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Comunidade turca adverte para violência na Alemanha

12 de outubro de 2015

Após atentado em Ancara, grupo que defende interesses turcos alerta para possíveis ataques em território alemão. Parlamentar de origem turca exige suspensão do diálogo com presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

Manifestantes em Istambul acusaram o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de ter responsabilidade sobre o atentado em Ancara
Foto: Reuters/O. Orsal

A Comunidade Turca na Alemanha (TGD, sigla em alemão) alertou para possíveis atentados a bomba em território alemão, após o ataque que deixou ao menos 97 mortos, no sábado, em Ancara. "Quando Recep Tayyip Erdogan se tornou presidente [da Turquia], essa polarização começou na Alemanha", disse o chefe da organização que defende os interesses de turcos na Alemanha, Gökay Sofuoglu, nesta segunda-feira (12/10), ao jornal alemão Kölner Stadt-Anzeiger.

Assim que algo acontece na Turquia, as pessoas tomam as ruas, ressalta Sofuoglu. "E do jeito que os ânimos estão na Turquia, eu temo uma escalada de violência aqui também." Ele também afirmou estar observando nas redes sociais convocações para manifestações que até então não foram autorizadas. Tanto do lado turco como do lado curdo estão surgindo diversos agrupamentos.

Na Alemanha há de um lado os chamados otomanos. Eles são considerados defensores tempestuosos da identidade turca. Do outro lado estão os partidários do "Apo", que participam das manifestações usando máscaras e levam cartazes pedindo vingança. Seguidores do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) chamam o líder detido Abdullah Öcalan de "Apo". Sofuoglu salientou que ambos os grupos estão em minoria, mas advertiu: "impeçam o começo".

"Governo e EI massacram em conjunto no Curdistão", diz o cartaz de um protesto no sábado na AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa/R. Priebe

Özdemir exige suspensão de conversações com Erdogan

O parlamentar do Partido Verde, Cem Özdemir, – conhecido por ser o primeiro deputado filho de turcos no Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) – pediu que a União Europeia (UE) suspenda as conversações com Erdogan devido ao atentado. "Quem mergulha seu próprio país no caos porque tem medo de ser obrigado a responder por seus atos caso perca nas urnas não é um parceiro confiável", afirmou Özdemir.

Ele apela para que UE não faça nada que possa ser interpretado como fortalecimento do chefe de Estado turco até a eleição na Turquia, marcada para 1º de novembro. "Qualquer acordo seria um sinal de que Erdogan é um interlocutor normal para nós", disse Özdemir.

Protestos e três dias de luto nacional

Num ataque a uma manifestação pela paz em Ancara, no sábado, ao menos 97 pessoas foram mortas e mais de 500 ficaram feridas. Os autores seguem desconhecidos, mas o governo turco centra suas investigações na milícia terrorista do "Estado Islâmico" (EI). Já a legenda de oposição pró-curda Partido Democrático dos Povos (HDP) afirmou que a liderança do Estado turco é cúmplice no ataque.

No domingo, a Turquia decretou três dias de luto nacional. E em diversas cidades turcas – entre elas Istambul, Ancara, Izmir e Dyarbakir – milhares de pessoas foram às ruas em protesto. Na metrópole Istambul aproximadamente 10 mil pessoas marcharam pelo centro da cidade com cartazes e gritos acusando Erdogan de ter responsabilidade no atentado. Em Dyarbakir, habitada predominantemente por curdos, houve confrontos com a polícia.

PV/afp/dpa