Com Guardiola sob pressão, Bayern tenta "missão impossível"
Guilherme Becker11 de maio de 2015
Time bávaro precisa vencer Barcelona por quatro gols de diferença para ir à decisão da Liga dos Campeões. Questionado, técnico terá que fazer ataque produzir, mas sem ceder espaço para Messi, Neymar e Suárez atrás.
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O Bayern de Munique chega para o duelo decisivo desta terça-feira (11/05), pela semifinal da Liga dos Campeões, com a missão, tida por muitos como impossível, de vencer o Barcelona por quatro gols de diferença. E isso com o antes aclamado técnico Pep Guardiola sob pressão.
Desde a derrota por 3 a 0 no jogo de ida, em Barcelona, o técnico vem sendo questionado por torcedores, imprensa e por pelo menos dois grandes nomes do Bayern: o presidente honorário e maior ídolo do clube, Franz Beckenbauer, e o ex-goleiro Oliver Kahn.
O principal ponto, para ambos, está nas escolhas de Guardiola: substituir Thomas Müller por Mario Götze no Camp Nou, por exemplo, foi uma delas, classificada por Beckenbauer como "incompreensível." Outra foi a estratégia adotada na defesa.
"Também me surpreendeu que ele tenha usado o sistema com três zagueiros", disse Beckenbauer. "É extremamente perigoso."
A tentativa de impor uma marcação individual sobre o trio Neymar-Suárez-Messi, definitivamente, não funcionou. Ficou, aliás, muito aquém do esperado. Guardiola colocou Rafinha na esquerda, em cima de Suárez, com Boateng centralizado para cuidar de Messi, e Benatia na direita para tentar conter os ágeis avanços de Neymar.
"Em linhas gerais, não surtiu qualquer efeito. É ousado apostar na marcação homem a homem lá atrás. Guardiola talvez não contasse com tantos passes longos do Barcelona", criticou Kahn, hoje comentaria na TV alemã.
Resultado: se não fosse Manuel Neuer, o primeiro tempo já poderia ter terminado com boa vantagem catalã. Foram pelo menos três oportunidades claras de gol.
As variações táticas e de escalações sempre foram uma marca de Guardiola. Só que, desta vez, os resultados não vieram — exceção feita ao Campeonato Alemão. Tal qual contra o Porto, o Bayern precisará atacar na Allianz Arena. A diferença, básica, é que o Porto não é o Barcelona.
Diante dos portugueses, Guardiola montou um esquema para bloquear qualquer possibilidade de investida e de saída rápida do oponente no meio. Com até cinco jogadores (Xabi Alonso; Lahm, pela direita; Götze, mais à esquerda; Müller, centralizado; e Thiago Alcântara), a faixa central do campo povoada possibilitou ao Bayern atacar com força, chegando de trás para frente com muita velocidade — e a habitual precisão.
O problema: até sofrer o primeiro gol, o Porto conseguiu segurar bem a equipe alemã. Não é impossível um time como o Bayern, que deve entrar em campo com pelo menos quatro campeões mundiais pela seleção, conseguir uma virada surpreendente e avançar, rumo à decisão de Berlim, no dia 6 de junho.
"Se não passarmos, não vai acontecer nada. Sou o melhor por ganhar tudo? Ganhei por ter superjogadores", disse Guardiola, na véspera da partida.
O porém é que, do outro lado, há um Barcelona muito compacto e certeiro nos três setores, com um contra-ataque mortal. Se com poucos espaços esse atual Barça já consegue entrar a toques e dribles nas áreas adversárias, com alguns metros sobrando poderá, talvez, até vingar-se do placar agregado de 7 a 0 que o Bayern impôs na semifinal de 2013.
Barcelona: Stegen; Daniel Alves, Piqué, Mascherano e Jordi Alba; Rakitic, Busques e Iniesta; Neymar, Suárez e Messi.
Arbitragem: O inglês Mark Clattenburg, auxiliado pelos compatriotas Simon Beck e Jake Collin.
Local: Allianz Arena, Munique.
A história alemã na Liga dos Campeões
A Liga dos Campeões é o torneio mais importante da Europa e eletriza há anos os alemães. Os clubes do país já venceram seis vezes. O sétimo já está garantido, só falta saber qual clube vai expor a taça em em sua galeria.
Foto: picture-alliance/dpa
A primeira final
Vencer a Liga dos Campeões não é novidade nem para o Bayern de Munique, que conquista pela quinta vez o troféu, nem para o Borussia Dortmund, que já foi campeão uma vez. Mas uma final exclusivamente alemã era algo inédito. O estádio de Wembley, em Londres, foi o palco do duelo: Bayern 2 x 1 Dortmund.
