Especialistas acreditam que prova não funcionará para medir a qualidade do ensino e universidades podem repensar seu peso no ingresso de alunos. Após fracasso, ministro culpa mídia pelo baixo número de participantes.
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Realizado no momento em que 13 estados brasileiros viviam alta no número de casos de coronavírus, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tinha 5,5 milhões de inscritos mas acabou com pouco mais de 2,6 milhões de participantes em seu primeiro dia de provas, no domingo (17/01). A abstenção, de 51,5% dos candidatos, é um recorde histórico da avaliação.
E nesta conta não entram os mais de 160 mil inscritos em 56 cidades do estado do Amazonas e duas em Rondônia, onde o Enem havia sido suspenso anteriormente em virtude da crise sanitária — os alunos dessas localidades devem realizar a prova em fevereiro.
Para especialistas ouvidos pela DW Brasil, a primeira consequência direta desse número alto de desistências vai ser um represamento dos candidatos. "Podemos supor um aumento nas inscrições do ano que vem", afirma o economista Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal responsável pela aplicação da prova.
Com número tão baixo de participantes, o exame deste ano também não será uma ferramenta acurada para avaliar a qualidade do ensino. O Enem foi criado em 1998 como ferramenta de mensuração do desempenho dos estudantes brasileiros na conclusão da educação básica — foi a partir de 2009 que passou a ser utilizado também como instrumento de seleção para o ingresso em instituições de ensino superior.
O diagnóstico do ensino médico ficará prejudicado justamente após um ano de grandes problemas educacionais causados pela pandemia e pelas aulas à distância acarretadas por ela. "Os resultados [da prova] serão de uma parcela muito menor de estudantes e, portanto, não comparáveis com os anos anteriores", argumenta a coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda.
Já a outra função do exame, ou seja, como forma de acesso a cursos de graduação, poderia ser reajustada de forma emergencial — ainda que apenas válida para este ano — pelas instituições de ensino, que têm autonomia para tanto. "Os critérios de ingresso não dependem do Ministério da Educação, mas sim das universidades", explica Fernandes. "Elas podem adotar outras medidas. Não está claro a essa altura quais seriam, mas pode vir a ser um caminho que algumas universidades venham a adotar."
Coordenador do curso de pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o pedagogo Ítalo Curcio lembra que, devido ao adiamento da prova, muitas universidades já haviam "estabelecido critério alternativo para este ano, considerando notas de edições anteriores". Mas, considerando as que pretendem aproveitar o Enem 2020 como critério seletivo, ele defende sejam criadas "medidas alternativas".
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Balanço e problemas
De acordo com balanço divulgado em coletiva à imprensa realizada pelo Ministério da Educação e pelo Inep na noite de domingo, além das 160 mil pessoas dos estados do Amazonas e de Rondônia, outros 10.171 candidatos solicitaram participar da reaplicação prevista para fevereiro alegando sintomas de doenças infectocontagiosas — 8.180 pedidos foram deferidos. Outros cerca de mil alunos, de três escolas de São Sebastião do Passé, na Bahia, terão direto a participar da reaplicação — porque ali problemas com energia elétrica impediram a execução do exame.
Ainda no domingo, muitos candidatos usaram as redes sociais para reclamar que foram impedidos de fazer a prova por lotação na sala. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas chegou a postar alguns relatos, classificando de "absurdo" o fato de um "estudante sair de casa para realizar o Enem e não fazer a prova por conta da lotação dos locais". Por conta da pandemia, uma das medidas sanitárias foi que as salas utilizadas para a prova não tivessem mais do que 50% dos assentos ocupados.
"Verificou-se que, embora não em todos os locais de prova, muitos acabaram tendo superlotação", diz Curcio. "Uma pena, pois considero isto como falha elementar de logística, por parte dos responsáveis pelos espaços que seriam utilizadas para a realização do Enem."
De acordo com o Inep, casos assim ocorreram em apenas 11 dos quase 15 mil locais de aplicação da prova. Na coletiva à imprensa, o presidente da autarquia, Alexandre Lopes, afirmou que essas situações serão averiguadas e, se comprovadas, os alunos barrados terão direito de participação da reaplicação. Lopes disse, contudo, que há "divergências" entre o que teria acontecido de fato e o que foi noticiado.
