Em seu primeiro discurso após deixar a prisão, ex-presidente ataca o atual governo e avisa: "Estou de volta!" Mas o que o retorno do petista aos palanques políticos significa para a política brasileira?
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No dia seguinte à sua soltura, Luiz Inácio Lula da Silva se apresentou de forma revigorada diante de milhares de simpatizantes em São Bernardo do Campo, seu berço político. Depois de 580 dias de prisão, o ex-presidente de 74 anos e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) confessou que sua língua está coçando.
Lula acusou o presidente Jair Bolsonaro, seu arqui-inimigo político, de proximidade com a máfia das milícias paramilitares. "Foi eleito para governar o povo brasileiro e não para os milicianos do Rio de Janeiro", declarou.
O ex-presidente também aproveitou para provocar todo o governo federal, com críticas específicas ao ministro da Justiça, Sergio Moro, que o condenou enquanto juiz federal, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Quero dizer a eles: eu estou de volta!", disse Lula, que deixou a prisão um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a decisão que permitia o cumprimento de pena após condenação em segunda instância.
"Foi um discurso forte", avalia o cientista político Marco Aurélio Nogueira em entrevista à DW Brasil. "Lula chegou à conclusão de que ele não tem outra coisa a fazer, pelo menos nesses primeiros momentos, do que radicalizar o discurso, até para demarcar um território." Depois de um ano e meio de abstinência forçada, o petista precisa mostrar que realmente está de volta, diz o especialista.
De qualquer forma, o ex-líder sindical possui os pré-requisitos, afirma o cientista político Ricardo Ismael. "Lula tem uma liderança como ninguém na esquerda teria. Ainda mais porque Lula já foi presidente e deixou na memória de muita gente realizações que são muito valorizadas. Estava em aberto no Brasil um lugar para uma liderança fazer oposição a Bolsonaro. Até agora não tinha aparecido", diz Ismael.
Até agora, Bolsonaro manteve uma postura notavelmente retraída. No sábado, ele foi ao Twitter: "Amantes da liberdade e do bem, somos a maioria. Não podemos cometer erros. [...] Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa", escreveu o presidente. Moro seguiu o mesmo tom, também no Twitter.
Bolsonaro e sua equipe podem, por ora, se dar ao luxo de aguardar, afirma Nogueira. "Eles vão avaliar qual será, de fato, o tom que Lula adotará: será com sangue nos olhos ou paz e amor? E como isso repercutirá no âmbito do PT e da esquerda? E a segunda avaliação seria encontrar um foco contra Lula."
Para Ismael, é certo que o ex-presidente deverá procurar a confrontação. "A estratégia de Lula é chamar Bolsonaro e Moro para a briga. Ele quer polemizar, ele quer um embate para ganhar mais espaço na mídia."
O presidente e seu ministro da Justiça, enquanto isso, ganham tempo, "pois ainda não se sabe qual será a estratégia eleitoral de Lula olhando para 2020", afirma o cientista político.
No próximo ano estão programadas eleições municipais em todo o Brasil – uma amos-tragem importante do ambiente político para o governo e a oposição. Ainda não está claro se a esquerda brasileira unirá suas forças contra Bolsonaro.
"Não dá para saber o que vem nas próximas semanas", diz Nogueira. Segundo ele, o próximo Congresso Nacional do PT, agendado para 22, 23 e 24 de novembro, deve definir a nova estratégia eleitoral do partido. "E isso vai ajudar a calibrar o discurso."
O PT ainda não sabe qual papel Lula poderá desempenhar nos próximos meses. A condenação no processo referente ao tríplex no Guarujá pode ser revista em alguns meses pelo STF.
Portanto, Lula ainda corre o risco de retornar à execução da pena num regime semiaberto, o que tornaria impossível uma intensa campanha eleitoral. E o ex-presidente já foi condenado num segundo processo, referente ao sítio de Atibaia, cujo recurso será julgado em 27 de novembro. Sem mencionar os outros sete processos que ainda o aguardam.
Além disso, Lula foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que ele próprio promulgou em 2010. De acordo com a legislação, políticos condenados em segunda instância não podem concorrer a cargos públicos por oito anos.
