Como é que se diz mesmo "Streichholzschächtelchen"?
Augusto Valente / Kate Müser
Os desafios que o idioma de Goethe impõe a quem se propõe estudá-lo são legendários. Deparado com vocábulos intermináveis, o aprendiz de alemão logo tropeça em suas "barbaridades" fonéticas. Mas vale a pena insistir.
Anúncio
"O alemão não é uma língua: é uma doença da garganta." Esse dito – que também existe em outras variantes, referindo-se ao holandês ou ao dialeto suíço schwyzerdütsch – é, sem dúvida, espirituoso. Mas será verdadeiro?
Para quem já se dedicou seriamente ao estudo do idioma de Goethe, já cantou um coral de Bach, ou escutou, bem recitados, poemas de um Hölderlin, Celan ou Rilke, a resposta é, definitivamente, "não".
Ainda assim, não há como negar que, para ouvidos e bocas acostumados aos sons mais redondos e claros das línguas latinas, as consonantes guturais do alemão, seus "ü" e "ö", e outros sons "bárbaros", são uma fonte de contínuo estranhamento. E de constantes arranhões na traqueia e nós na língua.
Para testar a intimidade do usuário com o idioma germânico, preparamos uma pequena coleção de desafios fonológicos, acompanhados de breves explicações. Cuidado: alguns são bem mais complicados do que parecem. Em caso de dúvida, clique em cima da palavra, para escutá-la na voz de um alemão nativo.
Uma das peculiaridades mais apavorantes do idioma é a possibilidade que abre para a formação de infinitos vocábulos compostos – geralmente sem o hífen, que ajudaria a identificação dos componentes.
Embora a extensão de uma palavra não seja necessariamente proporcional a seu potencial quebra-língua, a massa de letras, em si, costuma ser suficiente para fazer capitular até o mais corajoso aprendiz do idioma.
O exemplo é especialmente cruel por sua abundância do grupo consonântico "ch", que representa dois fonemas inexistentes na língua portuguesa. Neste caso, trata-se do assim chamado Ich-Laut, que se executa tentando-se pronunciar um "ch" com a língua encostada nos dentes incisivos inferiores. O "sch", por sua vez, soa exatamente como o "ch" português.
A boa notícia é que, apesar da aparência tão intimidadora, Streichholzschächtelchen não significa nada de muito perigoso: Streich[en] = friccionar; Holz = madeira; Schachtel = caixa; enquanto "chen" é uma partícula diminutiva. Portanto: "caixinha de fósforos", nada mais, nada menos.
Tamanho não é documento: os compostos quilométricos podem cansar os olhos e afligem a mente; mas muitas vezes é com os breves e recorrentes termos do dia a dia que os não alemães mais sofrem.
Brötchen é "pãozinho" (Brot+ "chen"), no singular e no plural. Na Alemanha eles costumam ser consumidos todos os dias no café da manhã – seja com manteiga, queijo, frios ou geleia – e, de preferência, frescos. Assim, o novato no país é confrontado com os famigerados "r" gutural, "ö" e "ch" germânicos – em grande proximidade e, inevitavelmente, com frequência bem maior do que ele gostaria.
Porém se isso fosse tudo, a língua alemã não seria o que é. A questão é que não há limite para as combinações dos pãezinhos alemães com outros conceitos. Assim, temos o Käsebrötchen (com queijo), o Roggenbrötchen (de centeio), o Laugenbrötchen (pincelado com soda cáustica [!], no estilo pretzel), o Vollkornbrötchen (integral).
Ou, que tal combinar abacate, legumes e queijo num saudável Avocado-Gemüse-Käse-Brötchen?
Zwanzig significa "vinte" – que é o número aproximado de obstáculos que essas sete letras impõem ao pobre novato na língua.
A começar com um "z" pronunciado "ts"; passando pelo "w" ("v", em alemão); indo para um "an" acentuado e não anasalado; voltando para o "ts"; avançando para um "i" mais curto do que o do português; e acabando com um "g" – que no alto alemão é pronunciado como o "ch" (ver acima).
E na prática, por exemplo, na hora de pagar a conta da cerveja, arredondando para 20 euros? Para quem não estiver disposto a enfrentar a maratona fonética do zwanzig, só resta uma solução: arredondar logo a quantia para 30, que é mais caro, mas bem mais fácil de falar: "Dreissig!"
Dez expressões curiosas em alemão
Em se tratando de alemão, um idioma famoso por sua precisão linguística, muitas vezes há pouco espaço para interpretação. No entanto, algumas vezes até o mais rigoroso dos idiomas se desvia de suas raízes literais.