Apesar da abstenção recorde e dos problemas relatados, o ministro da Educação, Milton Ribeiro classificou o Enem 2020 como "um sucesso". Ele atribui o número de faltosos ao "medo da contaminação" e a "um trabalho de mídia contrário ao Enem muito grande".
Originalmente previsto para ocorrer em novembro, o Enem foi adiado para 17 e 24 de janeiro por conta da pandemia. Ao longo da última semana diversas entidades se mobilizaram e houve ações judiciais para que o Enem fosse suspenso mais uma vez, já que o Brasil vive um momento particularmente crítico, com aumento no número de casos de covid-19. Ribeiro declarou que "eventualmente, se nós disséssemos que não teria Enem neste ano, para mim, seria um insucesso, uma derrota da educação brasileira."
"A abstenção recorde foi motivada pela insistência do Ministério da Educação em seguir com o Enem mesmo no momento de alta de casos e de mortes da pandemia no país", argumenta Pellanda. "Poderia ter sido evitada caso tivesse havido adiamento da prova para ser realizada em um momento mais seguro." Para ela, os dados desta edição da prova serão "um reflexo da exclusão, fruto da péssima gestão e do espírito genocida deste governo".
Pellanda defende que o ministério seja "duramente responsabilizado pela falta de respeito e de garantia de isonomia para com os estudantes". E que medidas sejam tomadas para mitigar os danos "com urgência". "Muitos estudantes foram impedidos de fazer a prova por conta de salas lotadas, outros faltaram por falta de segurança e de informações, e estes precisam ter garantidos seus direitos de realização da prova", cobra.
Fernandes não vê possibilidade de o Inep oferecer nova chance aos faltosos. "Acho muito difícil, muito pouco provável", comenta. Curcio defende que todos os candidatos "que não puderam fazer a prova ontem [domingo], independentemente da causa", possa fazer o Enem em fevereiro.
Prioridades
Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Nilson José Machado defende "virar a página" e esquecer desta edição do Enem. "É como se estivéssemos preocupados em acertar um calendário em uma casa que está pegando fogo. É preciso começar a pensar o que fazer, no rumo e nas ações para a educação do Brasil. Isso está travado, está parado", comenta. "Estamos esquecendo o fogo e querendo acertar a agenda, o calendário. Não dá para gastar energia com isso."
Para ele, depois de um ano de pandemia, é preciso planejar de forma cautelosa o retorno dos alunos às aulas presenciais e pensar em eventuais ajustes metodológicos para reduzir o déficit desse longo período de ensino à distância. "É preciso regularizar o sistema, colocá-lo para funcionar", defende. "Depois pensamos nos processos de avaliação."
Machado, contudo, vê com pessimismo os rumos da educação no país nos últimos anos. Acredita faltar uma discussão mais ampla acerca da política educacional e vê o ministério sendo ocupado, seguidamente, por "pessoas que realizam trabalhos notáveis de contabilidade prática". "Gente que pensa apenas no fluxo de caixa, em entrada e saída na distribuição da miséria educacional", critica. calendário. Não dá para gastar energia com isso.”
Para ele, depois de um ano de pandemia, é preciso planejar de forma cautelosa o retorno dos alunos às aulas presenciais e pensar em eventuais ajustes metodológicos para reduzir o déficit desse longo período de ensino à distância. "É preciso regularizar o sistema, colocá-lo para funcionar”, defende. "Depois pensamos nos processos de avaliação.”
Machado, contudo, se autointitula um pessimista ao observar os rumos da educação no país nos últimos anos. Acredita faltar uma discussão mais ampla acerca da política educacional e vê o ministério sendo ocupado, seguidamente, por "pessoas que realizam trabalhos notáveis de contabilidade prática”. "Gente que pensa apenas no fluxo de caixa, em entrada e saída na distribuição da miséria educacional”, critica.
