artesanais da América Latina, África e Ásia.

Uma sacola simples de juta e o café da Nicarágua foram durante muitos anos símbolos do comércio justo no país. Os produtos eram vendidos geralmente em bazares e lojinhas especializadas, que atraíam uma clientela específica, mais ligada ao estilo "alternativo" de vida.

Diversificação e aposta na qualidade – Hoje a oferta abrange 250 produtos alimentícios e mais de 1000 produtos artesanais de 40 países daqueles três continentes. Eles são armazenados em prateleiras de seis metros de altura que ocupam uma área de cinco mil metros quadrados no armazém central da empresa.

Café orgânico do México, o que mais vendeFoto: gepa Fair Handelshaus

No ano passado, foram vendidos 35 mil paletes de mercadorias, num volume de 37 milhões de euros. Café é o que mais vende, liderado pelo orgânico produzido no México. Mas a lista inclui especialidades como creme de avelãs, massas feitas com farinha de quinoa latino-americana, cappuccino instantâneo, vinhos, mel e chás diversos. Duas associações de pequenos produtores brasileiros fornecem sucos naturais.

Contrariando a tendência do varejo, o comércio justo cresce: 3% no ano passado, sendo que as vendas em supermercados aumentaram 16%. Um motivo do sucesso, segundo Speck, é que a empresa passou a apostar, já no início dos anos 1990, na qualidade dos produtos, conquistando com isso consumidores mais exigentes.

Lucros beneficiam parceiros – Sessenta por cento dos produtos alimentícios vendidos pela Gepa – abreviatura de seu nome completo: Sociedade pela Parceria com o Terceiro Mundo – portam o selo de orgânico. O cultivo segundo os métodos da agricultura orgânica vale a pena também para os produtores. Por uma libra americana – pouco mais de 45 quilos – de café em grão orgânico, eles recebem em média 15 dólares a mais do que por um produto convencional. A Gepa vai mais longe ainda, segundo Speck, pagando às cooperativas de café com as quais mantém convênios o dobro do preço regular no mercado mundial.

Pequenos produtores dominicanosFoto: gepa

Os parceiros comerciais da Gepa – 150 cooperativas, organizações de mercado e firmas privadas com compromisso social – são beneficiadas também com os lucros obtidos com as vendas. Por princípio, estes são reinvestidos no comércio justo, financiando créditos, assessoria e cursos de especialização para os pequenos produtores.

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