COP 22 define primeiros detalhes do Acordo de Paris
19 de novembro de 2016
Membros da COP estabelecem plano para concluir regulamento de acordo até 2018. Países industrializados prometem aumentar doações para fundo de combate aos impactos do aquecimento global.
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No último dia da 22ª Conferência da ONU sobre o Clima, a COP 22, em Marrakesh, no Marrocos, os participantes definiram na madrugada deste sábado (19/11) os primeiros detalhes do regulamento que regerá o Acordo de Paris, que determina as diretrizes universais para o combate ao aquecimento global.
O grupo definiu um plano de trabalho para concluir este regulamento até 2018, dois anos antes do Acordo de Paris começar a valer. Os cerca de 200 países membros da COP se comprometeram ainda a voltar a se reunir em 2017 para verificar os avanços locais sobre a proteção climática.
Além de detalhes técnicos, os países industrializados prometeram aumentar progressivamente as doações até alcançar 100 bilhões de dólares por ano, com recursos privados e estatais, em 2020, para um fundo que financiará medidas de combate aos impactos do aquecimento global.
Os países pediram ainda que o presidente americano eleito, Donald Trump, apoie o Acordo de Paris. O primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, chegou a convidar o magnata para visitar a nação no sul do Pacífico, para ver com os próprios olhos os efeitos das mudanças climáticas.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que as declarações e as decisões aprovadas no Marrocos reafirmam o apoio mundial ao Acordo de Paris, firmado no ano passado, e a vontade dos países de implementar o tratado o mais rápido possível.
"Nenhum países, sem importar tamanho ou poder, está imune aos impactos das mudanças climáticas e ninguém pode responder a esse desafio sozinho", ressaltou Ban.
Fim de combustíveis fósseis
Durante a conferência, um total de 47 países se prontificou nesta sexta-feira a eliminar progressivamente o uso de combustíveis fósseis até sua completa substituição por fontes de energia renovável o mais rápido possível, o mais tardar até 2020.
Dos 47 signatários, 43 pertencem ao "Climate Vulnerable Forum" (CVF), que inclui países da África, Ásia, Caribe e do Pacífico Sul. Estes são os mais vulneráveis do mundo às mudanças climáticas, devido ao aumento do nível do mar, secas e tempestades – fenômenos que podem ser agravados pelo aquecimento global.
CN/rtr/afp/dpa/efe
Alarmantes mortes em massa de animais
Milhares de animais selvagens vêm morrendo mundo afora. Ainda que as causas não tenham sido esclarecidas, a poluição e as mudanças climáticas são parte do mistério.
Foto: picture-alliance/dpa/Scorza
Tragédia no Rio de Janeiro
Somente este ano já foram registrados pelo menos 35 incidentes isolados de mortandade de peixes. Mais de 33 toneladas de peixes mortos foram retirados da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (foto), locação dos Jogos Olímpicos de 2016. A poluição priva os animais do oxigênio de que necessitam para sobreviver.
Foto: picture-alliance/dpa/Scorza
Pássaros famintos
A costa oeste da América do Norte registrou morte sem precedentes de pássaros marinhos em 2015. Foram contadas até 10 mil aves tombadas. Depois de descartados doenças e traumas, o aquecimento global foi responsabilizado. Em fevereiro de 2016, recolheram-se por volta de 8 mil aves marinhas mortas no Alasca. Elas morreram de fome – embora seu alimento principal seja peixe.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Thiessen
Herpes mortal em tartarugas
A ameaçada tartaruga-verde é uma das maiores tartarugas marinhas do mundo. Um vírus fatal do herpes – que impede a visão, a alimentação e o movimento – está afetando um crescente número desses animais. Os especialistas ainda estão investigando por que e como o vírus está se espalhando. Mais uma vez, a poluição e o aquecimento global parecem ser os principais culpados.
Foto: cc-by-Peter Bennett & Ursula Keuper-Bennett
Antílopes quase extintos
No início do ano passado, cientistas estimaram que mais da metade de todos os antílopes saiga, uma espécie seriamente ameaçada, tenham morrido em menos de duas semanas. Os pesquisadores advertiram que a espécie estava sofrendo as consequências das mudanças climáticas e poderia se extinguir no prazo de um ano. Até agora, não houve relatos sobre novas mortes em massa.
Foto: Imago/blickwinkel
Lulas em decomposição
No início de 2016, milhares de lulas gigantes foram encontradas mortas na costa do Chile – para a preocupação dos moradores e de cientistas. Embora esse fenômeno não seja novo na área, a enorme escala em que ocorreu é. Mais uma vez, o aquecimento global e o El Niño parecem ser os mais prováveis responsáveis pelas mortes.
Foto: Getty Images/AFP/Stringer
Calor demais para morcegos
Em 2015, milhares de morcegos caíram do céu em Bhopal, na Índia. Um ano antes, por volta de 100 mil dessas criaturas foram encontrada mortas no estado de Queensland, na Austrália. As ruas, árvores e quintais estavam cobertos com morcegos mortos ou moribundos. Esses mamíferos voadores são muito sensíveis ao calor e não conseguem suportar temperaturas elevadas.
Foto: Berlinale
Baleias cometem suicídio
As baleias naturalmente encalham e morrem, mas a poluição e as mudanças climáticas estão causando, provavelmente, um aumento desse fenômeno. Está acontecendo em todo o mundo: na Alemanha, nos EUA, na Nova Zelândia. No Chile, ao menos 400 baleias encalhadas foram registradas em 2015. Na foto, veem-se algumas das 29 cachalotes que foram encontradas mortas no norte europeu desde o início deste ano.