Foto: Reuters
Em 1960, show de Puskas
Em 1960, o atacante húngaro Ferenc Puskas fez quatro gols na final contra o Eintracht Frankfurt. Mais de 135 mil torcedores assistiram à goleada que terminou em 7 a 3. O jogo foi disputado no Hampden Park, em Glasgow.
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Domínio bávaro
O Bayern de Munique dominou o torneio em meados dos anos 1970. Em 1974, venceu o Atlético de Madrid. Em 1975, venceu o Leeds United e, em 1976, conquistou o título mais uma vez, vencendo a final contra o Saint-Étienne. Na foto, o goleiro Sepp Maier levanta a taça, e seus companheiros comemoram usando o uniforme do time derrotado.
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Mönchengladbach perde para o Liverpool
Campeão da Bundesliga em 1977, o Borussia Mönchengladbach não conseguiu honrar o domínio alemão ao perder para o Liverpool a final disputada no Estádio Olímpico de Roma. Terry McDermott (dir.) foi insuperável na partida.
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Queda do Bayern na Holanda
Uma grande geração de jogadores ao chão. Karl Heinz Rumenigge, Dieter Hoeneß e Paul Breitner (da esq. para dir.) sentam-se no gramado e lamentam a derrota por 1 a 0 para o Aston Villa no estádio De Kuip, em Roterdã, na Holanda. A hegemonia inglesa se encerraria apenas no ano seguinte.
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Nottingham mantém domínio britânico
O domínio de times da Inglaterra se manteve por seis anos (1977 e 1982). O Hamburgo perdeu para o Nottingham Forest por 1 a 0 em 1980 e não conseguiu quebrar a supremacia. No jogo final, em Madri, o time alemão não foi páreo mesmo utilizando um atacante inglês, Kevin Kogan (dir.).
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Hamburgo em êxtase
Felix Magath marcou logo aos 8 do primeiro tempo, na final contra o Juventus de Turim, em 1983. O atacante do Hamburgo Horst Hrubesch (2° à esq.) bem que tentou ampliar o placar, mas não obteve sucesso e o jogo se manteve 1 a 0. Seria a sexta vez em série que a final da Liga dos Campeões (então Taça dos Campeões) terminaria com o magro placar.
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O milagre do Porto
Na final de 1987, o Bayern de Munique tinha a mão na taça. Aos 32 minutos do segundo tempo fez 1x0, mas logo depois houve uma milagrosa reação do Porto, que empatou com um gol de calcanhar de Rabah Madjer e virou três minutos depois, com Juary Filho. Não seria a última vez que o Bayern sofreria uma virada na final.
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O título em 16 segundos
O Borussia Dortmund já estava vencendo o Juventus de Turim por 2x1 na final de 1997, mas o resultado não era suficiente. Foi quando entrou em campo Lars Ricken, que em apenas 16 segundos marcou mais um gol, garantindo o título para o time da região do Ruhr.
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O jogo só acaba quando termina
O ditado popular valeu como verdadeiro na memória dos fãs do Bayern de Munique. Em 1999, o time bávaro ganhava dos ingleses do Manchester United por 1 a 0. Porém, já nos acréscimos, o inacreditável aconteceu: Teddy Sheringham empatou aos 46 minutos do segundo tempo, e dois minutos depois, Ole Gunnar Solskjaer virou para 2 a 1. Festa do Manchester, lágrimas do Bayern.
Foto: Imago
Nos pênaltis
Dois anos após a amarga derrota, o Bayern voltou a disputar uma final de Liga dos Campeões, contra o Valência. Em Milão, o jogo foi para a disputa por pênaltis. O Bayern ganhou por 5 a 4. O treinador do Bayern na época, Ottmar Hitzfeld (dir.), conquistou seu segundo título da Liga, após o de 1997 com o Dortmund.
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Bayer Leverkusen é duas vezes vice
O Bayer Leverkusen teria tido um bom ano em 2002 se chegar duas vezes em segundo lugar fosse considerado algo positivo. Após se tornar vice-campeão da Bundesliga, o Leverkusen "conquistou" também o vice da Liga dos Campeões ao perder para o Real Madrid por 2 a 1 na final disputada em Glasgow, na Escócia.
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Diego Milito, o pesadelo do Bayern
O atacante argentino foi autor dos dois gols da vitória de 2 a 0 do Inter de Milão sobre o Bayern de Munique em 2010. Foi um jogo tático, em que Milito se sobressaiu. Dois anos mais tarde...
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Derrota em casa
... o Bayern de Munique voltou a perder uma final de Liga dos Campeões, desta vez para o inglês Chelsea, em plena Allianz Arena, na Baviera. O jogo foi até as disputas de pênaltis. Para a tristeza geral do estádio, o Bayern foi derrotado por 4 a 3.