Comediante alemão punido por piadas sobre atentado a Trump
17 de julho de 2024
Emissora estatal RBB dispensa Sebastian Hotz, conhecido como "El Hotzo", após radialista comparar atentado com ônibus perdido "por pouco" e comentar na rede X: "Acho fantástico quando fascistas morrem."
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A emissora alemã RBB desligou-se de um de seus apresentadores devido a seus comentários satíricos na rede social X sobre a tentativa de assassinato contra o ex-presidente americano Donald Trump.
Numa postagem publicada no fim de semana, Sebastian Hotz lamentava que o perpetrador tivesse errado o tiro, fazendo paralelo com um último ônibus ("infelizmente perdido por pouco"). Em outra, afirmava: "Acho absolutamente fantástico quando fascistas morrem". Nesse ínterim, as duas postagens polêmicas foram apagadas do X.
Permanece uma outra, porém, em que "El Hotzo" – como o autor é conhecido nos meios humorísticos – afirma que "absolutamente ninguém obriga alguém a ter compaixão com um fascista, se pode simplesmente deixar que seja, sem a menor consequência".
Segundo a diretora de programação da RBB, Katrin Günther, as declarações não são compatíveis com os valores defendidos pela RBB, "por isso estamos encerrando desde já a colaboração, até segunda ordem, e informamos o autor nesse sentido", anunciou nesta terça-feira (17/07). A Rundfunk Berlin-Brandenburg pertence à rede da emissora estatal alemã ARD.
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Musk se manifesta
As mensagens do radialista de 28 anos repercutiram até os Estados Unidos, sobretudo entre os apoiadores de Trump. O próprio Elon Musk, dono da X, interveio na polêmica, exigindo uma tomada de posição de Berlim: "Alguém que deseja a morte ao principal candidato presidencial dos EUA e a mim é pago para isso pelo governo alemão?"
Com um link para a conta do chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, no X, o multibilionário, notório por seu apoio à ultradireita internacional, pergunta, em alemão: "Was ist das?" (O que é isso?).
"El Hotzo" é bem conhecido na Alemanha por suas sátiras políticas e críticas sociais, e especialmente bem-sucedido nas redes sociais. Em 2023, além de receber o prêmio bávaro de humorismo Bayerischer Kabarettpreis, publicou seu romance de estreia, Mindset, que trata de homens arrogantes no mundo das finanças, entre outros temas. Sua editora, Kiepenheuer & Witsch, já declarou que continuará trabalhar com ele, apesar da atual polêmica.
Há dois anos Sebastian Hotz apresentava na RBB o programa Theoretisch cool, além de trabalhar como freelancer para um magazine de TV da ZDF. Ao jornal Frankfurter Allgemeinen Zeitung (FAZ) essa emissora de direito público afirmou não ter qualquer ligação com as contas do autor nas redes sociais, e que no momento não mantém qualquer colaboração com ele.
av (KNA,DPA, ots)
Tiros contra Trump: imagens e reações
A tentativa de assassinato de Donald Trump em um comício na Pensilvânia chocou os EUA e o mundo. Veja como tudo aconteceu.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Tiros
Uma série de tiros foi disparada durante o comício da campanha presidencial de Donald Trump em Butler, Pensilvânia. Os agentes do Serviço Secreto correram rapidamente para o palco e cercaram Trump.
Foto: Gene J. Puskar/AP Photos/picture alliance
Agentes correm para proteger Trump
No momento dos disparos, Trump pôde ser visto tocando sua orelha direita e se abaixando por detrás do púlpito onde discursava. Em seguida, agentes do Serviço Secreto correram para o palco e cobriram o ex-presidente com seus corpos. Eles se amontoaram sobre ele, enquanto outros agentes de segurança protegiam o local.
Foto: Evan Vucci/AP Photos/picture alliance
Rosto ensanguentado, punho em riste
Depois de cercar Trump, agentes do Serviço Secreto ajudaram o ex-presidente a se levantar. Manchas de sangue eram vistas em seu rosto. Trump ergueu o punho em direção à multidão, dizendo "fight, fight, fight" (luta, luta, luta). Muitos na multidão gritavam: "USA, USA" (EUA, EUA).
Foto: REUTERS
Trump em pode desafiadora
Após os agentes ajudarem Trump a se levantar, ele ergueu o punho em gesto de desafio. Com o rosto manchado de sangue, ele dizia à multidão para "lutar, lutar". As imagens do momento, capturadas aqui pelo fotógrafo da AP Evan Vucci, circularam rapidamente nas mídias sociais, já que muitos republicanos o viram como um momento decisivo da eleição de Trump.
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
A cena do crime: comício na Pensilvânia
Trump, tinha acabado de começar seu discurso quando os tiros foram disparados. Ele falava sobre migrantes. Uma testemunha disse à agência de notícias Reuters que, a princípio, pareciam fogos de artifício, mas depois as pessoas começaram a gritar. "Todo mundo começou a entrar em pânico. Foi um caos", afirmou.
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
Choque e medo entre participantes do comício
Uma pessoa da plateia foi morta e duas ficaram gravemente feridas, segundo autoridades de segurança. Um médico que estava no meio da multidão correu para ajudar um dos feridos. Depois de falar com os repórteres, o médico disse que a pessoa havia sido baleada na cabeça. A morte foi confirmada mais tarde.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Choque nos EUA e no mundo
A notícia sobre o que o FBI está chamando de "tentativa de assassinato" ganhou as manchetes em todo o mundo. O presidente americano, Joe Biden, se disse aliviado por Trump "estar bem". Ele condenou o ataque, dizendo que "não há lugar nos Estados Unidos para esse tipo de violência". O vice-presidente Kamals Harris, que também estava fazendo campanha na Pensilvânia, condenou o "ato abominável".
Foto: Brian Snyder/REUTERS
Joe Biden: ataque "doentio"
O presidente dos EUA, Joe Biden, também falou com Donald Trump depois que ele recebeu alta do hospital. Biden disse estar grato ao Serviço Secreto por ter colocado Trump em segurança. Referindo-se ao ataque, ele afirmou: "É doentio. É doentio. É uma das razões pelas quais temos que unir este país".
Foto: Tom Brenner/REUTERS
Policiais fazem segurança de Biden
Policiais de Rehoboth Beach, em Delaware, vigiam o prédio onde o presidente dos EUA, Joe Biden, fez um discurso condenando o ataque contra seu provável rival nas próximas eleições presidenciais.
Foto: Tom Brenner/REUTERS
FBI: Não há outra "ameaça existente por aí"
Várias horas após o incidente, o FBI assumiu a liderança da investigação e afirmou ter ocorrido uma "tentativa de assassinato" de Trump, dizendo que havia identificado o atirador. O agente especial Kevin Rojek disse que as autoridades estavam "trabalhando febrilmente" no caso. O FBI informou que não ter "nenhuma razão" para acreditar que houvesse qualquer outra ameaça.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Segurança reforçada
A polícia de Nova York montou guarda em frente à Trump Tower em Nova York. Depois de deixar o hospital, Donald Trump deveria passar a noite em sua residência em Nova York, segundo o jornal "The New York Times".
Foto: David Dee Delgado/REUTERS
A tentativa de assassinato mais grave desde 1981
Membros do Serviço Secreto patrulharam o local na Pensilvânia onde Donald Trump havia realizado um comício anteriormente. O ataque foi a tentativa mais séria de assassinar um presidente ou candidato à presidência desde 1981, quando Ronald Reagan foi baleado.