Em meio à expectativa de que Bolsonaro nomeie filho como embaixador, milhares de brasileiros disputam vagas no curso para diplomatas do Instituto Rio Branco. Conhecimentos exigidos vão de idiomas a economia e história.
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Em meio à expectativa de que a polêmica indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador do Brasil em Washington seja oficializada, cerca de 6.400 pessoas prestaram no último domingo (08/09) a prova da primeira fase do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) de 2019, a concorrida seleção para o Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco.
Formado em Direito, Eduardo Bolsonaro foi escrivão da Polícia Federal e, desde 2015, é deputado federal pelo estado de São Paulo, tendo sido reeleito para um segundo mandato com votação recorde de 1,8 milhão de votos. Ele não cursou o Instituto Rio Branco, e sua única experiência política com assuntos externos brasileiros foi na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, na qual foi suplente na legislatura passada e que preside desde março.
Acontece que, diferentemente de outras funções que um diplomata pode desempenhar, a de embaixador pode ser ocupada por alguém que pertença ou não ao corpo diplomático formado pelo Instituto Rio Branco. Cabe ao presidente da República indicar embaixadores, e qualquer brasileiro com mais de 35 anos, "de reconhecido mérito e com relevantes serviços prestados ao País" pode ser nomeado, segundo a lei nº 11.440, de 2006.
"O preenchimento do cargo de embaixador pode ser político, cabendo ao presidente a indicação, e ao Senado, a aprovação", explica Pedro Feliú Ribeiro, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP).
Apesar de legal, são poucos os casos de indicações políticas à uma embaixada nas últimas décadas, ressalta Ribeiro, e aspirantes ao cargo continuam brigando por uma vaga no Instituto Rio Branco.
A seleção do CACD é considerada uma das mais difíceis e com a maior quantidade de conteúdo exigido entre os concursos públicos do país. "A média de tempo de estudos até ser aprovado no concurso é de três a seis anos, podendo chegar a sete ou oito tentativas. É uma preparação de longo curso", afirma o historiador Rodrigo Goyena Soares, professor de História de um dos principais cursos preparatórios para o concurso.
"A rigorosa seleção da prova é um dos fatores que garante o excelente quadro de profissionais que possui o Itamaraty. O CACD seleciona candidatos multidisciplinares e poliglotas", diz.
Com duração de três ou quatro semestres, o curso para diplomatas do Instituto Rio Branco é oferecido desde 1946. Em 2019, a concorrência bateu recorde: são 320 candidatos por vaga. No ano passado, eram 203. O aumento da concorrência é uma das consequências de uma redução no número de vagas: enquanto em 2017 foram oferecidas 30 vagas, em 2018 foram 26, e, neste ano, são 20.
"Compreensão da realidade de modo complexo"
Quando se formou em Direito, David Beltrão sonhava em ser diplomata. Em 2011, se mudou de Recife para São Paulo para fazer os cursinhos preparatórios para o CACD. Parou de trabalhar para se dedicar integralmente ao concurso e estudava dez horas por dia, todos os dias.
"O CACD exige compreensão da atualidade no Brasil e no mundo, assim como todo o conhecimento histórico do século 18 até os dias de hoje. A quantidade de informação sobre História do Brasil é absurda e a prova de inglês é uma das mais difíceis", diz.
A primeira de duas fases da prova conta com 73 questões objetivas de Português, Inglês, História do Brasil e Mundial, Política Internacional, Geografia, Economia, Direito e Direito Internacional Público. A segunda fase cobra as mesmas disciplinas, mas de forma discursiva, além dos idiomas francês e espanhol. Soares afirma que o grau de exigência do exame supera os níveis de graduação e pós-graduação.
"Em português, exige-se um grau de controle linguístico que beira o conhecimento de um Evanildo Bechara ou de um Celso Cunha, nossos principais gramáticos. Na língua inglesa, pede-se conhecimento nativo: o candidato aprovado poderia escrever um artigo na revista The Economist, por exemplo", explica o professor.
Em 2015, após cinco anos estudando para o Instituto Rio Branco, David decidiu voltar para Recife e seguir carreira acadêmica. "Desisti da carreira de diplomata porque o número de vagas diminuiu ao longo dos anos, e eu não podia mais me manter em São Paulo financeiramente." Atualmente, David é doutorando em Ciência Política na Universidade Federal de Pernambuco.
Apesar da desistência, o pernambucano não se arrepende de ter estudado para o CACD. "A prova oferece aos candidatos a compreensão da realidade de modo complexo. É um conteúdo fantástico e me ajudou muito na vida acadêmica", conta.
