Croácia terá primeira mulher na presidência
12 de janeiro de 2015A oposição na Croácia festeja uma vitória surpreendente na eleição presidencial deste domingo (11/01). A candidata do partido conservador União Democrática Croata (HDZ, na sigla em croata), Kolinda Grabar-Kitarovic, de 46 anos, venceu com 50,54% dos votos, segundo comunicado da comissão eleitoral após a quase totalidade dos votos terem sido apurados.
O atual presidente Ivo Josipovic, do Partido Social Democrata (SDP, na sigla em croata), era considerado o grande favorito, mas obteve 49,46%. Josipovic, um professor de direito e compositor de música clássica, teve 38,5% dos votos no primeiro turno da eleição, apenas um ponto percentual a mais do que Grabar-Kitarovic.
Além de ser a primeira mulher a ocupar a presidência, Grabar-Kitarovic também será a primeira integrante da ala conservadora a assumir o cargo depois de 15 anos de líderança da esquerda. Grabar-Kitarovic já havia ocupado dois cargos no governo croata: foi ministra da Integração Europeia e ministra do Exterior. Em 2008, tornou-se a embaixadora da Croácia em Washington e secretária-assistente do secretário-geral da Otan.
O segundo turno foi realizado porque nenhum candidato obteve mais de 50% dos votos. A nova presidente tomará posse em 19 de fevereiro.
Problemas na economia
O cargo de presidente na Croácia é considerado meramente cerimonial, mas o resultado da eleição acende o alerta vermelho para a centro-esquerda, sinalizando que algo precisa mudar. O foco agora está voltado para as eleição parlamentar, marcadas para novembro.
A derrota de Josipovic enche os conservadores de esperança de repetir o resultado vitorioso em novembro. Grabar-Kitarovic disse, em entrevista à mídia croata antes da votação, que espera que o primeiro-ministro Zoran Milanovic (SDP) apresente medidas concretas para melhorar a economia.
O governo de Milanovic vem perdendo popularidade, e já se discute no país se o primeiro-ministro conseguirá concluir o mandato. "Se não forem adotadas [medidas contra a crise econômica], vamos começar a considerar que o atual governo deva sair", disse Grabar-Kitarovic.
Nação de maioria católica, a República da Croácia declarou independência da Iugoslávia em 1991. É um Estado-membro da União Europeia desde julho de 2013. Tem uma das taxas de desemprego mais altas do mundo, em torno de 20%.
MP/dw/ap/dpa