Pesquisas recentes sugerem que dormir pouco tem grande impacto no bem-estar geral de uma pessoa, independentemente de hábitos como fumar e beber ou do estresse. Saiba o que estudos sobre o tema dizem.
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Pessoas que dormem menos de seis horas por noite têm 4,2 vezes mais chances de ficarem resfriadas. A constatação é de um estudo tornado público nesta semana por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
"O sono é o principal fator de bem-estar. Não importa a idade da pessoa, o quanto ela é estressada, seu nível educacional ou salarial, sua origem étnica ou se é fumante. A quantidade de sono é fator fundamental para determinar o quanto ela é saudável", explica Aric Prather, um dos pesquisadores.
Os efeitos da falta de sono e os benefícios que dormir suficientemente pode proporcionar são uma espécie de mantra repetido pelos médicos.
Mas em uma sociedade que premia a redução do sono como sinal de produtividade e compromisso com o trabalho, Prather diz que são necessários "mais estudos para realmente passar a ideia de que o sono é crucial para o bem-estar".
Abaixo, uma lista de estudos que ilustram os riscos de não ter uma boa noite de descanso.
1. Memória e funções cognitivas prejudicadas
Além de desacelerar o nosso tempo de reação e obstruir o desempenho em geral, a carência de sono tem efeitos negativos de longo prazo no aprendizado, processamento de novas informações e na capacidade cognitiva de alto nível.
O pesquisador William Killgore, da Escola de Medicina de Harvard, publicou, em 2010, um estudo no periódico científico Progress in Brain Research. A conclusão foi que, mesmo quando a atenção e a vigilância são restabelecidas, uma pessoa cronicamente privada de dormir também tem dificuldades de ser criativa, inovadora e ter "aspectos mais divergentes de cognição".
Em outras palavras, enquanto talvez você possa ser capaz de se levantar e tomar boas decisões no trabalho após não dormir bem por uma semana, você deverá ter problemas para finalizar aquele texto, filme ou pintar.
2. Maior risco de obesidade
Várias pesquisas estão acontecendo para determinar se dormir mais ajuda a pessoa a perder peso, uma vez que muitos estudos já conectam ciclos de sono curto com o aumento da obesidade.
Pesquisadores concluíram, há anos, que a obesidade pode afetar os ciclos de sono das pessoas, causando, por exemplo, a apneia – uma situação em que a respiração é interrompida durante o sono, resultando em perda retroativa dos ciclos na fase REM, quando ocorrem os sonhos mais vívidos. A apneia é geralmente um sintoma de obesidade.
Os pesquisadores Gugliemo Beccuti e Silvana Pannain, do Departamento de Medicina da Universidade de Chicago, também descobriram que ciclos de sono curtos e de qualidade ruim podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade.
O sono é um importante regulador das funções do metabolismo do corpo. Dormir menos significa que o corpo está menos capaz de regular o quanto ele consome, levando ao aumento da fome.
3. Estresse cardiovascular
Uma pesquisa de 2013 descobriu a "interação significativa" entre a carência de sono e a pressão sanguínea. Pesquisadores testaram um grupo de 20 jovens adultos saudáveis que nunca tiveram qualquer tipo de problemas no sono.
Depois de uma noite de privação de sono, houve aumento da pressão sanguínea nos jovens testados, o que causou também estresse psicológico agudo. O estresse cardíaco e cerebral levou os indivíduos a ter desempenho ruim em uma série de testes cognitivos padronizados.
Alimento e mito: o que realmente faz bem ou mal?
Saúde é também um pouco como moda. Vinho faz bem, colesterol mata, manteiga ou margarina? Saiba o que é bom ou não para sua saúde – hoje. Pois talvez amanhã o contrário seja verdade...
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Pense bem antes de comer biscoito de canela
Sim, a canela pode ser prejudicial. Um dos seus ingredientes – a cumarina – pode causar danos no fígado e nos rins. Mas isso não é motivo de grande preocupação, porque, por outro lado, há uma longa lista de alimentos que podem ajudar a evitar doenças. Pelo menos, é o que se pensa até hoje - porque a opinião de nutricionistas pode mudar rapidamente.
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Veneno ou antídoto?
"Causa câncer" ou "faz mal para os nervos" são algumas das frases que se costuma ouvir sobre o café. Porém, pesquisadores dizem que o café, na verdade, não é tão ruim assim quanto a reputação que carrega. E pode até diminuir o risco de câncer. Debate à parte, convém consumir com moderação.
