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Mercado financeiro

6 de julho de 2011

Para o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o rebaixamento na classificação da agência Moody's neste momento "não traz clareza, mas mais um elemento para especulação".

Foto: picture alliance/dpa

A Comissão Europeia respondeu com duras críticas ao rebaixamento da classificação de crédito de Portugal. O presidente da Comissão, José Manuel Barroso, disse nesta quarta-feira (06/07) que lamenta o momento da decisão e suas implicações. O ex-chefe de governo português pediu a seus compatriotas que assegurem as rigorosas medidas de austeridade e não se deixem "abater ou desmotivar" pela redução do rating da Moody's.

Na noite desta terça-feira, a agência Moody's rebaixou em quatro escalões a credibilidade dos títulos de longo prazo do governo português, de Baa1 para Ba2, nível especulativo dos também chamados "títulos podres". O motivo seria o fato de Portugal talvez precisar recorrer a um pacote de resgate da União Europeia (UE), como acontece atualmente com a Grécia.

Amadeu Altafaj, porta-voz do comissário de Assuntos Monetários da UE, Olli Rehn, criticou em Bruxelas a nova avaliação, baseada em "cenários absolutamente hipotéticos", que segundo ele não condizem com as medidas de austeridade aprovadas por Lisboa na semana passada.

Jose Manuel Barroso acusa agências de rating de incentivarem especulaçãoFoto: David Ertl

Em maio, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) colocaram à disposição de Portugal um pacote de resgate no valor de 78 bilhões de euros ao longo de três anos. Em contrapartida, Portugal teria de adotar medidas de austeridade.

O porta-voz disse ainda que o momento do rebaixamento é "infeliz", já que Portugal acabou de aprovar medidas de austeridade, e a análise inicial da "troika" formada por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia ainda não foi realizada. "Nós precisamos dar ao país e ao novo governo pelo menos a chance de implementar as medidas", disse Altafaj.

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, declarou nesta quarta-feira que é preciso "romper o oligopólio das agências de classificação e limitar sua influência". "Eu não consigo identificar onde estão os fundamentos dessa avaliação", disse Schäuble. O vice-ministro alemão das Finanças, Jörg Asmussen, também criticou o rebaixamento, que considerou prematuro.

Rating das agências em queda

As agências de rating voltaram a ser duramente criticadas desde que a Standard & Poor's advertiu credores privados na segunda-feira sobre a participação deles no segundo pacote de ajuda à Grécia. Os políticos de muitos países-membros consideram essa participação importante para que a Grécia possa receber o pacote de ajuda bilionário.

O novo governo de centro-direita de Portugal também criticou a agência de rating, afirmando que ela não considerou as duras medidas de austeridade adotadas pelo país desde as eleições de 5 de junho. Também a criação de um novo imposto teria sido ignorada. Ao contrário da Grécia, o plano de austeridade do novo governo em Lisboa tem o apoio da oposição.

A Grécia é cotada pela agência Moody's no nível "Caa1", a quinta pior nota possível. O Brasil está cotado como "Baa2", três níveis acima do de Portugal.

FF/afp/dpa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer

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