Condenação de líder da oposição é criticada na Malásia
10 de fevereiro de 2015
Organizações de direitos humanos, Austrália e Estados Unidos manifestam decepção com a pena de cinco anos de prisão para Anwar Ibrahim. Para críticos, condenação por sodomia visa eliminar ameaça ao governo.
Anúncio
A mais alta corte da Malásia rejeitou o apelo feito pelo líder da oposição Anwar Ibrahim contra uma sentença por sodomia, condenando o político a cinco anos de prisão nesta terça-feira (10/02).
Para críticos no país e no exterior, a sentença teve motivações políticas e visa eliminar quaisquer ameaças à coalizão de governo, que, após mais de cinco décadas no poder, vem perdendo popularidade desde 2008.
Anwar, de 67 anos, é o mais popular símbolo do ressurgimento da oposição no país e se tornou uma ameaça em potencial ao primeiro-ministro, Najib Razak.
Esta foi a apelação final de Anwar, que foi escoltado pela polícia para fora do tribunal, supostamente para começar a cumprir a sentença imediatamente. Anwar foi acusado, em junho de 2008, de ter mantido relações sexuais com o seu assistente Saiful Bukhari Azlan, que o denunciou à polícia.
"Vou à prisão pela terceira vez, mas tenham certeza de que entrarei com a cabeça erguida", disse o líder da oposição, reiterando sua inocência. O governo do país nega as acusações de interferência no caso.
A decisão foi duramente criticada por organizações de direitos humanos, pela Austrália e pelos EUA. "Os Estados Unidos estão profundamente desapontados e preocupados com a rejeição da apelação final de Anwar Ibrahim e sua condenação", disse a embaixada americana em Kuala Lumpur.
"A decisão de processar Anwar e seu julgamento levantaram preocupações em relação ao Estado de Direito e à independência da Justiça", prosseguiu o órgão diplomático.
O Escritório da ONU para os Direitos Humanos também disse estar "decepcionado" com a sentença emitida pela Corte Federal da Malásia. A organização Human Rights Watch chamou o caso de perseguição, e a Anistia Internacional disse que a condenação prejudica a liberdade de expressão no país.
A semana em imagens (9 a 15 de fevereiro de 2015)
Relembre, em imagens, os acontecimentos que marcaram o noticiário internacional desta semana.
Foto: Reuters/K. Lamarque
Dresden lembra 70 anos de bombardeio
Cerimônia em recordação do bombardeio que destruiu Dresden há 70 anos reuniu na igreja Frauenkirche cerca de 1.400 convidados, entre eles, políticos e sobreviventes da Segunda Guerra Mundial. O presidente da Alemanha, Joachim Gauck, sublinhou a necessidade de que, ao se homenagear as vítimas alemãs, tampouco se esqueçam as vítimas do conflito provocado pela Alemanha. (13.02.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld
Dilma recebe Steinmeier
O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, encerrou sua visita ao Brasil, marcada por um encontro com a presidente Dilma Rousseff; o avanço no estabelecimento de um diálogo bilateral de alto nível; e pela assinatura de um entendimento visando a facilitar a concessão de vistos de trabalho a jovens brasileiros e alemães. (13.02.2015)
Foto: Reuters/U. Marcelino
Presidente da Argentina é indiciada
O promotor Gerardo Pollicita, que substituiu Alberto Nisman nas investigações do atentado à Associação Mútua Israelense-Argentina (Amia) em 1994, indiciou a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, por suposto acobertamento dos autores do ataque. (13.02.2015)
Foto: Reuters/E. Marcarian
Acordo sobre cessar-fogo na Ucrânia
Após quase 17 horas de negociações em Minsk, os presidentes da Ucrânia, Petro Poroshenko, da Rússia, Vladimir Putin, o chefe de Estado francês, François Hollande e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, fecharam um acordo sobre um roteiro de paz para o conflito ucraniano. O cessar-fogo em Donetsk e Lugansk está previsto a partir da 0h de domingo, 15 de fevereiro de 2015. (12.02.2015)
Foto: Reuters/Grigory Dukor
Extradição de Pizzolato