Foto: picture-alliance/dpa
Ter um porco
Se você ganhou na loteria, passou numa prova para a qual não estudou ou se livrou de fazer algo que não queria, sorte sua! "Schwein gehabt!" "Você teve um porco!" Os porcos, aliás, aparecem com frequência no linguajar cotidiano. Não há ninguém por perto? "Kein Schwein" (nenhum porco) esteve aqui. Sentiu pena de alguém? Ele é um "armes Schwein" (pobre porco).
Foto: picture-alliance/dpa
Nem todas as canecas no armário
Se alguém não tem "alle Tassen im Schrank", então essa pessoa é meio louca. Um equivalente em português seria algo como "fora da casinha".
Foto: picture-alliance/Maximilian Schönherr
Eu só entendo estação de trem
A frase em alemão "Ich verstehe nur Bahnhof" não significa que quem a pronuncia entende a língua das estações de trem. A expressão é semelhante ao "isso é grego para mim".
Foto: AFP/Getty Images
A vida não é uma fazenda de pôneis
Quando as coisas ficam difíceis, um alemão pode lhe falar que "das Leben ist kein Ponyhof". Em outras palavras, a vida não é um mar de rosas.
Foto: Fotolia/Noo
Estou de nariz cheio
"Ich habe die Nase voll" poderia facilmente ser interpretado como um pedido por um lenço. Em alemão, porém, significa que a pessoa está de saco cheio de algo.
Foto: Fotolia/schankz
Lúpulo e malte foram perdidos
O que seria de uma lista de expressões em alemão sem uma referência à cerveja? Se numa situação "Hopfen und Malz ist verloren", então é melhor desistir porque se trata de uma causa perdida. A expressão, é claro, tem sua origem na produção da cerveja. Se algo der errado durante o processo, então o malte e o lúpulo foram desperdiçados e uma boa cerveja não é mais possível.
Foto: Fotolia/ExQuisine
Boa noite de celebração
Se seus colegas de trabalho falarem para você "schönen Feierabend" depois de um dia no escritório, eles estão lhe desejando um bom descanso depois do expediente e não uma noite de festas. A expressão pode ser usada o dia todo. Mesmo se seu turno terminar ao meio-dia, o resto do dia já vale como "noite de celebração".
Foto: picture-alliance/dpa
Isso é salsicha para mim
Agora que você saiu do trabalho, talvez você esteja aberto a sugestões de como passar o resto do dia. Se tanto faz o que você vai fazer, diga a seus amigos "es ist mir Wurst" e eles saberão que você não está falando de salsicha, mas que, para você, tanto faz.
Foto: picture-alliance/dpa
Pressionando meus polegares
Quando seus amigos estiverem lhe desejando boa sorte, dirão "ich drücke dir die Daumen". E talvez até levantem as mãos para fazer o gesto. Eles querem dizer que torcem por você.
Foto: mago/Camera4
A mentira tem pernas curtas
Essa não precisa explicar. Assim como no português, "Lügen haben kurze Beine" significa que uma mentira não dura para sempre.
Como se não bastasse ser inusitado para muitos estrangeiros, o "ch" do alemão vem em dois sabores. Um é Ich-Laut (descrito em Streichholzschächtelchen), quando sucede a "e", "i", "ö", "äu", "ur", entre outras combinações. O outro é o gutural Acht-Laut – semelhante ao "j" espanhol (trabajo), o "h" inglês (hand) ou o relaxado "r" final carioca (andar) –, que o "ch" assume depois de "a", "o", "u" ou "au".
Não parece muito difícil, mas tudo é uma questão de contexto. Experimente Frucht (fruto) em que o "ch" aparece entre um "r" gutural e um "t" mudo. Tente de novo.
Uma dica: se depois da décima vez não tiver conseguido mesmo, escape para Obst, fruta(s) – que a rigor não é a mesma coisa, mas, em perigo extremo de mal entendido, pode salvar a situação.
Entender Rechtschreibung não é difícil: recht (certo) + schreiben (escrever) = ortografia. E pronunciar a palavra não será nenhum obstáculo intransponível, depois das explicações anteriores. Difícil mesmo é a ortografia alemã.
Não há dúvida: como a grafia do idioma é predominantemente fonética, com raras exceções, o aprendiz logo consegue deduzir como se escreve uma palavra escutada – bem mais facilmente do que no inglês ou no francês, que em sua grafia carregam várias camadas arqueológicas de etimologia. Bem, pior é a gramática alemã, com seus diferentes casos gramaticais, como no latim.