No entanto, especialistas creem ser bastante plausível que o STF anule em breve a sentença no processo referente ao triplex no Guarujá, aceitando o argumento da suspeição de Moro, que atuou como juiz do caso. Mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil apontam que Moro deu instruções ao procurador responsável pela denúncia criminal – um ato considerado ilegal.
No início de outubro, o STF ainda declarou inconstitucionais etapas referentes à delação premiada celebrada na Lei de Organizações Criminosas de 2013. Assim sendo, também poderia ser anulada a segunda condenação contra Lula.
Ambos os processos teriam que voltar à primeira instância – o que poderia dar a Lula tempo suficiente para planejar seu retorno político nas eleições presidenciais de 2022. E, caso as condenações sejam anuladas, o ex-presidente também não se enquadraria mais na Lei da Ficha Limpa e recuperaria seus direitos políticos.
Um cenário repleto de incertezas, que, por ora, limitam o papel de Lula, segundo Nogueira. "O grande resultado da circulação de Lula vai ser energizar o próprio PT. Mas ele vai liderar a oposição ao bolsonarismo? Acho que precisamos ter um pouco de cautela, porque o Lula também sofre muitas resistências, tanto na sociedade onde o antipetismo é uma vertente forte, como nas forças políticas, que não querem ceder, com facilidade, à liderança a Lula."
Nas eleições de 2018 já ficou claro que Lula não une mais a esquerda, mas causa a ela dores de cabeça coletivas. "Mesmo admitindo que Lula ainda tenha muito prestígio, nacionalmente, a imagem dele foi muito arranhada. Houve um desgaste muito grande", disse Ismael. "Mesmo que ele não precise retornar à cadeia, ele é um homem condenado."
Portanto, com as eleições de 2022 no horizonte, Lula tem que finalmente falar sobre seus próprios erros durante os mais de 13 anos de governo petista (2003-2016), segundo Ismael. "Lula agora tem que renovar o discurso, pois voltar sem falar de corrupção não dá. O PT e Lula perderam a bandeira do combate à corrupção, que tinham nos anos 90. Mas ainda não ficou claro qual será o novo discurso, visando 2022."
Já Nogueira afirmou não ter certeza se o povo brasileiro deseja uma reedição da polarização Lula-Bolsonaro – ou se os eleitores não vão procurar alternativas fora desse ringue de boxe.
"Vai polarizar entre petistas e bolsonaristas. Mas pode ser – uma postulação otimista da minha parte – que esta polarização se quebre um pouco, que não funcione mais como no ano passado. Podemos ter um cenário com três ou quatro polos se digladiando."
Das greves no ABC à Presidência. Da condenação pela Lava Jato ao terceiro mandato. Os principais momentos políticos na vida de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foto: Getty Images/AFP/C. Petroli
Lula e as greves do ABC
Em 1975, Lula foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e ganhou projeção nacional ao liderar uma série de greves no final da década. Em 1980, foi preso e processado com base na Lei de Segurança Nacional após comandar uma paralisação que durou 41 dias. Lula ficou 31 dias no cárcere do Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social).
Foto: Instituto Lula
Fundação do PT
Em 10 de fevereiro de 1980, pouco antes de ser preso, Lula ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) com apoio de intelectuais e sindicalistas. Em maio do mesmo ano, ao sair do cárcere, foi eleito o primeiro presidente do partido. O pernambucano, então, ingressaria de vez na política: em 1982, concorreu ao governo de São Paulo e, em 1986, foi eleito deputado constituinte.
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A campanha de 1989
O PT lançou a candidatura de Lula nas primeiras eleições presidenciais diretas após o fim do regime militar. Com uma imagem de operário e um discurso de esquerda, Lula provocou temor em vários setores da economia, que se alinharam ao candidato Fernando Collor. O petista foi derrotado no segundo turno, depois de uma campanha que envolveu acusações de manipulação da imprensa a favor de Collor.
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A campanha de 1994
No embalo das primeiras denúncias de irregularidades no governo Collor, Lula lançou, em 1992, o movimento "Fora Collor" em apoio ao impeachment. Em 1994, concorreu novamente à Presidência, com Aloizio Mercadante como vice, mas foi derrotado no primeiro turno por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), lançado como "pai do Plano Real". O PT, por outro lado, elegia seus primeiros governadores (DF e ES).
