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Começa interrogatório de Assange por crimes sexuais

14 de novembro de 2016

Fundador do Wikileaks responde por acusações feitas por duas mulheres suecas. Interrogatório na embaixada do Equador em Londres deve durar vários dias. Exame de DNA também está previsto.

Julian Assange
Foto: Reuters/P.Nicholls

O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, começou a ser interrogado nesta segunda-feira (14/11) na embaixada do Equador em Londres, onde se encontra asilado há mais de quatro anos. O ativista australiano, que usou seu portal para revelar informações confidenciais do governo americano, responde agora às acusações de crime sexual que pesam sobre ele.

O interrogatório deve "durar vários dias”, informou o advogado do réu, Per Samuelsson, à agência de notícias AFP. Ele disse ainda ter "grandes esperanças" de que o caso seja encerrado após a série de entrevistas.

Samuelsson, que não participa do interrogatório, concluiu que ainda é cedo para se tecer estimativas, ou mesmo para saber o que disso tudo poderá ou não vir a público.

A representante da procuradoria sueca, Ingrid Isgren, foi recebida na embaixada equatoriana por um grande grupo de jornalistas, câmeras e fotógrafos, mas não fez qualquer declaração.

Também presentes nas comissões, que estão sendo desenvolvidas em espanhol com a assistência de tradutores especializados, está a inspetora da polícia sueca Cecilia Redell e o embaixador do Equador Carlos Ortiz. Este último será responsável pela condução do interrogatório. Um exame de DNA também está previsto.

A defesa de Assange espera que o ativista de 45 anos possa agora apresentar sua versão dos fatos. O interrogatório na embaixada estava inicialmente agendado para 17 de outubro, mas foi adiado a pedido do próprio Assange, que alegou na ocasião "razões de garantias de proteção e defesa de sua pessoa".

As acusações

As alegações de crimes sexuais, feitas por duas suecas que o ativista teria conhecido em 2010, foram apresentadas pouco após Assange e o Wikileaks ficarem mundialmente conhecidos por lançar centenas de milhares de páginas de documentos governamentais confidenciais.

Uma mulher sueca afirmou que Assange perfurou intencionalmente um preservativo e que a prendeu enquanto fazia sexo. Uma segunda mulher acusou Assange de violentá-la sem preservativo enquanto ela dormia. Na Suécia, ter relações sexuais com uma pessoa inconsciente, embriagada ou dormindo pode levar a uma condenação por estupro, crime punível com até seis anos de prisão.

IP/efe/afp/ap

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