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Uma taça de vinho por dia
Álcool faz mal para a saúde, mas o vinho tinto contém moléculas benéficas, como o resveratrol e antocianinas. E agora? Beber ou não? Estudos epidemiológicos realizados durante anos sugerem que uma taça por dia é benéfica para as mulheres, enquanto para os homens, duas. Depois, as estatísticas mostraram que, nos EUA, aqueles que não bebem morrem mais cedo do que quem bebe com moderação.
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Velha rixa: manteiga x margarina
Anos atrás, a recomendação era evitar manteiga e comer apenas margarina. Ela contém menos ácidos graxos saturados do que a manteiga derivada do leite. Mas agora se alerta que a margarina é um produto artificial, inventado pela indústria de alimentos, portanto cheio de aditivos químicos.
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Vilão injustiçado
Quando alguém morria de doenças cardíacas ou de AVC, o culpado era o colesterol. Como ele entope os vasos sanguíneos, os médicos aconselhavam evitá-lo a qualquer custo. Alimentos como ovos, queijo e carne eram considerados especialmente perigosos. A verdade, porém, é que o corpo precisa de um pouco de colesterol, e até o produz. Mesmo assim, é importante não exagerar.
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Vitaminas congeladas
Muitos evitam comer legumes e verduras congelados, acreditando que eles tenham menos vitaminas do que os frescos. No entanto, vegetais congelados contêm mais nutrientes por serem processados diretamente após a colheita, em vez de ficar dias nas prateleiras dos supermercados, esperando para ser comprados.
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Peixe todo-poderoso
Há alguns anos, dizia-se que os ácidos graxos ômega-3 poderiam prevenir doenças como câncer, problemas cardiovasculares – e até mesmo déficit de atenção, hiperatividade e depressão. Os especialistas aconselhavam a ingestão diária de suplementos de ômega-3. De fato: esses ácidos graxos são importantes para algumas funções do corpo. Mas não trazem benefícios na maioria das doenças listadas.
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Excesso do que é bom também faz mal
Vitaminas são essenciais para o metabolismo. Então o que seria mais saudável do que tomar suplementos vitamínicos diariamente? Em especial de vitamina C, tida como proteção contra todos os tipos de doenças, inclusive resfriados. Só que até hoje nenhum estudo comprovou tais afirmativas. Na verdade, os suplementos vitamínicos podem até ser prejudiciais – pelo menos é o que se diz hoje em dia...
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Beber sem ter sede?
A natureza é bem inteligente. Quando precisamos de água, temos sede. Mas alguém disse certa vez que se deve beber antes ter sede, pelo menos três litros por dia. A teoria talvez se baseie no fato de os idosos costumarem perder o senso de sede. Mas em condições normais, o corpo humano sabe muito bem avisar que está na hora de ingerir líquidos.
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Bênção ou maldição do leite
O leite contém cálcio, que é bom para os ossos e o sistema imunológico. Isso é o que nos ensinaram. Mas um estudo sueco que vem sendo realizado há décadas sugere que quem bebe muito leite talvez morra mais cedo. Será que a responsável é a lactose? Ninguém sabe. Por enquanto, continue bebendo leite, mas com moderação.
Trigo: o novo vilão
Numerosos sites de nutrição alertam sobre os perigos do trigo, acusando-o de "inflamar o corpo, causar vazamento dos intestinos e desencadear doenças autoimunes". Certos médicos e autores dizem que trigo pode até causar calvície, alucinações e ideias suicidas. Apesar de não haver estudos que comprovem tais afirmativas, muitos têm abdicado do cereal que sustentava seus ancestrais.
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Nem tudo o que é orgânico é ouro
Se a comida normal contém química em excesso, como dizem, então a solução seriam os alimentos orgânicos, produzidos sem adubo químico ou substâncias "do mal". Porém estudos sugerem que os alimentos orgânicos não são mais ricos em nutrientes nem melhores do que os demais. São apenas mais caros.
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Equilíbrio é a chave
Independente do que digam todas as teorias e estudos, o estilo de vida realmente faz diferença. As estatísticas mostram claramente que fumar, beber demais e obesidade não são saudáveis, podendo até matar. Mas não se preocupe demais com os relatórios que louvam só um tipo de alimento ou outro. O que importa é o equilíbrio. Portanto, seja lá o que for, faça com moderação.