Como seria o mundo se os nazistas tivessem vencido a guerra?
Shant Shahrigian (ca)10 de dezembro de 2015
Série conta a vida num EUA imaginário, dominado pela Alemanha nazista e pelo Japão imperial. Para críticos, trama pode servir de alerta num momento que tom das vozes xenófobas está mais alto.
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Donald Trump, pré-candidato republicano à Casa Branca, exigiu uma proibição de entrada para muçulmanos nos Estados Unidos. Outros de seu partido reivindicaram uma restrição de acesso para refugiados da Síria. Na França, a legenda anti-islâmica Frente Nacional, comandada por Marine Le Pen, ganhou as eleições regionais no último domingo. Muitas das manchetes dos atuais noticiários lembram o capítulo mais obscuro da história do século 20: a ascensão do nazismo.
Talvez essa situação politicamente explosiva explique por que O homem do castelo alto, adaptação para a TV do romance homônimo, tenha provocado reações tão fortes no público americano. O programa – ainda sem data de estreia no Brasil – conta a vida num Estados Unidos imaginário, dominado pela Alemanha nazista e pelo Japão imperial.
Eles haviam vencido a Segunda Guerra – esse é o cenário de horror no filme. A Amazon Studios, produtora da série, sentiu na pele a dificuldade de abordar esse assunto. Os símbolos de inspiração nazista, que foram colocados nos vagões do metrô de Nova York para divulgar o lançamento da série, tiveram de ser retirados depois de protestos públicos.
Quem assistir a O homem do castelo alto (The man in the high castle) vai ter um susto desagradável: em centenas de cenas do seriado de dez capítulos, o estilo de vida americano é ameaçado por símbolos totalitários – e pelas ações subsequentes. Mas é exatamente isso que é tão fascinante na produção: ela mostra como a xenofobia pode fazer parte do cotidiano, antes que se chegue a perceber o seu triunfo.
Em entrevista à Deutsche Welle, tanto Inkoo Kang, crítica de televisão da influente revista nova-iorquina Village Voice, quanto Ilya Somin, articulista do jornal TheWashington Post, afirmaram que a série prova que as pessoas poderiam muito bem se acostumar com tudo.
Natureza x educação?
Na distopia proporcionada pelo seriado, os nazistas dominam a costa leste dos EUA, enquanto os japoneses, a oeste. Os americanos vivenciam instituições totalitárias e ações de limpeza étnica. Numa cena que atraiu particularmente a atenção dos críticos, cinzas de um crematório pairam sobre uma autoestrada, levando um policial a observar secamente: "Às terças-feiras, queimam deficientes físicos e doentes terminais – um fardo para o Estado."
Na tentativa de explicar como o horror ininterrupto pode se tornar normalidade, Kang aponta: "Hoje é possível dizer que não temos a violência patrocinada pelo Estado, como na forma de eugenia institucionalizada. Mesmo assim, há muito injustiça em todas as partes de nosso país, e não achamos nada de errado nisso."
Somin é advogado e, nessa função, também se ocupa do conteúdo político das obras de ficção científica e fantasia. Para ele, a série parece supor que "dependendo das circunstâncias, as pessoas podem se tornar seguidores de regimes opressivos e injustos em todo tipo de sociedade".
Cronologia da Segunda Guerra Mundial
Em 1° de setembro de 1939, as Forças Armadas alemãs atacaram a Polônia, sob ordens de Hitler. A guerra que então começava duraria até 8 de maio de 1945, deixando um saldo até hoje sem paralelo de morte e destruição.
Foto: U.S. Army Air Forces/AP/picture alliance
1939
No dia 1° de setembro de 1939, as Forças Armadas alemãs atacaram a Polônia sob ordens de Adolf Hitler – supostamente em represália a atentados poloneses, embora isso tenha sido uma mentira de guerra. No dia 3 de setembro, França e Reino Unido, que eram aliadas da Polônia, declararam guerra à Alemanha, mas não intervieram logo no conflito.
