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Segurança

8 de fevereiro de 2008

Chefes de Estado, ministros das Relações Exteriores e da Defesa, reunidos em Munique, debatem na 44ª Conferência Internacional de Segurança relações de poder e novas estratégias em busca de uma nova "ordem para o mundo".

Hotel Bayerischer Hof, em Munique: segurança na sede do encontro que debate a segurança mundialFoto: AP

O encontro de três dias na cidade ao sul da Alemanha, que começa nesta sexta-feira (08/02), reúne 350 participantes de vários países sob o lema "um mundo em desordem". Entre os temas a debatidos, está, acima de tudo, a missão da Otan no Afeganistão.

Entre os presentes estão, entre outros, o Secretário de Defesa norte-americano Robert Gates, o ministro russo da Defesa Serguei Ivanov e o presidente da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohammed El Baradei. Entre as autoridades alemãs presentes estão o ministro da Defesa, Franz Josef Jung, e o representante da pasta do Exterior, Frank-Walter Steinmeier.

"Solidariedade"

Franz Josef Jung, ministro alemão da DefesaFoto: AP

Um dos principais pontos de divergência entre as autoridades presentes é a amplitude da missão da Otan no Afeganistão. Enquanto a Holanda, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos defendem um fortalecimento da presença da aliança militar no sul do país, a posição da Alemanha é exatamente oposta.

"Temos um mandato claro e uma posição da Otan de que temos nosso principal ponto de atuação no norte do país, onde fica nosso comando regional e nossas equipes de reconstrução. Não temos o sul como foco, embora seja claro que, onde houver uma situação de emergência, iremos ajudar. Isso está implícito na solidariedade da Otan", declarou o ministro Jung.

Limites de atuação

Jaap de Hoop Scheffer, secretário-geral da OtanFoto: picture-alliance/dpa

Para o secretário-geral da aliança militar, Jaap de Hoop Scheffer, por outro lado, importa, acima de tudo, o fortalecimento da presença da Otan no sul afegão. Resta saber quanto tempo a Alemanha e outras nações européias ainda vão resistir a atuar na região.

"A aliança militar já sobreviveu a muitas crises e iria sobreviver a um fracasso no Afeganistão também. A questão é saber o quanto a Otan é capaz de se estender para fora de sua área de atuação. Aí eu colocaria um grande ponto de interrogação", afirma o coordenador da Conferência de Munique, Horst Teltschik.

O papel da Otan não está sendo debatido na conferência apenas em relação à presença da aliança no Afeganistão, mas também no que diz respeito à declaração de independência do Kosovo.

Presença de mais países

Manifestantes em Munique nas imediações da sede da conferênciaFoto: AP

No último ano, a conferência foi aberta pelo presidente russo, Vladimir Putin, que se tornou manchete de jornais em todo o mundo com suas críticas ácidas aos chefes de governo ocidentais. Este ano o encontro foi aberto pelo primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan.

O propósito de tais reuniões é trazer à tona questões relacionadas à segurança global, com a participação de cada vez mais países, garantem os organizadores. "Todos os europeus e norte-americanos vivem falando do significado crescente de nações como a China, o Japão e a Índia. Quando representantes destes países estiverem eles próprios sentados aqui, a fim de falar sobre suas políticas, os europeus não estarão mais na sala. Sabemos muito bem falar sobre esses países, mas temos enormes dificuldades em conversar e discutir com eles. Isso é o que lamento profundamente", critica Teltschik.

Diálogo não convincente

Para organizações de defesa dos direitos humanos, tal tipo de diálogo não convence. Como já tradicionalmente acontece todos os anos, são organizados vários protestos em Munique durante os dias da conferência. A distância dos participantes é, porém, também todo ano garantida pela presença maciça da polícia local. (na/sv)

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