"Uma das diplomacias mais respeitadas no mundo"
A professora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Ana Flávia Barros-Platiau afirma que o Brasil tem "uma das diplomacias mais respeitadas no mundo, fruto de uma formação intensiva e rigorosa ministrada pelo Instituto Rio Branco há mais de 70 anos".
Além da fluência em pelo menos três idiomas, o treinamento de um diplomata envolve conhecimento de relações internacionais, história, política, direito internacional, comércio, economia e funcionamento da cooperação internacional.
"Do mesmo modo, o profissional deve estar a par dos grandes temas da agenda internacional, como direitos humanos, meio ambiente, mudança do clima, sociedade da informação, requisitos sanitários e fitossanitários que afetam as exportações agrícolas e pecuárias, propriedade intelectual, questões de proteção de brasileiros no exterior etc.", completa Barros-Platiau.
O indicado deve estar apto a negociar assuntos de diversas áreas de interesse do Brasil junto ao governo do país em que reside. "Por isso, o embaixador tem de ser capaz de cultivar fontes no governo e junto à sociedade do país em que está", aponta a professora da UnB.
"Também deve ter bons contatos no Brasil, tanto com o governo quanto com a sociedade civil, além de ser capaz de compreender adequadamente os diferentes temas em jogo do interesse nacional."
A importância do posto em Washington
Segundo o coordenador do Laboratório de História Global e das Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais da USP, Felipe Pereira Loureiro, das 139 embaixadas do Brasil no exterior, a mais importante é a de Washington.
"Embaixadores brasileiros em Washington tiveram papel central nos rumos da história nacional", explica o professor.
A criação da primeira siderúrgica brasileira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por exemplo, foi viabilizada por meio de acordos entre o embaixador Carlos Martins Pereira e Souza e empréstimos do governo dos EUA, em 1946.
"Outros exemplos de embaixadores brasileiros em Washington de destaque incluem os que atuaram entre os anos 80 e meados da década de 90", aponta Loureiro. "Esses embaixadores tiveram um papel fundamental para o processo de renegociação da nossa dívida externa junto a bancos privados americanos, culminando na adesão do Brasil às diretrizes que viabilizariam o processo de contenção da inflação no país, por meio da implementação do Plano Real, em 1994."
Para o professor da USP, a história demonstra que além de ter bons contatos na política dos EUA, um embaixador em Washington precisa ter "sólido conhecimento sobre a sociedade americana e significativa capilaridade junto a setores sociais, econômicos e culturais do país".
Para que a indicação de Eduardo seja oficializada, o presidente Bolsonaro precisa enviar o nome do filho para o Senado, que vai decidir se o aprova ou não para o cargo de embaixador nos EUA. Em meados de agosto, o presidente chegou a admitir a possibilidade de rever a indicação do filho, para logo depois afirmar que não iria recuar.
Em meio a sucessivas polêmicas, nomes do primeiro e segundo escalão do governo não resistiram a críticas e pressões. Relembre alguns.
Foto: picture-alliance/dpa/NurPhoto/A. Borges
Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência
A primeira baixa de ministros foi a de Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, em 18 de fevereiro de 2019. Importante articulador da campanha de Bolsonaro, Bebianno esteve envolvido em denúncias de que o PSL, partido que ele presidiu de janeiro a outubro de 2018, teria usado candidaturas laranjas. Além disso, entrou em confronto com Carlos Bolsonaro. Floriano Peixoto assumiu a vaga.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa
Vélez Rodríguez, ministro da Educação
Pelo Twitter, Bolsonaro anunciou, em 8 de abril de 2019, a saída do então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, após uma onda de demissões no alto escalão da pasta. Rodríguez acumulou atitudes polêmicas, como declarar que os livros didáticos sobre ditadura militar seriam revisados, além de pedir que as escolas filmassem os alunos cantando o hino. Seu substituto foi Abraham Weintraub.
Foto: Marcelo Cassal Jr. /Abr
Santos Cruz, da Secretaria de Governo
O terceiro ministro – e o primeiro da ala militar – a cair foi o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, em 13 de junho de 2019. A demissão foi atribuída à falta de alinhamento político-ideológico com o governo. Santos Cruz era alvo de ataques regulares de Olavo de Carvalho, guru do presidente, e acumulava intrigas com Carlos Bolsonaro. Assumiu a vaga Luiz Eduardo Ramos.
Foto: DW/M. Estarque
Ribeiro de Freitas, presidente da Funai
O general da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas foi exonerado da presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) em 12 de junho de 2019. Segundo ele próprio alegou, sua queda se deveu à pressão dos ruralistas. À época da demissão, Ribeiro de Freitas denunciou que Bolsonaro está sendo mal assessorado nas questões indígenas e que a Funai sofre com orçamento limitado e déficit de pessoal.