Entretanto, como sempre, o diabo está no detalhe. Pois "ö" (semelhante ao "oeu" francês), por exemplo, não é sempre igual a "ö". Seguido por um "h", ele será longo (Höhle, caverna); mas depois de uma consoante dobrada, é breve (Hölle, inferno). E ouvidos e aparelhos fonadores brasileiros nem sempre perceberão a tempo a diferença entre Röschen (rosinha) e Höschen (calcinha).
Mas, admitamos, mesmo para os nativos a questão não é tão linear quanto parece. Pois nas últimas décadas a ortografia alemã passou por várias reformas e – para além dos inevitáveis equívocos e variantes austríacas e suíças – algumas modificações simplesmente não "pegaram" entre a população.
Assim, para um alemãozinho que esteja estudando para o exame de soletração, é melhor não ir pedir ajuda à vovó. É quase certo que as dicas dela para expressões como Rad fahren (andar de bicicleta) ou Schifffahrt (viagem de navio) serão completamente obsoletas. Afinal, até a Rechtschreibreform de 1996, o certo era radfahren e Schiffahrt.
Mais além
Esta foi apenas a ponta do iceberg, claro: o idioma de Lutero e Karl Marx abriga muitas outras armadilhas, mistérios e quebra-línguas. Mas também inúmeras belezas ocultas: é uma floresta complexa e surpreendente, que vale a pena explorar.
Para testar os conhecimentos adquiridos, compare a sua pronúncia das palavras a seguir com o áudio que se abre depois de clicar nelas: Eichhörnchen (esquilo), Schlittschuhlaufen (patinação no gelo), Röntgen (radiografia).
E, como prova final, confira a versão alemã de estrangeirismos bem estabelecidos como Regisseur (diretor de teatro ou cinema), originário do francês, ou o adjetivo inglês happy. "Mas", diriam alguns, "é tão... alemão!"
Palavra da Semana
Conheça expressões divertidas do idioma alemão.
Fernweh
Dor nunca é bem-vinda. Em alemão, existe uma dorzinha que incomoda um pouco, não mata ninguém e pode até fazer bem. Fernweh (Weh = dor, angústia; Fern = distância). Fernweh define aquela vontade forte de largar o cotidiano, sair de férias e ir para um lugar distante e exótico.
Foto: picture-alliance / OKAPIA KG, Germany
Schüttelfrost
Sentir frio e tremer… nada demais se a temperatura está realmente baixa. Mas ter calafrios ou "Schüttelfrost" (Frost=frio; schütteln=tremer) com 30ºC é certamente sintoma de uma gripe que está chegando. Pode ter certeza, no inverno ou no verão, com calafrio o lugar ideal é a cama!
Foto: picture alliance/dpa Themendienst/C. Klose
Bauernopfer
Quem joga xadrez sabe que os peões são importantes na estratégia do jogo, mas também são os primeiros a serem sacrificados para salvar uma peça de valor maior. Bauernopfer (Opfer = vítima; Bauer = agricultor) define quem é sacrificado para que outros não sofram danos maiores. Seria o equivalente à expressão popular brasileira "Boi de piranha".
Foto: CC/BY/tausend und eins, fotograf
Weichei
Algumas pessoas não dispensam um ovo cozido no café da manhã. Alguns o preferem bem durinho, outros, mais mole. Comer ovo mole, tudo bem. Mas ser chamado de Weichei (Ei = ovo; weich = mole) ninguém gosta. Ovo mole na linguagem coloquial significa uma pessoa medrosa, que não tem opinião própria e evita situações perigosas ou desagradáveis.
Foto: Colourbox
Schlusslicht
Ter uma Schlusslicht no carro é obrigação. Mas ser uma Schlusslicht ninguém quer! Em seu sentido original, a palavra Schlusslicht (Licht = luz, Schluss = final) significa "luz traseira, lanterna traseira". Mas, usada ironicamente, significa "último colocado", “lanterninha”.
Foto: picture alliance/dpa/B. Settnik
Ostfriesennerz
Na Frísia Oriental, no norte da Alemanha, venta e chove com frequência. Mas isso não impede os moradores de passear ao ar livre e curtir as belas paisagens da região. Normalmente usam uma capa de chuva amarela, chamada carinhosamente de Ostfriesennerz (Nerz= vison; Ostfriese = quem nasce na Frísia Oriental). Ele não é nada elegante, mas este "casaco de vison dos frísios" é extremamente prático!