O máximo tribunal da Itália decidiu pela extradição de Henrique Pizzolato ao Brasil. O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a mais de 12 anos de prisão no escândalo do Mensalão. Pizzolato se entregou à polícia local, encerrando fuga de mais de um ano. (12.02.2015)
Foto: Antonio Cruz/ABr
Schettino condenado a 16 anos de prisão
O capitão Francesco Schettino, de 54 anos, foi condenado a 16 anos de prisão, por sua participação no naufrágio do navio Costa Concordia, que deixou 32 pessoas mortas em janeiro de 2012. Schettino era acusado de homicídio culposo, de provocar um naufrágio e de abandonar o navio acidentado. (11.02.2015)
Foto: AFP/Getty Images/G. Cacace
Obama pede autorização para combater EI
A coligação liderada pelos EUA para combater o "Estado Islâmico" no Iraque e na Síria está "na ofensiva" e vencerá, disse o presidente Barack Obama, que solicitou ao Congresso autorização para ações militares. Ele falou na Casa Branca, ao lado do vice-presidente, Joe Biden, e dos secretários de Estado, John Kerry, e da Defesa, Chuck Hage. (11.02.2015)
Foto: picture-alliance/epa/M. Reynolds
Último adeus a Weizsäcker
Na Catedral de Berlim, cerca de 1.400 pessoas, entre elas políticos do alto escalão, prestam as últimas homenagens ao ex-presidente alemão Richard von Weizsäcker, morto no último dia 31 de janeiro, aos 94 anos. Weizsäcker foi presidente de 1984 a 1994. Na cerimônia, o atual presidente da Alemanha, Joachim Gauck, afirmou que Weizsäcker foi um chefe de Estado excepcional. (11.02.2015)
Foto: Reuters/M. Schreiber
ONU: 300 morreram em travessia do Mediterrâneo
Mais de 300 pessoas que tentavam cruzar o Mar Mediterrâneo rumo à Europa morreram nesta semana. Imigrantes africanos estavam em quatro botes de borracha que deixaram a costa da Líbia e enfrentaram chuva, vento e frio. Cada um dos botes transportava pouco mais de cem pessoas, expostas ao frio e à chuva. Uma embarcação com cem pessoas continua desaparecida. (11.02.2015)
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Buccarello
Obama confirma morte de refém americana
Kayla Mueller, de 26 anos, era voluntária da ajuda humanitária e foi raptada pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) em 2013 na Síria. Segundo o EI, ela morreu quando prédio em que estava foi bombardeado por aviões da Jordânia. A confirmação da morte da jovem foi dada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, que não revelou detalhes sobre o incidente. (10.02.2015)
Foto: AP Photo/The Daily Courier, Jo. L. Keener
Putin vai apoiar construção de usina no Egito
Em visita ao Cairo, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscou pretende apoiar a construção da primeira usina nuclear do Egito. Os dois países já mantêm desde 2001 um acordo de cooperação para utilização pacífica da energia atômica. Rússia e Egito também planejam colaborar no combate ao terrorismo. (10.02.2015)
Foto: Reuters/A. Waguih
Nevasca paralisa Boston
Uma forte tempestade atingiu o nordeste dos EUA. Boston foi a cidade mais afetada na região, com 60 centímetros de neve acumulada. A nevasca paralisou o município, que suspendeu o transporte público e as aulas. Centenas de voos foram cancelados na região de Nova Inglaterra – que abriga os estados do Maine, Massachusetts, New Hampshire, Vermont, Rhode Island e Connecticut. (10.02.2015)
Foto: Reuters/Brian Snyder
HSBC ajudou clientes a sonegar
Segundo investigação batizada de Swissleaks, a filial suíça do banco favoreceu clientes em mais de 200 países. A instituição alega ter realizado uma transformação radical nos últimos anos para evitar evasão fiscal. (09.02.2015)
Foto: picture-alliance/dpa
Merkel na Casa Branca
Em reunião com Barack Obama, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, levou um plano que defende a diplomacia como solução para o conflito no leste ucraniano. A Alemanha e a França se opõem à proposta de Washington de fornecer armas a Kiev. (09.02.2015)