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Companhias aéreas européias sob pressão

ef8 de janeiro de 2004

Com suas exigências de segurança para vôos internacionais, EUA colocam sob pressão principalmente as companhias aéreas européias. Peritos consideram impagável escolta policial armada a bordo de cada avião.

Treino de ação dos sky marshals num aviãoFoto: AP

Desde o início do ano, as autoridades americanas podem proibir a aterrissagem de um vôo internacional que não tenha policial armado a bordo, o chamado sky marshal (xerife do céu). Ainda não está claro com que freqüência e quais os vôos obrigados a ter tal missão policial, mas, nestas circunstâncias, os custos são consideravelmente altos para as companhias aéreas. Peritos avaliam que a proteção policial em todos os vôos para a América do Norte seria simplesmente "impagável".

A medida determinada pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos é para evitar que terroristas seqüestrem aviões para usá-los como arma de ataque, como nos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York e Washington, com mais de três mil mortos.

Reação rápida alemã

- Segundo a Lufthansa, até agora não houve problemas nem cancelamento de vôo porque a polícia federal de fronteira alemã colocou policiais suficientes à disposição. Isto se deve ao fato de a Alemanha ter reagido rápido aos ataques terroristas de 11 de setembro, criando uma tropa de mais de 100 homens para estes casos.

A Lufthansa e o Ministério do Interior alemão silenciam sobre os detalhes dos sky marshals, confirmando apenas que são escolhidos aleatoriamente os vôos a receber proteção policial. Estaria fora de cogitação fazê-lo para cada avião, pois só a Lufthansa manda em média 30 aviões por dia para a América do Norte e a escolta é de no mínimo dois policiais. As companhias americanas poderiam se dar a este luxo, porque contam com apoio generoso do governo, enquanto as européias têm de arcar sozinhas no mínimo com os custos dos assentos ocupados pelos policiais.

O presidente da Federação Internacional das Associações de Pilotos de Linhas Aéreas (Ifalpa), Georg Fongern, dá razão aos pilotos britânicos e franceses, que insistem em não aceitar os sky marshals. Os alemães já se adaptaram à medida, embora com muita desconfiança inicial. A exigência é uma agressão dos EUA à soberania de outros estados, disse Fongern, apelando à União Européia e ao governo alemão para não permitirem isto. Ele acha que existem meios mais simples de evitar o uso de aviões como arma terrorista, como portas mais seguras nas cabines das aeronaves.

Controle rigoroso de passageiros e bagagem no aeroporto de FrankfurtFoto: AP

Novas técnicas para maior segurança

- Na adoção de medidas antiterror, a Alemanha é o primeiro membro da União Européia a expedir visto com fotografia, a partir deste ano. No mais tardar dentro de dois anos, os países membros deverão confeccionar vistos contendo um chip com dados biométricos, impressão digital e reconhecimento do rosto do respectivo dono do documento. Mais tarde, os passaportes dos cidadãos da comunidade européia deverão também ter esta novidade técnica.

Há poucas semanas, a polícia de fronteira da Alemanha instalou no Aeroporto de Frankfurt - o maior alemão e um dos maiores da Europa - um scanner de olhos para registrar a íris dos passageiros em trânsito. Os dados são armazenados num banco de dados local. A partir do dia 19, haverá outra novidade na UE: todos os aeroportos e companhias aéreas serão obrigados a revistar o seu próprio pessoal e estranhos antes do acesso a setores sensíveis, exatamente como os passageiros.

Em 2003, foi decidido também na Alemanha que o ministro da Defesa pode decidir sozinho quando a Força Aérea deve entrar em ação contra ameaças terroristas e, em casos de ameaça grave, mandar abater um avião. A decisão foi tomada depois que um deficiente mental alemão sobrevoou em círculos sobre Frankfurt com um avião roubado. Temeu-se que fosse um ato terrorista contra a metrópole bancária.

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