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A campanha de 1998
Em 1998, Lula sofreu uma de suas piores derrotas eleitorais. À época, o petista teve como candidato a vice o ex-governador Leonel Brizola (PDT), um dos seus rivais na eleição de 1989 e com quem disputava a hegemonia na esquerda brasileira. A fórmula não deu certo. Lula obteve só 31% dos votos, e o então presidente Fernando Henrique Cardoso foi reeleito com 53% no primeiro turno.
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A posse de Lula
O eterno candidato do PT finalmente assumiu a Presidência em janeiro de 2003, após oito anos de governo do PSDB. Lula foi eleito com 61% dos votos válidos no segundo turno. A vitória foi alcançada após uma campanha que vendeu uma imagem mais moderada do petista – simbolizada no slogan "Lulinha paz e amor" – com o objetivo de acalmar os mercados e ampliar o eleitorado do partido.
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Economia em alta
Após as turbulências no final do governo Fernando Henrique Cardoso, a economia brasileira voltou a crescer com Lula, embalada sobretudo pelo boom das commodities. Foi o período da descoberta do pré-sal e investimentos em grandes obras de infraestrutura. O crescimento médio do PIB no segundo mandato chegou a 4,6%. O bom momento catapultou a popularidade de Lula, que chegou a 87% no final de 2010.
Foto: AP
Queda na desigualdade
Os programas sociais lançados por Lula, como Minha Casa, Minha Vida e ProUni, também contribuíram para a popularidade do presidente. O Bolsa Família, criado em 2004 a partir da unificação de outros programas de transferência de renda, se tornaria o carro-chefe. Quase 28 milhões de brasileiros saíram da zona de pobreza nos oito anos do governo Lula, afirmou um balanço em 2010.
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O escândalo do mensalão
Em 2005, o governo Lula foi atingido em cheio pelo escândalo de compra de votos de deputados, o mensalão. Apesar do desgaste, Lula sobreviveu à crise. Outros, como o ministro José Dirceu, uma das figuras fortes do governo, caíram em desgraça. No início, Lula afirmou que assessores o haviam "apunhalado", mas depois mudou o discurso e disse que o caso era uma invenção da oposição e da imprensa.
Foto: picture alliance / dpa / picture-alliance
A eleição de Dilma
Em 2007, logo após ser reeleito com mais de 60% dos votos, Lula começou a preparar o terreno para a sua sucessão. Como sucessora, ele escolheu a sua então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma tecnocrata sem experiência nas urnas. Nos três anos seguintes, Lula promoveu a imagem de Dilma junto aos brasileiros. A estratégia funcionou, e ela foi eleita em 2010.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC
Prestígio mundial
Durante a Presidência, Lula gozou de prestígio mundial e se reuniu com os mais importantes chefes de Estado do planeta. Em abril de 2009, em um encontro do G20, o presidente dos EUA na época, Barack Obama, cumprimentou o colega e disse: "Adoro esse cara! O político mais popular da Terra". No mesmo ano, Lula apareceu em 33º lugar na lista das pessoas mais poderosas do mundo da revista Forbes.
Foto: AP
Luta contra o câncer
Em outubro de 2011, Lula foi diagnosticado com câncer na laringe, sendo submetido a um agressivo tratamento – pela primeira vez desde 1979, ele aparecia sem a barba. Exames apontaram a remissão completa do tumor cerca de cinco meses depois, e Lula voltou a se engajar nas campanhas do PT. Uma das grandes vitórias eleitorais de 2012 foi a de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.
Foto: AFP/Getty Images
Lula e a Lava Jato
Em março de 2016, Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva na Operação Lava Jato, que investigou escândalos de corrupção na Petrobras. O ex-presidente foi levado para depor sobre um sítio em Atibaia, um triplex no Guarujá e sua relação com empreiteiras investigadas na Lava Jato. No mesmo dia, a PF cumpriu mandados em residências do petista e de sua família, além do Instituto Lula.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Réu em diferentes processos
Nos meses seguintes, Lula foi denunciado por uma série de crimes, como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça e tráfico de influência, tornando-se réu em cinco processos diferentes. O petista sempre desmentiu as acusações, negou a prática de crimes e disse ser vítima de perseguição política. Ele também negou ser proprietário dos imóveis investigados.