O mês de janeiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Fedja Grulovic/REUTERS
Prisões em massa em protestos na Rússia
Durante os novos protestos em pelo menos 142 cidades de toda a Rússia, exigindo a libertação do líder oposicionista Alexei Navalny, a polícia bloqueou o centro de diversas cidades, incluindo a capital. Até o início da tarde mais de 3 mil participantes foram detidos. (31/01)
Foto: Peter Kovalev/TASS/dpa/picture alliance
Camuflagem em arte
A observadora da pintura "Vênus na Concha" do artista vietnamita Yoon parece fazer parte da exposição que ocorre num shopping de Bangkok, na Tailândia. Com seu vestido florido, ela se camufla no meio da obra de arte. O colorido da cena traz um pouco de alegria no meio de um cotidiano sombrio em tempos de pandemia. (30/01)
Foto: Mladen Antonov/AFP/Getty Images
Alemanha proíbe entrada de viajantes do Brasil
A Alemanha aprovou a proibição da entrada no país de viajantes vindos do Brasil e de outros países com forte presença de variantes mais transmissíveis do novo coronavírus. A medida deve valer até meados de fevereiro. Também não podem entrar no país os viajantes provenientes do Reino Unido, Irlanda, Portugal e África do Sul. A proibição vale para as viagens de trem, ônibus, avião ou navio. (29/01)
Foto: Matthias Tödt/dpa/picture alliance
Gestão do Brasil na pandemia é avaliada como a pior do mundo
O Instituto Lowy avaliou a reação à pandemia em 98 países e colocou a Nova Zelândia na primeira colocação. Na outra extremidade do ranking, em último lugar, aparece o Brasil, atrás de nações como o México, Colômbia, Irã, Estados Unidos e Bolívia. A Alemanha, que teve relativo sucesso ao controlar a 1ª onda da doença, mas viu as mortes dispararem em 2021, ocupa apenas a 55ª posição. (28/01)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/F. Taxeira
Parlamento alemão lembra vítimas do Holocausto
O Parlamento alemão assinalou o 76.º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, construído pelo regime nazista na Polônia, numa sessão especial dedicada a homenagear as vítimas do Holocausto. Na sessão, por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, os deputados alemães ouviram o testemunho da sobrevivente Charlotte Knobloch, de 88 anos. (27/01)
Foto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance
Mundo supera 100 milhões de casos de covid-19
O mundo ultrapassou a marca de 100 milhões de casos confirmados de infecção pelo coronavírus Sars-Cov-2, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins. Uma em cada 76 pessoas no planeta foi diagnosticada com covid-19. EUA, Brasil e Índia lideram a lista de países mais afetados. O total de mortes associadas à covid-19 no mundo passa de 2,1 milhões. (26/01)
Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/dpa/picture alliance
Biden revoga ordem de Trump que proibiu transgêneros nas Forças Armadas
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revogou nesta segunda-feira (25/01) a decisão de seu antecessor, Donald Trump, que proibiu transgêneros de servirem nas Forças Armadas do país. "Os EUA são mais fortes, internamente e no mundo todo, quando são inclusivos. Os militares não são exceção", diz a ordem assinada por Biden. (25/01)
Foto: Jim Watson/AFP
Onze mineiros são salvos na China duas semanas após soterramento
Onze mineiros dos 22 presos há duas semanas numa mina de ouro na China foram resgatados. No dia 10 de janeiro, os mineiros ficaram presos após uma explosão numa mina na localidade de Qixia. Apenas uma semana depois as equipes de salvamento conseguiram detectar os primeiros sinais de vida de um grupo de trabalhadores, presos a uma profundidade de cerca de 600 metros. (24/01)
Foto: Luan Qincheng/Xinhua/picture alliance
Morre Larry King, lenda da TV americana
O apresentador americano Larry King morreu aos 87 anos em um hospital de Los Angeles. King, que comandou um programa de entrevistas por mais de 25 anos na emissora americana CNN, estava internado desde o início deste mês, devido complicações provocadas pela covid-19. Em uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, King realizou mais 50 mil entrevistas. (23/01)
Foto: Fred Prouser/REUTERS
Tratado de proibição de armas nucleares entra em vigor
O primeiro tratado para banir as armas nucleares entrou em vigor. O pacto internacional foi ratificado por 51 países, embora nenhum seja potência nuclear. A Alemanha, que hospeda ogivas nucleares americanas, também não assinou o documento. O Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares proíbe seus signatários de produzir, armazenar, vender e usar armas nucleares. (22/01)
