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Como funciona o teste rápido de coronavírus

5 de março de 2020

Por enquanto, exames são a maneira mais sensata de retardar a propagação de covid-19, mas testes rápidos devem se limitar a casos suspeitos. Entenda quem deve ser examinado e como funcionam os testes.

Mãos com luvas azuis seguram ampola vermelha
Mesmo em países desenvolvidos há gargalos na entrega de kits e componentes de testesFoto: Reuters/D. Ruvic

Até o momento, não existem medicamentos nem vacinas contra o novo coronavírus Sars-CoV-2. Estima-se que levará pelo menos de 18 a 24 meses até uma vacina adequada ser desenvolvida, avaliada em seus efeitos colaterais em todas as fases de teste, aprovada pelas autoridades de saúde, para então ser produzida em grande escala e, finalmente, distribuída globalmente. E depois os cidadãos também precisam ser vacinados.

Por esse motivo, nos próximos meses, exames confiáveis serão o passo mais sensato para, pelo menos, retardar a propagação do vírus. Com a ajuda dos testes rápidos, é possível identificar infectados e possíveis "focos" da doença. Somente assim será possível colocar em quarentena os contaminados – seja numa instalação médica ou em casa, em caso de sintomas moderados.

No entanto, mesmo em países desenvolvidos, instalações médicas e laboratórios rapidamente atingem seus limites de capacidade quando há uma onda aguda de infecções. Portanto o teste rápido deve ser limitado a casos suspeitos. Testes generalizado não é algo possível nem sensato, segundo especialistas.

Quem deve ser testado?

Segundo o consenso atual, a mera estada numa área de risco não basta para justificar um teste. E nem todos que apresentem coriza ou tosse estariam infectados pelo vírus causador da covid-19.

No entanto quem tenha indícios de uma pneumonia viral de "causa pouco clara", apresente sintomas evidentes como tosse, febre e falta de ar e tenha tido contato com um alguém infectado ou tenha estado numa região de risco particularmente afetada é caso suspeito justificado.

Por fim, fica a critério do médico se deve ou não ser realizado um teste de Sars-CoV-2. No entanto, de acordo com o Instituto Robert Koch, pacientes com sintomas de gripe também são examinados aleatoriamente contra o novo coronavírus.

Na Alemanha os custos de aproximadamente 200 euros são arcados pelos seguros de saúde, mas só se o paciente for realmente classificado pelo médico como caso suspeito.

Como funciona o teste?

Na maioria dos casos, retira-se muco do nariz ou da garganta do paciente com um cotonete. Se houver suspeita razoável, o Instituto Robert Koch também recomenda também colher amostras do trato respiratório inferior, por exemplo, secreções dos brônquios ou pulmões expelidas pela tosse.

Motoristas e passageiros são testados contra coronavírus na Coreia do SulFoto: picture-alliance/dpa/YNA

O que acontece com as amostras?

As amostras são examinadas em laboratórios de análises para o coronavírus, num processo baseado na chamada reação em cadeia da polimerase (PCR). Os testes levam cerca de cinco horas e atualmente contam entre os procedimentos laboratoriais padrão. Eles também são usados para diagnosticar doenças hereditárias ou para determinar a paternidade.

Na PCR, uma região específica do DNA é copiada e multiplicada num termociclador para que se busquem pedaços especiais de DNA, por exemplo, do coronavírus. O procedimento então mostra se e quantos patógenos existem no corpo. No caso de infecções por vírus, isso é chamado de "carga viral".

Como os afetados são informados?

O teste propriamente dito leva cerca de cinco horas, mais o tempo de transporte para o laboratório de análises. Os resultados geralmente estão disponíveis após um dia ou dois, e então o médico informa o paciente.

Caso o resultado seja positivo, além do paciente, o órgão de saúde responsável será informado imediatamente. Segue-se então, se necessário, a internação hospitalar com salas de isolamento e medidas de proteção especiais. Se a doença transcorrer de forma leve, os pacientes podem permanecer isolados em casa, desde que se assegure que não possam infectar terceiros.

Mesmo um resultado negativo não descarta uma infecção por Sars-CoV-2Foto: picture-alliance/dpa/Bildfunk/S. Hoppe

Os resultados são representativos?

Sim, mas mesmo um exame negativo não descarta completamente uma possível infecção pelo coronavírus.

Pois, se as amostras forem coletadas incorretamente, transportadas de forma incorreta ou coletadas no momento errado, pode haver um falso negativo. Também por isso, os pacientes com suspeita de infecção são testados várias vezes.

Existem outros opções de teste mais fáceis e rápidas?

Como descrito, o diagnóstico usando a reação em cadeia da polimerase requer máquinas muito especiais de laboratório e técnicos altamente qualificados, não disponíveis em muitas partes do mundo.

Mesmo na China bem desenvolvida, dado o grande número de casos, a capacidade laboratorial bateu rapidamente no limite. Também na Europa e nos Estados Unidos há por vezes gargalos de fornecimento de kits, de componentes individuais dos testes ou de equipamento médico.

Pelo menos desde as trágicas crises do ebola e de zika, pesquisadores vem buscando desenvolver uma versão portátil desses dispositivos de diagnóstico molecular para que indivíduos possam ser testados em clínicas menos equipadas, ou de forma descentralizada, em localidades afastadas ou em casa.

Realizam-se pesquisas em todo o mundo, e já estão disponíveis as primeiras abordagens promissoras para um teste rápido simplificado, semelhante ao teste da glicose no sangue.

Por exemplo, com o exame de uma gota de sangue, em apenas 15 minutos, o teste rápido apresentado pela Comissão Nacional de Saúde da China é capaz de detectar imunoglobulinas, os anticorpos que o corpo humano forma inicialmente quando ocorre uma nova infecção.

A Escola de Medicina Duke-Nus de Cingapura desenvolveu um exame de anticorpos semelhante, já testado com sucesso pelo Ministério da Saúde do país do Sudeste Asiático.

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