Foto: Abr/M. Camargo
Juarez da Cunha, presidente dos Correios
Bolsonaro anunciou em público a demissão do presidente dos Correios, o general Juarez da Cunha, em 14 de junho de 2019. Em encontro com jornalistas, o presidente disse que o chefe da estatal vinha se comportando como "um sindicalista". O ministro da Secretaria-Geral da Presidência Floriano Peixoto assumiu o cargo e, para a antiga vaga de Peixoto, foi designado Jorge Antonio de Oliveira Francisco.
Foto: Agencia Brasil/José Cruz
Joaquim Levy, presidente do BNDES
Joaquim Levy renunciou à presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 16 de junho de 2019, após embate público com o presidente. No dia anterior, Bolsonaro havia dito que Levy estava com "a cabeça a prêmio" – o motivo foi a nomeação por Levy do executivo Marcos Barbosa Pinto para a diretoria de Mercado de Capitais do BNDES. O substituto foi Gustavo Montezano.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Ricardo Galvão, diretor do Inpe
Logo após o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgar aumentos dramáticos no desmatamento da Floresta Amazônica, Bolsonaro acusou o então diretor do instituto, Ricardo Galvão, de mentir. Galvão rebateu as críticas do presidente e acabou sendo exonerado em 2 de agosto de 2019. O oficial da Força Aérea Darcton Policarpo Damião foi oficializado como diretor interino.
Foto: DW/N. Pontes
Marcos Cintra, secretário da Receita Federal
A demissão de Marcos Cintra, secretário da Receita Federal desde o início do governo Bolsonaro, foi anunciada em 11/09/2019. A decisão de Paulo Guedes, ministro da Economia, teria sido motivada por divergências com a "nova CPMF". A crise fora deflagrada pela divulgação antecipada de estudos para a cobrança de um imposto semelhante à extinta Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira.
Foto: Agência Brasil/Arquivo/W. Dias
Roberto Alvim, secretário da Cultura
O dramaturgo de extrema-direita Roberto Alvim foi demitido por Bolsonaro em 17 de janeiro, três meses depois de assumir a Secretaria Especial da Cultura. Ele perdeu o cargo após divulgar um absurdo vídeo repleto de referências ao nazismo. Inicialmente, Bolsonaro relutou demitir Alvim, mas a repercussão do caso selou o destino do secretário, que atribuiu sua queda a uma "ação satânica".
Foto: Secretaria Especial da Cultura
Gustavo Canuto, ministro do Desenvolvimento Regional
Bolsonaro trocou, em 6 de fevereiro de 2020, o ministro do Desenvolvimento Regional. Gustavo Canuto foi substituído por Rogério Marinho, que era secretário de Previdência e articulou a reforma da aposentadoria. Servidor de carreira do Ministério da Economia, Canuto teria pedido para deixar o cargo. Ele era alvo de críticas de Bolsonaro, que não estaria satisfeito com o Minha Casa Minha Vida.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Osmar Terra, ministro da Cidadania
Osmar Terra foi tirado do cargo de ministro da Cidadania e retomou o mandato como deputado federal. No dia 13 de fevereiro de 2020, Bolsonaro anunciou a saída do ministro Onyx Lorenzoni da Casa Civil para assumir o Ministério da Cidadania no lugar de Terra. Como novo chefe da Casa Civil foi escolhido o general do Exército Walter Souza Braga Netto.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Franco
Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde
Bolsonaro demitiu seu ministro da Saúde em 16 de abril de 2020, em plena pandemia de covid-19. Luiz Henrique Mandetta e o presidente vinham protagonizando um embate público desde que o Brasil entrou no compasso do coronavírus, semanas antes. Ao contrário de Bolsonaro, Mandetta defendia o isolamento social para conter o avanço da pandemia. Para o seu lugar, foi escolhido o oncologista Nelson Teich.
Foto: picture-alliance/dpa/Zumapress/P. Jacob
Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, renunciou ao cargo em 24 de abril de 2020, depois de um embate com Bolsonaro sobre o comando da Polícia Federal (PF). Nomeado com a promessa de ter "carta branca" à frente de um superministério, o ex-juiz da Lava Jato acusou o presidente de interferir na PF para ter acesso a informações de inquéritos.
