Colégio eleitoral que escolhe o chefe de Estado alemão é formado pelos deputados no Bundestag e o mesmo número de delegados enviados pelos legislativos estaduais, que geralmente são personalidades da vida pública.
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A Assembleia Federal (Bundesversammmlung) é o principal grêmio parlamentar da Alemanha e se reúne exclusivamente em um dia para escolher o presidente da República, em Berlim. Fazem parte dela todos os membros do Bundestag (Parlamento) e um número igual de representantes dos 16 estados.
A eleição do presidente federal da Alemanha acontece por voto secreto, sem debate prévio e exige maioria absoluta. Se nenhum dos candidatos alcançar a maioria absoluta nas duas primeiras votações, há uma terceira rodada, em que é eleito quem obtiver a maioria simples de votos.
Leia a cobertura completa sobre aeleição na Alemanha em 2017
Depois das traumáticas experiências da República de Weimar, os legisladores da Lei Fundamental (a Constituição alemã) decidiram que a escolha do presidente deveria ser feita sem votação popular.
Segundo a regra, os partidos representados no Parlamento indicam um candidato, que não necessariamente precisa integrar a legenda. A escolha geralmente recai sobre uma personalidade respeitada e apta a representar a Alemanha de forma suprapartidária.
A votação deste domingo
A 16ª Assembleia Federal, responsável pela votação deste 12 de fevereiro de 2017, tem 1.260 delegados, dos quais 630 são os deputados federais do Bundestag e 630 representantes enviados pelos legislativos estaduais.
A quantidade de delegados que os estados enviam depende do número de habitantes. Por isso, o estado mais populoso, Renânia do Norte-Vestfália, tem 135 delegados, enquanto a Baviera é representada por 97, e Bremen, por cinco.
A particularidade é que as bancadas dos partidos nos legislativos podem nomear personalidades da vida pública como seus representantes, mas eles não são obrigados a votar no candidato do partido que os nomeou.
Entre os delegados deste ano estão, por exemplo, o técnico da seleção alemã de futebol, Joachim Löw, enviado pelo Partido Verde de Baden-Württemberg; Helmut Markwort, editor-chefe da revista Focus, enviado pelos liberais de Baden-Württemberg; e Friede Springer, da editora Springer, nomeada pela CDU, partido de Angela Merkel, de Berlim.
Todos os presidentes alemães
O presidente da Alemanha tem apenas funções representativas. Após falar com representantes dos partidos, ele sugere ao Bundestag um nome para a chefia do governo. Ele também ratifica decisões do Parlamento e dá indultos.
Foto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka
Frank-Walter Steinmeier
Frank-Walter Steinmeier foi eleito presidente da Alemanha em 12 de fevereiro de 2017 com 931 dos 1.239 votos. Ele nasceu em 05/01/1956 em Detmold e entrou para o SPD em 1975. Ele queria ser arquiteto, mas acabou estudando Direito e Ciências Políticas. Considerado eficiente, discreto e confiável, foi o braço direito do ex-chanceler federal Gerhard Schröder e ministro do Exterior de Angela Merkel.
Foto: Reuters/F. Bensch
Joachim Gauck (de 2012-2017)
O candidato sem filiação partidária recebeu 991 dos 1228 votos logo na primeira votação, em 18 de março de 2012. Tomou posse em 23 de março de 2012. Natural de Rostock, no leste alemão, é conhecido por dizer o que pensa.Gauck estudou Teologia, foi pastor luterano e antes da queda do Muro foi o porta-voz da Aliança 90, união de movimentos sociais que exigia democracia na então Alemanha Oriental.
Foto: picture-alliance/dpa
Christian Wulff (2010-2012)
O democrata-cristão ex-governador da Baixa Saxônia foi eleito presidente apenas na terceira votação da Assembleia Federal em 30 de junho de 2010, o que foi interpretado como derrota ao governo de Angela Merkel. Pressionado por acusações de ter se favorecido no cargo, ele renunciou em 17 de fevereiro de 2012.