1939
A Polônia mal pôde oferecer resistência às bem equipadas tropas alemãs – em cinco semanas, os soldados poloneses foram derrotados. No dia 17 de setembro, o Exército Vermelho ocupou o leste da Polônia – em conformidade com um acordo secreto fechado entre o Império Alemão e a União Soviética apenas uma semana antes da invasão.
Foto: AP
1940
Em abril de 1940, a Alemanha invadiu a Dinamarca e usou o país como base até a Noruega. De lá vinham as matérias-primas vitais para a indústria bélica alemã. No intuito de interromper o fornecimento desses produtos, o Reino Unido enviou soldados ao território norueguês. Porém, em junho, os aliados capitularam na Noruega. Nesse meio tempo, a Campanha Ocidental já havia começado.
1940
Durante oito meses, soldados alemães e franceses se enfrentaram no oeste, protegidos por trincheiras. Até que, em 10 de maio, a Alemanha atacou Holanda, Luxemburgo e Bélgica, que estavam neutros. Esses territórios foram ocupados em poucos dias e, assim, os alemães contornaram a defesa francesa.
Foto: picture alliance/akg-images
1940
Os alemães pegaram as tropas francesas de surpresa e avançaram rapidamente até Paris, que foi ocupada em meados de junho. No dia 22, a França se rendeu e foi dividida: uma parte ocupada pela Alemanha de Hitler e a outra, a "França de Vichy", administrada por um governo fantoche de influência nazista e sob a liderança do general Pétain.
Foto: ullstein bild/SZ Photo
1940
Hitler decide voltar suas ambições para o Reino Unido. Seus bombardeios transformaram cidades como Coventry em cinzas e ruínas. Ao mesmo tempo, aviões de caça travavam uma batalha aérea sobre o Canal da Mancha, entre o norte da França e o sul da Inglaterra. Os britânicos venceram e, na primavera europeia de 1941, a ofensiva alemã estava consideravelmente enfraquecida.
Foto: Getty Images
1941
Após a derrota na "Batalha aérea pela Inglaterra", Hitler se voltou para o sul e posteriormente para o leste. Ele mandou invadir o norte da África, os Bálcãs e a União Soviética. Enquanto isso, outros Estados entravam na liga das Potências do Eixo, formada por Alemanha, Itália e Japão.
1941
Na primavera europeia, depois de ter abandonado novamente o Pacto Tripartite, Hitler mandou invadir a Iugoslávia. Nem a Grécia, onde unidades inglesas estavam estacionadas, foi poupada pelas Forças Armadas alemãs. Até então, uma das maiores operações aeroterrestres tinha sido o ataque de paraquedistas alemães a Creta em maio de 1941.
Foto: picture-alliance/akg-images
1941
O ataque dos alemães à União Soviética no dia 22 de junho de 1941 ficou conhecido como Operação Barbarossa. Nas palavras da propaganda alemã, o objetivo da campanha de invasão da União Soviética era uma "ampliação do espaço vital no Oriente". Na verdade, tratava-se de uma campanha de extermínio, na qual os soldados alemães cometeram uma série de crimes de guerra.
Foto: Getty Images
1942
No começo, o Exército Vermelho apresentou pouca resistência. Aos poucos, no entanto, o avanço das tropas alemãs chegou a um impasse na Rússia. Fortes perdas e rotas inseguras de abastecimento enfraqueceram o ataque alemão. Hitler dominava quase toda a Europa, parte do norte da África e da União Soviética. Mas no ano de 1942 houve uma virada.
1942
A Itália havia entrado na guerra em junho de 1940, como aliada da Alemanha, e atacado tropas britânicas no norte da África. Na primavera de 1941, Hitler enviou o Afrikakorps como reforço. Por muito tempo, os britânicos recuaram – até a segunda Batalha de El Alamein, no outono de 1942. Ali a situação mudou, e os alemães bateram em retirada. O Afrikakorps se rendeu no dia 13 de maio de 1943.
