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Extremistas expandem luta no Iraque para a internet

Birgit Svensson (rc)17 de junho de 2014

Ministério da Defesa em Bagdá confirma autenticidade de fotografias divulgadas na rede, que mostram a execução de soldados iraquianos por radicais islamistas do EIIL.

Foto: Reuters

Imagens que circulam na internet são chocantes: corpos de prisioneiros estão deitados em poças de sangue. Homens com trajes civis ajoelham-se diante de um atirador, que carrega uma bandeira jihadista negra, característica dos milicianos do EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante). Não se sabe exatamente onde as fotos foram tiradas. A única indicação é que provêm da província iraquiana de Salah-ad-Din, onde se localizam as cidades de Tikrit e Baiji – palcos de combates entre o EIIL e as forças de segurança do Iraque na última semana.

A série de imagens recebeu o título "A purificação de centenas de membros do exército safávida". O termo pejorativo "exército safávida" é utilizado pelos extremistas sunitas para se referir ao exército iraquiano, de maioria xiita. Os safávidas foram uma dinastia xiita que governou a Pérsia no século 16.

Primeiramente, as imagens foram divulgadas uma a uma na rede social Twitter e acabaram expostas em série em diversos websites jihadistas. O EIIL publicou vídeos com conteúdo semelhante, mostrando a execução de centenas de homens, supostamente prisioneiros de guerra iraquianos. Entretanto, não fica claro se esses homens são os mesmos que aparecem nas fotos.

Autenticidade confirmada

O porta-voz do ministério da Defesa do Iraque confirmou a autenticidade das imagens e as associou aos combates na província de Salah-ad-Din. No entanto, não forneceu informações sobre o vídeo. É do interesse do governo iraquiano expor a crueldade de seus inimigos. Ao mesmo tempo, os extremistas também querem divulgar seus triunfos na mídia.

Milicianos do EIIL ocupam cidades no norte do IraqueFoto: picture-alliance/AP

Não há dúvidas de que o EIIL executou inúmeros soldados iraquianos e sírios nos últimos anos e filmou essas execuções. Cenas de homens de uniforme algemados e vendados, mortos com um tiro na parte posterior da cabeça, tornaram-se quase que um símbolo dos jihadistas. Se as fotos e vídeos publicados recentemente forem de fato autênticos, este seria o maior massacre realizado desde a chegada das tropas americanas ao Iraque, em 2003.

Mas, essa análise deve ser feita com cuidado. Os vídeos da EIIL costumam trazer cantos heróicos ou canções jihadistas, e estes não fazem parte das filmagens mais recentes. Além disso, ainda não houve reações dos familiares das supostas vítimas. Mas pode ser que eles estejam com medo de se pronunciar.

Semelhanças com a Al Qaeda

A crueldade dos milicianos do EIIL é conhecida. Até mesmo o líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, procurou se distanciar do grupo. "Não temos nenhuma ligação com o EIIL", declarou num comunicado escrito em fevereiro deste ano. Segundo ele, o EIIL não é um braço da Al Qaeda.

O EIIL não é um braço da Al Qaeda, declarou o líder Ayman al-ZawahiriFoto: picture-alliance/dpa

Entretanto, os métodos do grupo extremista sunita lembram aqueles dos primeiros anos de terror no Iraque, quando a Al Qaeda estava no comando. Naquele tempo, os membros da Al Qaeda mandavam decepar reféns ocidentais diante das câmeras, expunham corpos pendurados em pontes e membros amputados.

O EIIL pode ser considerado uma ramificação da Al Qaeda. Os dois grupos se afastaram em meados de 2013. O fato de o EIIL ter se tornado independente não diminui a responsabilidade do grupo do qual ele se desligou. Apesar disso, ou talvez justamente por isso, é importante analisar com cuidado a divulgação dessas atrocidades na mídia.

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