Foto: picture-alliance/abaca
Morre Marisa Letícia
Em fevereiro de 2017, morreu a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Lula e Marisa se conheceram em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo. Ela esteve ao lado do marido durante a sua ascensão política, desde os tempos do sindicato, quando liderou passeata em apoio a sindicalistas presos, passando pela fundação do PT, costurando a primeira bandeira do partido, até a Presidência.
Foto: Reuters/N. Doce
Caravana pelo país
Visando uma nova candidatura à Presidência no ano seguinte, Lula começou em 2017 uma caravana pelo Brasil que reuniu milhares de pessoas. Em junho de 2018, o PT confirmou sua pré-candidatura, mesmo com ele já preso. Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral impediu que ele concorresse. Como sucessor, Lula escolheu Fernando Haddad, que chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Jair Bolsonaro.
Foto: Ricardo Stukert /Instituto Lula
Lula é condenado
Lula foi condenado pela primeira vez em 12 de julho de 2017. A sentença do juiz Sergio Moro determinou 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, ligados ao triplex no Guarujá. O TRF-4 confirmou a condenação em segunda instância, além de aumentar a pena para 12 anos e um mês de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente por corrupção no Brasil.
Foto: Abr
Derrota no STF
Por 6 votos a 5, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram, em 4 de abril de 2018, um pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula para evitar uma eventual prisão após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. Manifestantes contrários e a favor de Lula foram às ruas por ocasião do julgamento.
Foto: picture alliance/AP Photo/S. Izquierdo
Lula se entrega à PF
Em 7 de abril de 2018, Lula se entregou à Polícia Federal, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, após ordem de prisão expedida por Sergio Moro. Antes de se entregar, Lula fez um discurso acalorado aos apoiadores. De Congonhas, Lula partiu de avião para Curitiba, onde começou a cumprir sua pena.
Foto: Paulo Pinto/Instituto Lula
Vigília em frente à PF em Curitiba
Depois da prisão de Lula, apoiadores do ex-presidente revezaram-se em um acampamento em frente à Polícia Federal de Curitiba, onde ele permaneceu preso. O local recebeu constantes visitas de políticos e de artistas, do Brasil e do exterior. Apoiadores também realizaram caravanas pelo país, com o slogan "Lula Livre". Em fevereiro de 2019, Lula também foi condenado no caso do sítio em Atibaia.
Foto: Ricardo Stuckert
Solto após 19 meses na prisão
Lula deixou a prisão em 8 de novembro de 2019, depois de passar um ano e sete meses na sede da Polícia Federal em Curitiba. A soltura ocorreu após o STF derrubar uma decisão que autorizava a prisão em segunda instância, beneficiando diretamente o petista, que passou a recorrer em liberdade. Após deixar a prisão, Lula fez um discurso para apoiadores repleto de críticas à Lava Jato.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa
Supremo anula condenações
Após o fim da prisão, a campanha "Lula Livre" focou na anulação de suas condenações. Os advogados do petista recorreram até o Supremo, alegando que ele era vítima de perseguição judicial. Em abril de 2021, o plenário do Supremo concluiu que Moro não era o juiz competente para atuar nos processos do petista, e dois meses depois decidiu que Moro era parcial. As condenações de Lula foram anuladas.
Foto: Alexandre Schneider/Getty Images
Uma aliança inesperada
A preparação da sexta campanha presidencial de Lula envolveu uma costura política inusitada. O petista e aliados articularam para ter como vice o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que foi filiado ao PSDB por 33 anos e era seu antigo adversário. A aproximação teve o objetivo de atrair o voto conservador e vingou: em abril de 2022, o PSB, novo partido de Alckmin, confirmou sua indicação.
Foto: Ricardo Stuckert/AFP
Em busca do voto anti-Bolsonaro
Lula lançou sua pré-candidatura em maio de 2022, defendendo a união de pessoas de orientações políticas variadas contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. No evento, Alckmin prometeu lealdade, disse que o futuro do Brasil "está em jogo" e foi aplaudido pelos petistas.
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP
Triunfo na busca por terceiro mandato
Após uma das campanhas mais tensas da história brasileira, Lula conquistou novamente a Presidência. Com apoio de uma frente ampla que reuniu forças de centro e antigos adversários, o petista impôs uma derrota inconteste sobre o extremista de direita Jair Bolsonaro. Aos 77 anos, Lula se tornou o político mais velho a conquistar o Planalto.