Foto: Getty Images
1942
Atrás do fronte leste, o regime de Hitler construiu campos de extermínio, como Auschwitz-Birkenau. Mais de seis milhões de pessoas foram vítimas do fanatismo racial dos nazistas. Elas foram fuziladas, mortas com gás, morreram de fome ou de doenças. Milhares de soldados alemães e da SS estiveram envolvidos nestes crimes contra a humanidade.
Foto: Yad Vashem Photo Archives
1943
Já em seu quarto ano, a guerra sofreu uma virada. No leste, o Exército Vermelho partiu para o contra-ataque. Vindos do sul, os aliados desembarcaram na Itália. A Alemanha e seus parceiros do Eixo começaram a perder terreno.
1943
Stalingrado virou o símbolo da virada. Desde julho de 1942, o Sexto Exército alemão tentava capturar a cidade russa. Em fevereiro, quando os comandantes desistiram da luta inútil, cerca de 700 mil pessoas já haviam morrido nesta única batalha – na maioria soldados do Exército Vermelho. Essa derrota abalou a moral de muitos alemães.
Foto: picture-alliance/dpa
1943
Após a rendição das tropas alemãs e italianas na África, o caminho ficou livre para que os Aliados lutassem contra as potências do Eixo no continente europeu. No dia 10 de julho, aconteceu o desembarque na Sicília. No grupo dos Aliados estavam também os Estados Unidos, a quem Hitler havia declarado guerra em 1941.
Foto: picture alliance/akg
1943
Em setembro, os Aliados desembarcaram na Península Itálica. O governo em Roma acertou um armistício com os Aliados, o que levou Hitler a ocupar a Itália. Enquanto os Aliados travavam uma lenta batalha no sul, as tropas de Hitler espalhavam medo pelo resto do país.
No leste, o Exército Vermelho expulsou os invasores cada vez mais para longe da Alemanha. Iugoslávia, Romênia, Bulgária, Polônia... uma nação após a outra caía nas mãos dos soviéticos. Os Aliados ocidentais intensificaram a ofensiva e desembarcaram na França, primeiramente no norte e logo em seguida no sul.
1944
Nas primeiras horas da manhã do dia 6 de junho, as tropas de Estados Unidos,Reino Unido, Canadá e outros países desembarcaram nas praias da Normandia, no norte da França. A liderança militar alemã tinha previsto que haveria um desembarque – mas um pouco mais a leste. Os Aliados ocidentais puderam expandir a penetração nas fileiras inimigas e forçar a rendição de Hitler a partir do oeste.
Foto: Getty Images
1944
No dia 15 de agosto, os Aliados deram início a mais um contra-ataque no sul da França e desembarcaram na Provença. As tropas no norte e no sul avançaram rapidamente e, no dia 25 de agosto, Paris foi libertada da ocupação alemã. No final de outubro, Aachen se tornou a primeira grande cidade alemã a ser ocupada pelos Aliados.
Foto: Getty Images
1944
No inverno europeu de 1944/45, as Forças Armadas alemãs reuniram suas tropas no oeste e passaram para a contra-ofensiva em Ardenne. Mas, após contratempos no oeste, os Aliados puderam vencer a resistência e avançar inexoravelmente até o "Grande Império Alemão" – a partir do leste e do oeste.