Foto: Don Emmert/AFP
Incêndio atinge fábrica de vacinas para covid-19 na Índia
Um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio em construção no complexo do Instituto Serum, na Índia, maior produtor de vacinas do mundo. Ao menos cinco pessoas morreram. A produção de doses para covid-19 não foi afetada.Segundo o governo local, o incêndio teria começado devido a uma falha elétrica na obra. (21/01)
Foto: Rafiq Maqbool/AP/picture alliance
Biden toma posse como presidente dos EUA
O democrata Joe Biden foi empossado como o 46º presidente dos EUA numa cerimônia em frente ao Capitólio, em Washington. Kamala Harris também foi oficializada como a 49ª vice-presidente do país. "Aprendemos novamente que a democracia é preciosa, que a democracia é frágil, e esta é a hora em que a democracia prevaleceu", disse Biden na cerimônia que também marcou o fim da era Trump. (20/01)
Foto: Alex Wong/Getty Images
Alemanha estende lockdown até 14 de fevereiro
A Alemanha decidiu estender até 14 de fevereiro o lockdown em vigor no país e que deveria terminar no fim de janeiro. O governo anunciou ainda novas restrições com o objetivo de conter o avanço da pandemia de covid-19.Uma medida adicional é o uso obrigatório de máscaras cirúrgicas no transporte público e em estabelecimentos comerciais. Escolas deverão reabrir apenas em 15 de fevereiro. (19/01)
Foto: Hannibal Hanschke/REUTERS
Economia da China cresce 2,3% em 2020
Apesar da pandemia de covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 2,3% em 2020 em comparação com o ano anterior. O crescimento, no entanto, é o menor registrado em mais de quatro décadas, desde que o país comunista começou a implementar grandes reformas econômicas nos anos 1970. País deve ser o único entre as grandes economias a crescer no ano passado. (18/01)
Foto: Getty Images/AFP
Anvisa aprova vacinas
A Anvisa aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a covid-19: a Coronavac, do Instituto Butantan e da Sinovac, e a da AstraZeneca-Universidade de Oxford. Minutos depois, uma enfermeira de São Paulo, Monica Calazans (foto), de 54 anos, se tornou a primeira pessoa a receber a vacina no país. Do grupo de risco por ser obesa, hipertensa e diabética, ela trabalha em UTI de hospital. (17/01)
Foto: Marcelo Chello/ZUMA Wire/picture alliance
Partido de Merkel elege novo líder
Numa votação observada com suspense na Alemanha, o partido de Angela Merkel, União Democrata Cristã (CDU), escolheu o governador do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, como seu novo presidente. Com 521 votos no segundo turno, ele superou por 55 votos o concorrente Friedrich Merz, ex-chefe da bancada da CDU no Bundestag. Eleição pode definir futuro chefe de governo alemão. (16/01)
Foto: Hannibal Hanschke/REUTERS
Governo da Holanda renuncia
O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciou a renúncia de seu governo, assumindo a responsabilidade por um escândalo em que milhares de famílias – muitas de origem estrangeira – foram falsamente acusadas de fraude no recebimento de benefícios sociais e injustamente obrigadas a pagar milhares de euro cada. Rutte (na foto) foi de bicicleta ao palácio do rei apresentar sua renúncia. (15/01)
Foto: Piroschka van de Wouw/REUTERS
Francisco e Bento 16 são vacinados
O papa Francisco, de 84 anos, e o papa emérito Bento 16, de 93, receberam a primeira dose da vacina da Pfizer-Biontech contra a covid-19, informou o Vaticano. Ambos estão na lista de prioridades, que inclui os idosos e profissionais da saúde e segurança do Vaticano, e receberão a segunda dose em três semanas. A campanha de vacinação na cidade-Estado teve início um dia antes. (14/01)
Foto: Vatican Media/picture-alliance
Câmara dos EUA aprova novo impeachment de Trump
A Câmara dos Estados Unidos aprovou a abertura de um novo processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. Desta vez, ele é acusado de "incitação a insurreição", em relação à invasão do Capitólio por seus apoiadores. Foram 232 votos a 197. Todos os democratas votaram a favor, e a maioria dos republicanos votou contra, mas ocorreram dez dissidências entre os deputados do partido. (13/01)
Foto: J. Scott Applewhite/AP Photo/picture alliance
Coronavac tem eficácia divulgada
Após questionamentos da comunidade científica, o Instituto Butantan divulgou a taxa de eficácia geral da vacina contra a covid-19 Coronavac, desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac. O imunizante teve eficácia global de 50,38% nos testes realizados no Brasil. A taxa indica a capacidade da vacina de proteger contra todos os casos da doença, sejam leves, moderados ou graves. (12/01)