Foto: Reuters/A. Coelho
Nelson Teich, ministro da Saúde
Menos de um mês após ter assumido o cargo, em meio à pandemia de covid-19, Nelson Teich pediu demissão. Apesar de ter dito que tinha um "alinhamento completo" com o presidente, o médico teve divergências com Bolsonaro, que pressionou o ministro para aprovar um uso mais amplo da cloroquina no tratamento da covid-19, apesar de não haver evidências científicas da eficácia e segurança do medicamento.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Peres
Regina Duarte, secretária da Cultura
A atriz Regina Duarte deixou a Secretaria Especial da Cultura em 20 de maio de 2020, menos de três meses depois de assumir o cargo. À frente da pasta, ela acumulou atritos com a ala ideológica do governo, que via sua atuação como muito branda com "a esquerda". Já a classe artística criticou a gestão errática e os comentários de Duarte que minimizaram os crimes da ditadura militar.
Foto: picture alliance/dpa/Palacio do Planalto/M. Correa
Abraham Weintraub, ministro da Educação
Após dias de especulações e uma escalada do desgaste político com o STF, Abraham Weintraub confirmou sua saída do Ministério da Educação em 18 de junho de 2020, em vídeo ao lado de Bolsonaro. Sua passagem pela pasta durou pouco mais de 14 meses e foi envolta em polêmicas, tendo acumulado desafetos e disputas públicas, além de se tornar alvo de inquéritos.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Camargo
Carlos Decotelli, ministro da Educação
Havia expectativa de que Carlos Decotelli imprimisse normalidade ao MEC após a gestao tumultuada de Weintraub. Mas as credenciais acadêmicas do novo ministro logo passaram ser questionadas. Ele dizia que tinha doutorado, mas foi desmentido. Ainda exagerou sobre ter completado um pós-doutorado na Alemanha. E foi acusado de plágio. Pediu demissão cinco dias após ser indicado, sem ter tomado posse.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Correa
Eduardo Pazuello, ministro da Saúde
No pior momento da pandemia no Brasil, com recordes de mortes diárias e hospitais em colapso, Bolsonaro anunciou a saída de Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde, em 16 de março de 2021. Pazuello vinha sendo pressionado pelo agravamento da crise sanitária e pela lentidão da vacinação. Para a vaga foi escolhido o médico Marcelo Queiroga, quarto ministro a ocupar o cargo em menos de um ano.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores
Um dos mais polêmicos aliados de Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, anunciou sua saída em 29 de março de 2021. Extremista de direita e adepto de teorias conspiratórias, era visto como um obstáculo na diplomacia com vários países, dificultando, inclusive, a compra de vacinas da China e da Índia. Sua saída desencadeou uma reforma ministerial, com seis trocas em um dia.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa
Horas depois do anúncio de Araújo, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também deixou o cargo, sem explicar os motivos. "Agradeço ao presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao país. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado", afirmou em nota.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
José Levi, Advocacia-Geral da União
Pouco depois, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Levi, também entregou o cargo. A saída de Levi teria sido pedida por Bolsonaro, após o chefe da AGU ter se recusado a assinar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade do Planalto ao STF contra restrições impostas por alguns governadores para conter a pandemia. Para sua vaga, foi designado o ministro da Justiça, André Mendonça.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Comandantes das Forças Armadas
Em 30 de março de 2021, o Ministério da Defesa anunciou a troca simultânea e inédita dos três comandantes das Forças Armadas. Edson Pujol (à direita na foto), do Exército, Ilques Barbosa, da Marinha, e Antônio Bermudez, da Aeronáutica, já haviam cogitado colocar seus cargos à disposição, como sinal de que não compactuariam com tentativas do presidente de usar as Forças Armadas em seu benefício.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Peres
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Em 23 de junho de 2021, após muita pressão, Ricardo Salles pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente. Ele foi substituído por Joaquim Álvaro Pereira Leite, até então secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta. Com gestão marcada por polêmicas, "boiadas" e desmatamento e queimadas recordes, Salles é alvo de dois inquéritos no STF, ambos envolvendo comércio de madeira ilegal.
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República do Brasil
Milton Ribeiro, ministro da Educação
Em 28 de março de 2022, após vir à tona a "farra dos pastores", o ministro da Educação Milton Ribeiro pediu exoneração. Ele é suspeito de favorecer prefeituras na liberação de recursos do MEC, tendo dois pastores como intermediários. Sua situação ficou ainda mais frágil após a revelação de um áudio em que ele admitia que favorecia os pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Bento Costa Lima Leite de Albuquerque, ministro de Minas e Energia
Em 11 de maio de 2022, o presidente Jair Bolsonaro trocou a chefia do Ministério de Minas e Energia, ao exonerar Bento Costa Lima Leite de Albuquerque. O novo titular nomeado para a pasta foi Adolfo Sachsida, aliado de Paulo Guedes. A mudança ocorreu após críticas de Bolsonaro à política de preços da Petrobras, estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia.