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Comissão Europeia prevê estagnação na zona do euro em 2013

7 de novembro de 2012

A Europa só voltará a crescer em 2014, segundo estimativa da Comissão Europeia. Espanha e França não conseguirão reduzir seus deficits públicos no próximo ano. Alemanha deve permanecer competitiva.

Foto: picture-alliance/dpa

A Europa continuará presa nas garras da crise nos próximos anos, apesar de sinais isolados de melhora. A força econômica da zona do euro irá praticamente estagnar no próximo ano, segundo prognóstico apresentado nesta quarta-feira (07/11) pela Comissão Europeia em Bruxelas.

Os países da união monetária só devem voltar a crescer em 2014. Além disso, conforme o estudo, Espanha e França não conseguirão reduzir seus déficits públicos como prometido. A Alemanha, por sua vez, vai desacelerar, mas deve continuar forte.

Os especialistas da União Europeia (UE) corrigiram suas previsões de crescimento econômico divulgadas no primeiro semestre. Em maio, eles haviam previsto que a economia da zona do euro iria encolher ainda mais neste ano, mas que voltaria a crescer 1,0% em 2013.

Agora, a Comissão espera que a força econômica dos 17 países da zona do euro apresente no ano que vem um crescimento de apenas 0,1%. Os analistas esperam uma retomada do crescimento apenas para 2014, quando a economia do bloco deve avançar 1,4%.

"A Europa enfrenta um difícil período de degradação de desequilíbrios macroeconômicos que vai continuar por um bom tempo", afirmou o comissário para Assuntos Monetários, Olli Rehn. "Nossas projeções indicam que as perspectivas de crescimento para a Europa vão se clareando gradualmente a partir do próximo ano."

Rehn diz que primeiro sinais de crescimento devem surgir em 2013Foto: Reuters

Desemprego atinge pico em 2013, depois cai

Um pequeno sinal de otimismo é representado pela taxa de desemprego, que recentemente vinha batendo sucessivos recordes. "A taxa de desemprego vai atingir seu ápice em 2013, alcançando quase 11% na UE e 12% na zona do euro", prevê o comunicado da Comissão. No ano seguinte, entretanto, o índice deverá cair na média europeia. Essa tendência deverá atingir também Espanha e Grécia, que possuem hoje as maiores taxas de desemprego da UE.

Depois de anos de recessão, a economia grega pode vir a crescer em 2014. Mas a dívida do país, que só escapa da falência estatal através da ajuda financeira internacional, deve subir dos atuais 177% do Produto Interno Bruto (PIB) para quase 189% em 2014. Com isso, o objetivo de reduzir o endividamenteo para 120% do PIB até 2020 parece ainda mais difícil de ser alcançado.

Espanha e França

O relatório da Comissão contém más notícias para a Espanha e França, prevendo que os dois países não conseguirão reduzir seus déficits como prometido, para se manterem abaixo do limite da UE, de 3,0%.

Para a Espanha, a Comissão Europeia prevê nos próximos dois anos um deficit pelo menos duas vezes maior que o limite da UE. Madri havia se comprometido a baixar o déficit para 4,5% no próximo ano e para 2,8% em 2014. A Comissão Europeia também é mais pessimista sobre as perspectivas de crescimento para a economia espanhola do que o governo.

Hollande promete reduzir deficit francês já no próximo anoFoto: Reuters

Também a França, segunda maior economia da Europa, vai continuar com deficit acima do limite de 3,0%, conforme Bruxelas, que prevê deficit de 3,5% nos próximos dois anos, após os 4,5% deste ano.

O presidente francês, François Hollande, tinha prometido não ficar acima da marca dos 3,0% a partir de 2013. Paris discordou das previsões. "A meta de deficit de 3,0% para o ano que vem é realista e ambiciosa", rebateu uma porta-voz do governo francês. O prognóstico de crescimento da Comissão Europeia para a França em 2013 é de 0,4% – metade do previsto pelo governo.

Alemanha continua forte

Para a Alemanha, a Comissão Europeia estima um crescimento de 0,8% para 2012 e 2013, abaixo dos 3% verificados em 2011. Porém, de acordo com o estudo, a economia permanecerá "forte e competitiva".

A desaceleração foi atribuída, em parte, ao enfraquecimento da atividade econômica em importantes países parceiros de Berlim e às incertezas relacionadas com a crise da zona euro. "No entanto, os fundamentos da economia alemã permanecem intactos", ressaltou a Comissão, destacando o papel econômico de Berlim na Europa.

MD/afp/rtr/lusa
Revisão: Francis França

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