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Condenação de Lula ganha destaque na imprensa europeia

12 de julho de 2017

Sentença de mais de 9 anos de prisão repercute em sites de notícias da Europa, que analisam se candidatura do ex-presidente em 2018 será afetada. Jornal francês descreve petista como "ícone da esquerda".

Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Reuters/U. Marcelino

A sentença para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou destaque na imprensa europeia nesta quarta-feira (12/07). O petista foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O jornal alemão Süddeutsche Zeitung relata as acusações envolvendo o ex-presidente, afirmando que Lula recebeu vantagens indevidas "que valem mais de 1 milhão de euros". "Em troca do dinheiro, ele influenciou negociações entre a petrolífera estatal Petrobras e uma empreiteira", diz o veículo.

Na sentença, Moro entendeu que a empresa OAS destinou valores que somam quase 3,8 milhões de reais à compra e reforma de um tríplex no Guarujá, no litoral paulista, em benefício de Lula. A empreiteira usou a influência política do ex-mandatário para firmar contratos com a Petrobras.

A revista semanal alemã Der Spiegel, por sua vez, explica que a sentença é parte de uma "investigação de corrupção mais ampla, que envolve políticos e empresários brasileiros" e lembra que "o Brasil vive uma profunda crise econômica, com mais de 12 milhões de pessoas desempregadas".

O veículo afirma ainda que "Lula é considerado o candidato mais promissor das eleições presidenciais" em outubro de 2018 e esclarece que, se a sentença proferida por Moro na primeira instância não for confirmada em segunda instância, o petista pode ainda concorrer no pleito.

Na França, o jornal Le Monde descreveu o ex-presidente como "ícone da esquerda latino-americana" e lembrou que a condenação envolve apenas um dos cinco processos nos quais Lula é réu. Segundo o diário francês, o veredito põe em risco as chances do petista participar do pleito em 2018.

O britânico The Guardian destacou a trajetória pessoal e política do ex-mandatário, "que saiu de uma infância na pobreza para se tornar um presidente por dois mandatos".

"A decisão marcou uma queda para Lula, o primeiro presidente da classe trabalhadora do Brasil, que deixou o poder há seis anos com uma taxa de aprovação de 83%", escreve o jornal. "O ex-líder sindical ganhou admiração global por políticas sociais transformadoras que ajudaram a reduzir uma desigualdade severa no maior país da América Latina."

O espanhol El País, que traz a condenação como destaque principal em sua página na internet, segue na mesma linha, classificando Lula como "o presidente mais popular do país". "Essa é a última reviravolta de uma saga que tem colocado Brasília em xeque: o retorno de Lula à arena política", avalia o jornal.

EK/ots