Foto: imago/United Archives
1945
No dia 8 de maio de 1945, os nazistas se renderam incondicionalmente. Para escapar da captura, Hitler se suicidou com um tiro no dia 30 de abril. Após seis anos de guerra, grande parte da Europa estava sob entulhos. Quase 50 milhões de pessoas morreram no continente durante a Segunda Guerra Mundial. Em maio de 1945, o marechal de campo Wilhelm Keitel assinava a ratificação da rendição em Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa
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Ressonância da vida real
O seriado O homem do castelo alto – baseado no romance homônimo de Philip K. Dick, da década de 1960 – acompanha as aventuras da heroína Juliana Crane (interpretada por Alexa Davalos) num movimento de resistência clandestino e relata as consequências das ações da protagonista para sua família e amigos. Segundo Somin, os dois regimes xenófobos contra os quais ela luta – o Japão imperial e a Alemanha nazista – lembram a atual campanha eleitoral de Donald Trump.
Mesmo antes de suas recentes declarações exigindo a proibição de entrada de muçulmanos, o pré-candidato republicano pediu a construção de um muro para conter a entrada de mexicanos, como também um banco de dados para poder monitorar melhor os muçulmanos nos EUA.
"A série funciona como um eco dos acontecimentos reais na Europa e nos EUA", afirmou Somin, em alusão a Trump, Marine Le Pen e ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que ergueu, de fato, uma cerca em torno de seu país – por medo de refugiados.
O articulista do Washington Post considera, no entanto, pouco realista a rapidez com que alguns personagens do seriado de TV americana, que se passa 12 anos após o fim da Segunda Guerra, aceitaram o regime de ocupação. Em sua opinião, o ceticismo de uma nação diante de uma mudança de regime duraria mais tempo.
"Mesmo que Trump seja eleito e tente montar o seu banco de dados para muçulmanos ou coisa parecida, acredito que, ao menos por algum tempo, essas medidas seriam motivo de controversas discussões", opina Somin. Para ele, somente uma vitória eleitoral não seria suficiente para impor essas mudanças na sociedade – assim como a eleição e reeleição de Obama não foram suficientes para ancorar o Obamacare, a reforma do sistema de saúde, entre os americanos.
Kang afirma ver semelhanças entre os controversos pré-candidatos presidenciais e movimento de resistência na série. No seriado, o grupo de resistência está em busca constante de filmes misteriosos, que parecem representar um mundo no qual os aliados haviam ganhado a guerra, não os países do Eixo – uma fonte de esperança que inspira Juliana a desistir da vida que leva, para lutar na clandestinidade.
Kang diz reconhecer nos principais personagens da série americana uma tendência para o "derrotismo nacionalista", logo que se comparam com alemães ou japoneses. De acordo com a crítica de televisão, isso lembra a mensagem de Trump de que os eleitores deveriam "tornar novamente os EUA uma grande nação", diante da alegada ameaça por parte de migrantes não brancos.
Mensagem de compaixão
"Na série também é construída um tipo de fantasia romântica, segunda a qual seria possível mudar facilmente a atitude de qualquer pessoa", explica Kang sobre a reação de Juliana ao filme clandestino. "Isso não quer dizer que a série é ruim. Ela quer justamente ser um exemplo inspirador de como as pessoas podem se tornar melhores pensadores e, assim, melhores eleitores."
Desde que O homem do castelo alto começou a passar nos EUA, no fim deste ano, inúmeros artigos na mídia americana e alemã, entre outras, tentaram desvendar um significado mais profundo no seriado. Da mesma forma que o serviço de streaming rival Netflix, a Amazon não divulgou até agora os números de audiência. Ainda não se sabe se a série vai se estender numa segunda temporada.
Mas uma coisa é certa: com a sua investigação profunda da influência de regimes e espíritos totalitários, como a xenofobia, em pessoas normais, O homem do castelo alto já atraiu a atenção.
"Eu acredito que há na série um apelo por mais humanidade – que precisamos muito mais diante dos acontecimentos do nosso tempo", comenta Kang.
O poder das cercas
Muro que dividia a Alemanha caiu há 26 anos. Contudo, diante da onda de refugiados, o apelo por instalações fronteiriças é cada vez maior em diversos locais da Europa. Aqui, uma visão geral dessas barreiras pelo mundo.