Foto: Getty Images/AFP/S. Avila
Democratas apresentam pedido de impeachment contra Trump
A menos de dez dias do fim do mandato do presidente Donald Trump, a oposição democrata na Câmara dos Representantes iniciou os trâmites para um processo de impeachment contra o republicano. O partido apresentou formalmente uma acusação contra Trump por "incitação a uma insurreição", em referência à invasão do Capitólio. (11/01)
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Japão identifica nova variante vinda do Brasil
O Japão anunciou que detectou uma nova variante do coronavírus em quatro viajantes que vieram do Brasil. Os passageiros estavam no Amazonas e desembarcaram em Tóquio em 2 de janeiro. Autoridades disseram que a nova cepa é diferente das que foram identificadas no Reino Unido e na África do Sul, mas ainda não há evidências de que ela seja também mais infecciosa. (10/01)
Uma forte nevasca deixou parte da Espanha paralisada e já causou ao menos quatro mortes. A capital, Madri, foi particularmente atingida, com várias ruas bloqueadas e o aeroporto fechado. "Estamos perante a tempestade mais intensa dos últimos 50 anos", afirmou o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska. O país declarou alerta vermelho em cinco regiões. (09/01)
Foto: Viktor Cherezky/DW
Ano de 2020 iguala recorde de temperatura de 2016
Apesar dos lockdowns globais, o ano de 2020 foi o mais quente já registrado no mundo, assim como 2016, finalizando uma década de temperaturas recordes que evidenciam a urgência de atuação contra o aquecimento global, afirmou o Copernicus, serviço da União Europeia de monitoramento das mudanças climáticas. O aumento médio da temperatura global foi de 1,25 ºC em relação à era pré-industrial. (08/01)
Foto: Julian Stratenschulte/dpa/picture-alliance
Brasil supera marca de 200 mil mortes por covid-19
Pouco menos de dez meses depois de registrar oficialmente sua primeira morte por covid-19, o Brasil ultrapassou na quinta-feira a marca de 200 mil óbitos pela doença. Foram mais 1.524 mortes registradas em 24 horas, elevando o total para 200.498. No mesmo dia, o país se aproximou da marca de 8 milhões de casos, com o registro de 87.843 novas infecções, um novo recorde diário. (07/01)
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Izquierdo
Apoiadores de Trump invadem Congresso dos EUA
Apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadiram o Capitólio durante a sessão que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro, forçando a saída abrupta de parlamentares e a interrupção da cerimônia. Uma mulher teria morrido durante a invasão. Serviços de segurança federais foram acionados para remover os invasores e o prédio foi esvaziado no mesmo dia. (06/01)
Foto: Win McNamee/Getty Images
Alemanha prorroga lockdown até fim de janeiro
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, anunciou que o lockdown em vigor desde 16 de dezembro no país será estendido até o fim de janeiro. Inicialmente, o plano era que a medida chegasse ao fim em 10 de janeiro. O confinamento ficou mais severo, com a imposição de novas restrições para movimento interno e de reuniões, com o objetivo de conter o avanço da pandemia de covid-19. (05/01)
Foto: Michael Kappeler/REUTERS
Justiça britânica rejeita extradição de Assange
Um tribunal em Londres decidiu que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, não deve ser extraditado para os Estados Unidos, onde ele enfrenta acusações de violação de uma lei de espionagem e conspiração para obter documentos secretos. A juíza Vanessa Baraitser afirmou que não extraditaria Assange por haver um risco real de que ele poderia cometer suicídio. (04/01)
Foto: Frank Augstein/AP/picture alliance
Casos de covid-19 passam de 20 milhões nos EUA
Os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 20 milhões de infecções pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com 24% do total registrado em todo o mundo. Metade desses casos foram contabilizados a partir de novembro, o que indica um ressurgimento drástico da pandemia no país mais afetado pela doença e que encerrou 2020 com recordes de mortes e internações. (02/01)
Foto: Liu Jie/Xinhua/Picture-alliance
Adeus, União Europeia!
Populares celebram a virada de ano perto do prédio do Parlamento britânico, em Londres. O início de 2021 marca a ruptura definitiva do Reino Unido com a UE, mais de quatro anos após os britânicos votarem pelo Brexit. O país já deixara o bloco em janeiro de 2020. Mas agora chega ao fim do período de transição, marcando a saída britânica do mercado comum e da união aduaneira. (01/01)