1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Com gol no fim, Brasil bate Uruguai e vai à final da Copa das Confederações

Rafael Plaisant26 de junho de 2013

Seleção brasileira passa sufoco no Mineirão, mas, com Fred voltando a marcar e gol decisivo de Paulinho, passa pela Celeste e fará no Maracanã sua quinta decisão do torneio. BH tem novos protestos e confrontos.

Foto: picture-alliance/dpa

Não teve “Mineirazo”, como muitos temiam. Nem gol de Neymar, como quase todos esperavam. Mas o que Belo Horizonte viu nesta quarta-feira (26/06) foi um jogo tenso, pegado, cheio de provocações – digno da história quase centenária do clássico, que terminou com 2 a 1 para o Brasil, mas que não seria absurdo se tivesse vitória uruguaia.

Talvez por isso a vaga na final da Copa das Confederações, com gols de Fred e, já aos 40 minutos do segundo tempo, de Paulinho, tenha sido comemorada como título por torcida, jogadores e comissão técnica. Mesmo o já rodado Luiz Felipe Scolari admitiu que a vitória foi uma das mais emocionantes de sua carreira.

"Nos últimos 10 anos, depois da Copa do Mundo, foi o mais emocionante”, disse Felipão ao fim do jogo. “Ainda temos algumas coisas que aprender, no sentido de jogar com tranquilidade. Nosso time é muito novo. Mas esse jogo serve para amadurecer."

Manifestantes marcham nas ruas de Belo Horizonte: protesto teve feridos e detidosFoto: Christophe Simon/AFP/Getty Images

A vitória teve também pênalti cobrado por Forlán e defendido por Júlio César, ainda no primeiro tempo, antes de o placar ser aberto. Criticado após a Copa de 2010, o goleiro foi eleito ainda o melhor em campo e não escondeu a satisfação.

"Brasil e Uruguai é sempre emocionante pra mim. Nas Eliminatórias para 2010, no Morumbi, eu entrei com três pianos nas costas, porque a torcida de São Paulo tem um grande carinho pelo Rogério Ceni. E fiz uma partida fantástica. Hoje de novo”, afirmou Júlio César.

A partida teve tensão também fora de campo. Cerca de 50 mil pessoas marcharam pelas ruas de Belo Horizonte, e parte dos manifestantes entrou em confronto com a polícia ao tentar chegar aos arredores do Mineirão. O protesto teve feridos e dezenas de detidos.

A decisão está marcada para este domingo, no Maracanã, e será a quinta final de Copa das Confederações da seleção brasileira, que já tem três títulos do torneio. O adversário sairá do confronto entre Itália e Espanha, que se enfrentam nesta quinta-feira em Fortaleza.

O jogo

Como quase todo clássico, o jogo começou tenso – e estudado. Foram dez minutos de muita marcação, sem que nenhuma das seleções levassem perigo. O panorama só mudou aos 12 minutos, quando David Luiz, após cobrança de escanteio, agarrou Lugano dentro da área. Pênalti, que Forlán cobrou rasteiro no canto esquerdo e Júlio César defendeu.      

A primeira boa chance do Brasil foi apenas aos 27 minutos, com Hulk. O atacante recebeu bola pela direita e, apesar de bem marcado, conseguiu chutar. O tiro saiu forte, porém, sem qualquer perigo para Muslera. Três minutos depois foi a vez de Forlán, que girou na entrada da área e chutou por cima do gol de Júlio César, raspando o travessão.

Cavani comemora gol de empate do Uruguai, que não foi suficiente para evitar a derrotaFoto: picture-alliance/dpa

O primeiro gol brasileiro saiu já aos 40 minutos, com Fred. No lance, Paulinho lançou para Neymar, que, mesmo marcado por dois defensores, conseguiu dominar no peito e finalizar. Muslera defendeu, mas a bola sobrou para Fred, de canela, estufar as redes.

O Brasil foi para o intervalo sem ter criado muito, porém com 68% de posse de bola e a partida relativamente sob controle. Mas viu a situação se inverter logo aos dois minutos do segundo tempo. Após bate-rebate na área, Thiago Silva cortou mal, e a bola sobrou para Cavani, que chutou no canto direito para empatar a partida.

O gol de Cavani deixou a partida mais aberta. Em cobrança de falta, aos 11, Hulk acertou uma pancada e obrigou Muslera a fazer defesa difícil. Aos 20, Suárez, cabeceou sobre o gol de Júlio César. E um minuto depois, Bernard, que acabara de entrar no lugar de Hulk, cruzou para Fred chutar por cima do travessão.

Aos 33, Cavani se livrou de Hernanes e finalizou. A bola desviou em Luiz Gustavo e passou rente à trave. Dois minutos depois, foi a vez de o Brasil quase ficar à frente no placar. Após bola cruzada na pequena área, Fred só não marcou porque Godín se antecipou de carrinho para cortar.

Neymar é derrubado por jogador uruguaio: jogador foi um dos mais caçados em campoFoto: Christophe Simon/AFP/Getty Images

O gol da vitória saiu em cobrança de escanteio. Aos 40 minutos, Paulinho subiu mais que a zaga uruguaia na segunda trave e fez 2 a 1 para o Brasil. Foram ainda mais oito minutos de pressão uruguaia – o goleiro Muslera chegou a ir duas vezes à área brasileira tentar o gol. Mas o time de Felipão segurou a pressão e garantiu a vaga na final.  

Ficha técnica

Local: Mineirão – Belo Horizonte

Gols: Fred (40 do primeiro tempo), Cavani (2 do segundo tempo) e Paulinho (40 do segundo tempo)

Cartões amarelos: Luiz Gustavo, David Luiz, Marcelo (Brasil); Álvaro González, Cavani (Uruguai)

Arbitragem: Enrique Osses (Chile), auxiliado por seus compatriotas Carlos Astroza e Sergio Romá.      

Brasil: Julio César; Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva, Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar (Hernanes); Hulk (Bernard), Neymar (Dante) e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Uruguai: Fernando Muslera; Maxi Pereira, Diego Lugano, Diego Godín e Martín Cáceres; Arévalo Ríos, Cristian Rodríguez e Álvaro González; Diego Forlán, Luis Suárez e Edinson Cavani. Técnico: Óscar Tabárez

Pular a seção Mais sobre este assunto