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Letargia climática

11 de junho de 2010

Para organizações ambientalistas e partidos, encontro preparatório para Cancún foi decepcionante. Após fiasco de 2009 em Copenhague, perspectivas de futura cúpula do clima são negativas.

Protestos diante do hotel onde se hospedaram os participantes da conferênciaFoto: picture alliance / dpa

A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima terminou em Bonn nesta sexta-feira (11/06) sem resultados conclusivos e acompanhada por críticas – em parte, severas – de ambientalistas e políticos.

Prédio da ONU em BonnFoto: picture-alliance/ dpa

Mais de 4.500 especialistas de 182 países se encontraram na cidade renana para preparar a cúpula sobre mudanças climáticas em Cancún, México. Esta visa um novo acordo climático mundial sucessor ao Protocolo de Kyoto, o qual deixará de vigorar em 2012.

Do documento conclusivo de 20 páginas apresentado em Bonn constam os posicionamentos dos participantes e sugestões de metas. Não se trata de um texto para negociações, mas sim de uma base para as futuras conversações. "Como todo o mundo, nós temos problemas" com esse texto, admitiu o delegado da África do Sul, Alf Wills. Mas pelo menos o documento seria "um ponto de partida", ressalvou.

O esboço projeta que as emissões nacionais e globais de gases responsáveis pelo efeito-estufa alcançarão seu ápice em 2020. A partir daí, as emissões globais deverão reduzir-se em, pelo menos, 50% a 85% em relação a 1990. Dos países industrializados, espera-se uma diminuição bem mais pronunciada, entre 80% e 95%. O documento aponta, ainda, a necessidade de que até 2020 essas nações limitem em 25% a 40% suas emissões de gases-estufa, sem contudo estipular o ano a ser tomado como base de comparação.

"Letargia", "paralisia", "pega-varetas"

A organização ambientalista Germanwatch declarou-se otimista, comentando que, "em nível técnico", as negociações em Bonn teriam aberto o caminho para avanços na proteção internacional do clima. Agora, a bola estaria no campo da política. "O G20 estabelecerá um sinal para os progressos no clima? A União Europeia aceitará uma meta de redução de 30% até 2020?", indaga a ONG.

Em contrapartida, o Partido Verde alemão criticou a "letargia reinante", enquanto o A Esquerda falou de uma "paralisia por choque" no processo climático da ONU, assim como de uma "estratégia de pega-varetas", ou seja: quem se mover primeiro, perde.

Já a associação ambientalista BUND atestou uma conferência "quase sem resultados", cuja conclusão negligenciaria não só as necessidades atuais para a proteção do clima, como "as justificadas expectativas das gerações futuras".

Yvo de Boer chefia o UNFCCC até 1º de julhoFoto: picture alliance / landov

O fiasco de Copenhague

Até o encontro de Cancún, de 29 de novembro a 10 de dezembro próximos, ainda estão programadas duas rodadas de negociações, a primeira novamente em Bonn (sede do Painel de Mudanças Climáticas das Nações Unidas – UNFCCC), e a segunda em Pequim, China.

Na cúpula climática do ano passado, em Copenhague, os participantes somente conseguiram acordar uma meta vaga, de reduzir o aquecimento global em 2ºC em relação à era pré-industrial. Após esse fiasco, consideram-se extremamente distantes as chances de que Cancún resulte num novo tratado para a proteção climática global. Nem mesmo se descarta inteiramente uma prorrogação do Protocolo de Kyoto para além de 2012.

AV/ap/afp/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer

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