Foto: Fotolia/Jürgen Fälchle
Helikoptermutter
É normal que as mães se preocupem com os filhos e ajudem no que for possível para que eles cresçam saudáveis e equilibrados. Entretanto, algumas delas exageram na atenção, tornando-se o que os alemães ironicamente chamam de Helikoptermutter (Mutter = mãe, Helikopter = helicóptero). A "mãe helicóptero" quase não tem vida própria. Seu cotidiano gira única e exclusivamente em torno do pimpolho.
Foto: Fotolia/Pavel Losevsky
Seemannsgarn
Quando se ouve uma história meio exagerada costuma-se comentar: "Até parece conversa de pescador". O alemão coloquial tem uma palavra específica para descrever esse tipo de histórias: Seemannsgarn (Garn = fio, Seemann = marinheiro). E ainda completa com o ditado "quem tece com fio de marinheiro tem sempre muito o que contar".
Foto: picture-alliance/dpa
Prügelknabe
Acredita-se que a palavra Prügelknabe (Knabe = garoto; Prügel =surra) tenha surgido na Europa do século 17. As crianças brincavam juntas, nobres e plebeus. Porém, se acontecesse alguma coisa errada, um vaso partido, um brinquedo quebrado, uma roupa estragada, quem era castigado, quem levava a surra? O garoto plebeu! Prügelknabe significa “bode expiatório”, aquele que leva a culpa pelo mal feito.
Foto: picture-alliance / dpa
Eischnee
Também é branco como a neve, mas não cai do céu. Ei = ovo, Schnee = neve, portanto, "Eischnee" é "clara em neve".
Foto: Fotolia/Christian Jung
Knautschzone
Nos anos 1950, um engenheiro húngaro teve a ideia de diminuir a energia gerada no choque entre veículos. Assim, os carros passaram a ter, principalmente nas partes frontal e traseira, uma Knautschzone (Zone = área; knautschen = amassar). A "zona de amasso", diga-se de passagem, já salvou muitas vidas!
Foto: Fotolia/mtsyri
Bürohengste
Quem gosta de ficar trancado no escritório trabalhando o dia inteiro? Tem gente que gosta… O Bürohengst (Hengst = garanhão; Büro = escritório) por exemplo, ganhou este apelido de "garanhão do escritório" justamente por sua dedicação exagerada ao trabalho.
Foto: Colourbox/E. Amikishiyev
Jo-Jo-Effekt
Nos anos 80, houve uma febre de ioiôs. Quase toda criança possuía um e alguns adultos até colecionavam esse que é um dos brinquedos mais antigos da humanidade. Ter um ioiô em casa, tudo bem, mas o efeito ioiô ninguém quer. Jo-Jo-Effekt (Effekt = efeito, Jo-Jo = ioiô) é como os alemães chamam o "efeito sanfona", emagrecer e engordar repetidas vezes.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Luftzug
Os trens da Alemanha têm fama de serem pontuais. Mas o Luftzug (Zug = trem, Luft = ar) é muito especial. Ele não tem lugar nem hora certa para passar. E há ainda pessoas que detestam tomar um "trem de ar", que nada mais é do que o que chamamos de corrente de ar.
Foto: iTake Images - Fotolia.com
Plombenzieher
Quem não conhece aquelas balas deliciosas que grudam nos dentes? Até os dentistas devem gostar dessa guloseima pois além de gostosas elas trazem mais pacientes aos consultórios. Apropriadamente o alemão coloquial denomina essas balinhas de "arranca obturação". Plombenzieher: ziehen = puxar, arrancar + Plombe = obturação.
Foto: DW
Patentrezept
Como atingir 100 anos de idade? Como perder o medo de voar? Alguém tem uma receita confiável? Não só para questões deste tipo, para estes e muitos outros problemas, os alemães desejam ter uma Patentrezept! Uma receita que seja infalível para resolver problemas. Mas, como já sabemos, na maioria dos casos isso é pura ilusão.
Foto: fotolia/Bernd_Leitner
Fleischwolf
Ao contrário do lobo das histórias infantis, que quase sempre é mau, o lobo em questão no Fleischwolf (Wolf = lobo, Fleisch = carne) é praticamente inofensivo. Ele só se torna perigoso se, por imprudência ou distração, quem estiver utilizando o aparelho colocar o dedo no lugar errado. De grande utilidade na cozinha, Fleischwolf é como o alemão denomina o moedor de carne.