Foto: picture-alliance/dpa
Horst Köhler (2004-2010)
Horst Köhler, ex-diretor-geral do FMI, foi candidato dos partidos cristão-democrata e social-cristão, e dos liberais. Eleito a 23 de maio de 2004 e tomou posse em 1º de julho. Foi reeleito em 23 de maio de 2009, mas renunciou em 31 de maio de 2010 em consequência das críticas aos seus comentários sobre as ações militares e os interesses comerciais da Alemanha no Afeganistão.
Foto: AP
Johannes Rau (1999-2004)
Johannes Rau assumiu o cargo no dia 1º de julho de 1999. Ele fora eleito a 23 de maio daquele ano, com 51,8% dos votos do colegial eleitoral. Político de grande destaque no Partido Social Democrata (SPD), Johannes Rau foi governador de um dos mais importantes estados da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália.
Foto: AP
Roman Herzog (1994-1999)
Roman Herzog ocupou o cargo durante um mandato, depois de ser eleito com 52,7% dos votos do colégio eleitoral. Anteriormente, Herzog ocupara um dos cargos mais importantes do país: foi presidente do Tribunal Constitucional Federal, a Corte Suprema da Alemanha.
Foto: AP
Richard von Weizsäcker (1984-1994)
O sexto presidente da República Federal da Alemanha teve dois mandatos. Já na sua primeira eleição, ele obteve 80,9% dos votos. Sua reeleição em 1989, com 86,2% dos votos, foi quase uma consagração: somente Theodor Heuss, o primeiro presidente alemão, obteve maior votação em 1954. Richard von Weizsäcker, político destacado da União Democrata Cristã (CDU), foi prefeito de Berlim Ocidental.
Foto: picture-alliance/dpa
Karl Carstens (1979-1984)
Ex-presidente do Parlamento federal, Karl Carstens foi candidato do seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), sendo eleito com 51,2% dos votos a 23 de maio de 1979. Ele foi o primeiro dos chefes de Estado da República Federal da Alemanha a ser eleito no dia 23 de maio – o Dia da Constituição. Desde então, tornou-se uma tradição que os presidentes alemães sejam eleitos nessa data.
Foto: AP
Walter Scheel (1974-1979)
Walter Scheel destacou-se como ministro do Exterior, antes de ser eleito presidente, com 51,3% dos votos, a 15 de maio de 1974. O político do Partido Liberal Democrata (FDP) desempenhara papel importante nas negociações para a formação da coalizão de governo entre seu partido e o Partido Social Democrata (SPD).
Foto: picture alliance/Keystone
Gustav W. Heinemann (1969-1974)
Conservador e religioso, Gustav W. Heinemann abandonou a União Democrata Cristã (CDU) por discordar da sua política de rearmamento da Alemanha, transferindo-se para o Partido Social Democrata (SPD). Em 5 de março de 1969, Heinemann foi eleito presidente alemão com 50% dos votos. A mais baixa votação já recebida por um chefe de Estado alemão do pós-guerra.
Foto: picture-alliance/dpa
Heinrich Lübke (1959-1969)
Para o seu primeiro mandato, o político conservador da União Democrata Cristã (CDU) foi eleito a 1º de julho de 1959, com 50,9% dos votos. Sua reeleição se deu a 1º de julho de 1964. Ele recebeu então 69,3% dos votos do colégio eleitoral.
Foto: AP
Theodor Heuss (1949-1959)
O primeiro presidente da República Federal da Alemanha teve dois mandatos seguidos, de 1949 até 1959. Sua primeira eleição foi em 12 de setembro de 1949, com 52% dos votos. A reeleição foi em 17 de julho de 1954 e Heuss obteve 88,2% dos votos! Theodor Heuss é o mentor do liberalismo alemão no pós-guerra. Ele ajudou a fundar o Partido Liberal Democrático (FDP).<br> Edição: Roselaine Wandscheer