Foto: picture-alliance/dpa
Hungria fecha portas
O governo do primeiro-ministro Viktor Orbán levantou uma cerca na fronteira com a Sérvia e também fortificou a com a Croácia, país-membro da União Europeia. A Hungria faz parte do Espaço Schengen, onde os controles fronteiriços foram basicamente abolidos. A maioria dos refugiados que chega da Grécia através da chamada rota dos Bálcãs, quer vir para a Áustria ou a Alemanha.
Foto: DW/V. Tesija
Posto avançado europeu
As instalações de fronteira em Melilla, enclave espanhol no norte do Marrocos, contam entre as mais modernas do mundo. Assim como em Ceuta, uma cerca de seis metros de altura e dez quilômetros de extensão circunda a cidade. Equipada com "arame farpado da Otan", câmeras infravermelhas e sensores de ruído e movimento, a fortificação visa desencorajar os refugiados africanos.
Foto: Getty Images
Ilha dividida
A chamada Linha Verde no Chipre consiste de cercas de arame farpado, escombros, torres de vigilância e seções de muro. Ao longo de 180 quilômetros, ela divide a ilha em uma parte turca no norte e uma grega, no sul. Vigiada por milhares de soldados em ambos os lados, desde a queda do Muro de Berlim Nicósia passou a ser a maior capital dividida do mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/R.Hackenberg
Muro entre EUA e México
Cerca de 20 mil policiais controlam ininterruptamente a fronteira entre EUA e México. Apelidada "Tortilla Wall", a barreira se estende por 1.126 quilômetros. A construção é assegurada por câmeras de vídeo e infravermelhas, dispositivos de visão noturna, detectores de movimento, sensores térmicos e drones. Sua função é evitar a imigração ilegal e o contrabando de drogas.
Foto: dpa
Terra Santa entre dois povos
Somente em poucos pontos de controle é possível atravessar a fronteira entre os territórios palestinos e Israel, como aqui em Jerusalém. O objetivo das instalações fronteiriças é a defesa contra ataques terroristas palestinos. Apesar das fortificações e da vigilância, os palestinos conseguem contrabandear regularmente armas e outros bens, através de um sistema de túneis na Faixa de Gaza.
Foto: picture-alliance/Landov
"Zona desmilitarizada" na Coreia
Ela é considerada a fronteira mais fortificada e controlada do mundo. Um milhão de minas, arame farpado e torres de controle separam a Coreia do Sul da parte comunista da península. Em ambos os lados dos 248 quilômetros da linha demarcatória, encontra-se uma "zona desmilitarizada" de dois quilômetros de largura, onde é proibido entrar. Ela foi criada após o fim da Guerra da Coreia (1950-1953).
Foto: picture alliance/AP Photo
Linha de paz na Irlanda do Norte
Um total de 48 "linhas de paz" separa católicos e protestantes na Irlanda do Norte. Na capital Belfast, o sistema fronteiriço consiste de um muro de sete metros de altura, composto por tijolos, cerca de arame farpado, concreto e grades. O muro possui passagens para pedestres e portões para o tráfego, que são fechados à noite.
Foto: Peter Geoghegan
"Cerca de proteção" indiana
Trata-se da maior instalação de fronteira do mundo: a Índia decidiu construir 4 mil quilômetros de "cerca de proteção" na fronteira com Bangladesh, país considerado pelos indianos como reduto de terroristas. A "linha zero" é uma cerca elétrica de até dois metros de altura, guarnecida de arame farpado. Aprximadamente 50 mil soldados controlam o sistema fronteiriço.
Foto: S. Rahman/Getty Images
Muro de Berlim
Ele fez parte da recente história mundial e foi condenado durante décadas de "faixa da morte". A queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989 marcou o início do processo de Reunificação das duas Alemanhas e o fim da Guerra Fria. Contudo, o apelo desse evento histórico não pôde impedir que até hoje barreiras e demarcações dominem a política mundial.