Foto: Picture alliance/landov/L. S. Dean
Kabuff
Nossa… mas isso é um "Kabuff!" Essa exclamação pode ter uma conotação tanto positiva como negativa. Tudo depende do contexto. Ter um no apartamento é ótimo mas morar em um é horrível. Os alemães chamam de "Kabuff" um cubículo, um quartinho mínimo. Para morar… super difícil, para ter como quartinho de despejo, é ótimo.
Foto: Jürgen Fälchle - Fotolia.com
Armutszeugnis
Antigamente na Alemanha, quem não podia pagar os gastos de um processo tinha que apresentar um atestado que comprovasse sua pobreza. Hoje, o "Armutszeugnis" (Zeugnis = atestado, certificado; Armut = pobreza) não é mais usado, mas a expressão ficou e é empregada para definir fraqueza de caráter ou incapacidade de fazer algo.
Foto: picture-alliance/dpa/K.J. Hildenbrand
Eigenregie
Pintar o apartamento, construir uma casinha para ao cachorro, planejar uma viagem… Algumas tarefas temos que delegar a terceiros, outras, podemos fazer por conta própria. O alemão tem uma palavra especial para definir quando fazemos algo por iniciativa própria: Eigenregie. Eigen = própria, Regie = direção.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb
Reisefieber
Você já teve “febre de viagem”? Imagine só a situação: às vésperas de uma viagem, você começa a se sentir mal, dor de cabeça, suor nas mãos. Ficar doente agora não dá! Calma, não é nada grave. Na maioria dos casos, são apenas sintomas comuns do que os alemães chamam de Reisefieber (Fieber = febre, Reise = viagem). É aquela mistura de nervosismo, ansiedade e excitação que antecedem uma viagem.
Foto: DW
Ohrfeige
Cru, seco ou em calda, o figo é uma fruta muito apreciada por seu valor nutritivo. Receber figos de presente é bom, mas receber um “figo na orelha” ninguém quer! A palavra Ohrfeige (Feige = figo, Ohr = orelha) não tem nada a ver com a fruta. No alemão coloquial significa simplesmente uma bofetada no rosto.
Foto: Colourbox/Feel Photo Art
Luftschloss (das)
Uma mansão com piscina, quadra de tênis, sala de cinema, garagem com no mínimo um BMW e um Porsche dentro. Um cruzeiro pelo mundo… Para se construir um Luftschloss (Schloss = castelo, Luft = ar) não é necessário ser engenheiro ou arquiteto. Basta colocar a imaginação para funcionar e dar asas à fantasia que o "castelo de ar" fica pronto rapidamente. Afinal, sonhar não custa nada!
Foto: picture-alliance/Robert Harding World Imagery/T. Graham
Futterneid (der)
"O pedaço dele é maior que o meu!", "Eu quero esse outro!" Quem já não viveu uma cena assim na família? Repartir um doce entre duas crianças deve ser sempre um ato de extrema imparcialidade e justiça, senão acaba em briga. É bem comum que as crianças sintam o que o alemão coloquial chama de Futterneid (Neid = inveja, Futter = ração), ou "inveja da comida alheia".
Foto: imago/MITO
Satansbraten
Domingo é dia da família se reunir: pai, mãe, tios, sobrinhos… O almoço é farto, e a criançada se diverte. Geralmente nesse dia não falta também um Satansbraten (Braten = assado, Satan = satanás). No caso, o assado de satanás não é uma especialidade culinária, mas uma denominação do alemão coloquial para aquelas crianças que nós chamaríamos de endiabradas ou capetinhas.
Foto: Fotolia/photophonie
Blitzlichtgewitter
Muitas pessoas têm medo de tempestade. Os trovões e relâmpagos assustam, mesmo. Entretanto, pessoas famosas como modelos e cantores enfrentam e até gostam de um tipo especial de tempestade: a Blitzlichtgewitter (Gewitter = tempestade, Blitzlicht = flash da câmera). A "tempestade de flashs" acontece quando um grupo de fotógrafos tira fotos de alguma celebridade.
Foto: picture-alliance/ZB
Gewohnheitstier (das)
Tem gente que gosta de novidades. Outros, entretanto, preferem aquilo que já conhecem: férias sempre no mesmo lugar, jantar sempre no mesmo restaurante, sempre a mesma marca de carro… Para definir esse tipo de criatura de hábitos arraigados, o alemão usa o termo Gewohnheitstier (Tier = animal, Gewohnheit = hábito).